CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
Regularmente devemos voltar a ser
crianças. Sim, pois a presença do sentimento lúdico, criativo, otimista, leve e
encantador cura doenças do corpo e da alma, e o sentimento indiferente,
pessimista, que muitos adultos sentem em relação aos dias da vida, não
cura enfermidade alguma, apenas desencadeia novas doenças e fortalece as
existentes.
As crianças fazem de simples coisas uma rica história com
personagens felizes, desfecho carinhoso e um sorriso brilhante de alegria. Os
adultos, com tudo o que têm, não encontram quase nada que os contente e passam
mais amargurados, críticos e sozinhos o tempo que poderia ser mais agradável.
Se passarmos a uma criança duas pequenas varetinhas de
madeira, uma bolinha e qualquer outro objeto, elas os transformarão em
componentes importantes e cheios de vida de um rico cenário com uma história
colorida contada ou intensamente vivenciada. Quando entregarmos a um adulto os
mesmos itens, de duas uma, ou ele jogará no lixo ainda quebrando as varetinhas
ao meio, ou então, não fará questão de pegá-los e sairá com olhar de desdém.
Precisamos, mais continuamente, voltar a ser crianças.
A vida é tão maravilhosa, próspera, linda e perfeita que
é somente o próprio universo pessoal, particular, que a diminui e a torna gris
e limitada. O olhar adulto é que deve amadurecer para voltar a compreender e a
valorizar a eterna riqueza que é a vida, a nobre simplicidade, sem contar que o
adulto maçante ficará ainda mais solitário vivendo a sua própria chateação. Os
adultos que já compreenderam a importância de manter o coração aquecido com o
olhar mais terno, e as crianças que ainda o são de verdade, ah, essas são
felizes, aliás, seus espíritos são leves e agradecidos.
O comportamento é o espelho do estágio do espírito, se há
doçura, respeito, amor, bondade, otimismo, de fato, já são todas
características espirituais, da mesma maneira, todo o seu contrário é o reflexo
natural do desenvolvimento espiritual. Trazemos as nossas conquistas e atrasos
estritamente na maneira de nosso verdadeiro comportamento.
Notavelmente melhor resgatar o olhar doce e esperançoso
para viver, pois momentos sequiosos são tristes demais para serem vivenciados
todos os dias. E quando menos se percebe, outros adultos, adolescentes,
crianças e até animais começam a se afastar. E a imposta solidão começa a ser
desagradável, porque um coração amargurado apenas em sua própria companhia
tende a tornar-se enfermo e mais infeliz.
Enquanto isso, o olhar de criança atrai, aproxima
infinitos outros olhares já que eles demonstram a esperança, o amor e uma
completude abençoada para a fase na qual ainda nos encontramos. Tomara que
sejamos lembrados mais por nossa existência de olhar e coração mais pueris.
Quando os adultos têm tanto, não valorizam nada. Enquanto
‒ aos olhos humanos ‒ as crianças parecem ter pouco, elas têm tudo e a
felicidade.
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