Os anjos da guarda se afligem com os
nossos males?
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
Uma pessoa nos perguntou
certa vez se o Espiritismo admite a existência dos anjos da guarda. E, complementando
a pergunta, acrescentou: - Se, de fato, existem os anjos da guarda, que tipo de
mal que nos acomete mais os aflige?
Sim, eis a resposta à primeira pergunta; os anjos da
guarda existem, como é dito com
toda a clareza nas questões 489 a 492 d’ O Livro dos Espíritos, a
principal obra da doutrina espírita:
489. Há Espíritos
que se ligam a um indivíduo, em particular, para o proteger?
“Sim, o irmão
espiritual; é o que chamais o bom Espírito ou o bom gênio.”
490. Que se deve
entender por anjo da guarda?
“O Espírito
protetor de uma ordem elevada.”
491. Qual a missão
do Espírito protetor?
“A de um pai para
com os filhos: conduzir o seu protegido pelo bom caminho, ajudá-lo com os seus
conselhos, consolá-lo nas suas aflições, sustentar sua coragem nas provas da
vida.”
492. O Espírito
protetor é ligado ao indivíduo desde o seu nascimento?
“Desde o
nascimento até à morte, e frequentemente o segue depois da morte, na vida espírita,
e mesmo através de numerosas existências corpóreas, porque essas existências não
são mais do que fases bem curtas da vida do Espírito.”
Quanto à segunda
pergunta – que tipo de mal que nos acomete mais os aflige? – lembremos
que o Espiritismo nos ensina que os bons Espíritos se preocupam com os nossos
males, do mesmo jeito que compartilham as nossas alegrias.
Procurando
fazer-nos todo o bem que lhes seja possível, é natural que se sintam ditosos
com a nossa felicidade e os nossos momentos de alegria. Contudo, sabendo ser
transitória a existência corporal e cientes de que as tribulações a ela
inerentes constituem meios de alcançarmos uma situação melhor, os bons
Espíritos se afligem mais com os males que tenham origem em causas de ordem
moral do que com nossos sofrimentos físicos, todos passageiros.
Assim, eles pouco
se incomodam com as desgraças que atingem nossas ideias e preocupações
mundanas, do mesmo modo como, aliás, agimos com relação às mágoas pueris das
crianças.
Vendo nas
amarguras da vida um meio de nos adiantarmos, eles as consideram como uma crise
ocasional de que resultará a salvação do doente. Compadecem-se dos nossos
sofrimentos, como nos compadecemos dos sofrimentos de um amigo. Entretanto,
enxergando as coisas de um ponto de vista mais justo, apreciam-nos de um modo
diverso do nosso.
Em momentos assim,
os bons Espíritos procuram levantar-nos o ânimo no interesse do nosso futuro,
enquanto os Espíritos inferiores, com o objetivo de comprometer-nos, nos
impelem ao desespero.
Podemos, portanto,
à vista dos ensinamentos espíritas, deduzir na forma seguinte nossas conclusões
em torno do assunto examinado:
1 - Os bons
Espíritos se afligem quando nós, diante de um mal qualquer, não sabemos
suportá-lo com resignação. Os inferiores, no entanto, se rejubilam com
nossa postura negativa.
2 - Os males
morais que mais preocupam os Benfeitores Espirituais são o nosso egoísmo e a
dureza dos nossos corações, do que, ensina o Espiritismo, decorre tudo o
mais. Nossos adversários desencarnados e os maus Espíritos, porém, adoram tal
comportamento.
3 - Os bons
Espíritos se riem de todos os males imaginários que nascem do nosso
orgulho e da nossa ambição. Os inferiores, contudo, valem-se deles para, se
for possível, afundar-nos mais ainda no fosso da amargura.
Finalizando,
lembremos que os bons Espíritos não interferem em nosso livre-arbítrio.
Orientam, inspiram, auxiliam, mas a decisão final cabe sempre a nós, tanto
quanto as consequências.
Nota do Autor:
Para ler o texto
publicado no domingo anterior, clique em: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2025/04/como-os-espiritas-veem-pascoa-astolfo-o.html
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