– Você tem a força de Deus
nas mãos!
– Você não é homem para viver na obscuridade.
– Por que não montar gabinete próprio num dos
melhores pontos da cidade, a fim de atender ao povo?
– Você nasceu para melhor destino ....
– Estejamos todos prósperos e poderemos
naturalmente ajudar.
Adelino de Carvalho, abnegado médium passista
de Uberaba, em Minas, começou a ouvir semelhantes frases de muitos amigos,
admiravelmente situados no círculo das finanças. E tantos elogios ouviu que
passou a considerar, intimamente, a possibilidade de casa no centro urbano. Não
precisava de grande mansão. Um palacete que não desse muito trabalho seria
bastante. Um lugar em que pudesse acolher as visitas com elegância e decência.
Quando o plano se tornou amadurecido no
pensamento, concentrou-se e pediu a opinião da Esfera Espiritual. Quem
compareceu foi Antônio Logogrifo, excelente amigo desencarnado.
Adelino expõe o projeto e roga parecer.
Logogrifo, no entanto, passa a esclarecê-lo,
bondoso. Que um médium, antes de tudo, precisa de assistência moral, que não
lhe convinha figurar uma situação que não tinha, que deveria permanecer no
domicílio singelo e que os amigos não podiam efetuar aquilo que somente a ele
competia fazer.
– Mas – suspirou o médium contrariado – não
posso aspirar à melhoria? Valorizar os meus interesses, elevar-me socialmente?
– Pode sim – ditou o Espírito amigo -, mas
não à custa de vãs aparências e sim por seu próprio esforço, lutando, amando,
servindo, batalhando em favor do bem...
– Então, crescer no mundo será sempre
vaidade? – gemeu Carvalho, triste.
– Não, Adelino – obtemperou o companheiro –,
não é bem isso. A vaidade tem consigo o progresso da cauda de cavalo.
– Como assim?
E o amigo espiritual informou, sorridente:
– Só cresce para baixo.
Como quem acorda de longo sono, Adelino
sentiu estranho contentamento. Compreendeu, então, que na sua modesta casa já
morava a felicidade. E, chorando de alegria, pôde apenas dizer:
– Deus lhe pague, meu irmão.
Do livro A Vida Escreve, obra
psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier.
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