O bem que nos faz bem é o bem que fazemos
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
Um companheiro de
lides espíritas pede-nos que façamos um resumo do que nos ensina o Espiritismo
acerca dos temas fatalidade e livre-arbítrio.
Antes de mais
nada, lembremos que Allan Kardec escreveu sobre o assunto um texto explicativo
muito claro e que deveríamos ter sempre à mão. O leitor o encontrará no item
872 d´O Livro dos Espíritos.
Pinçamos desse
texto alguns trechos que atenderão, com certeza, à expectativa do nosso
companheiro e de nossos leitores:
- O homem não é
fatalmente conduzido ao mal; os atos que pratica não "estavam
escritos"; os crimes que comete não são o resultado de um decreto do
destino.
- A pessoa pode,
como prova ou como expiação, escolher uma existência em que se sentirá
arrastada para o crime, seja pelo meio em que estiver situada, seja pelas
circunstâncias supervenientes. Mas será sempre livre de agir como quiser.
- O
livre-arbítrio, quando estamos desencarnados, consiste na escolha da existência
e das provas que deveremos enfrentar na existência corpórea seguinte. Essa
escolha é feita segundo o grau de perfeição que tenhamos atingido.
- Uma vez
reencarnados, o livre-arbítrio se manifesta na faculdade que todos temos de
ceder ou resistir aos arrastamentos a que voluntariamente nos submetemos. Se a
pessoa cede, sucumbirá nas provas que ela mesma escolheu. Se resiste, avançará
para novos desafios.
- No retorno à
existência corpórea trazemos, evidentemente, nossa bagagem espiritual e com ela
nossas tendências, boas ou más. Cabe à educação dar-nos os meios de combater as
más tendências, e ela o fará de maneira eficiente quando se basear no estudo
aprofundado da natureza moral do homem.
- A fatalidade,
como vulgarmente entendemos, supõe a decisão prévia e irrevogável de todos os
acontecimentos da vida, qualquer que seja a sua importância. Se as coisas
fossem assim, o homem não passaria de um robô e, como tal, destituído de
vontade.
- A fatalidade não
é, entretanto, uma palavra vã, e realmente existe no tocante à posição do homem
na Terra e às funções que nela desempenha, como consequência do gênero
de existência que seu Espírito escolheu, a título de missão, prova ou
expiação.
- Somente na morte
é que o homem é submetido, de uma maneira absoluta, à inexorável lei da
fatalidade, porque ele não pode fugir ao decreto que fixa o termo de sua
existência, nem ao gênero de morte que deve interromper-lhe o curso.
- A fatalidade é,
portanto, fruto de uma escolha pessoal, razão pela qual sofremos, de
maneira fatal, todas as vicissitudes da existência programada e todas as tendências
que lhes são inerentes, cientes de que dependerá sempre de nossa vontade ceder
ou não ao mal.
- Os detalhes dos
acontecimentos da vida estão na dependência das circunstâncias que a própria
pessoa provoque com seus atos, e sobre os quais podem influir os Espíritos,
através dos pensamentos que lhe sugerem.
- A pessoa que
procura agir sempre no bem pode poupar-se a muitas dores, algo que o apóstolo
Pedro deixou muito claro ao escrever à comunidade cristã que “a caridade cobre
a multidão dos pecados” (1ª Epístola de Pedro, 4:8).
O ensinamento dado
por Pedro confirma uma conhecida máxima espírita de que o mal que nos faz
mal é o mal que fazemos, não o mal que nos fazem.
De igual forma, o bem que realmente nos faz bem é o bem que fazemos,
não o bem que recebemos, fato que mostra como é importante agir na vida do modo
como Jesus nos ensinou.
Nota do Autor:
Para ler o texto
publicado no domingo anterior, clique em: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2025/06/um-dia-chegaremos-perfeicao-nao-sabemos.html
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