Os
bens da contemplação,
Costuma
encontrar, por vezes,
As
surpresas da erosão.
Dos
acumes da paisagem,
Eis
que a visão descortina
Horizontes
luminosos
Na
vastidão peregrina!
Em
torno rebentam flores
Nas
folhagens perfumosas,
Entre
as árvores e os ninhos
Sopram
brisas buliçosas.
Misturando-se
à verdura,
Há
caminhos de enxurrada,
Formando
abismos escuros
Na
terra dilacerada.
Em
derredor, tudo é glória
Do
campo verde e florido;
Céu
de anil, promessa e luz,
Mas
o solo está ferido.
Somente
à custa de esforço,
De
luta excessiva e estranha,
É
possível reparar
As
úlceras da montanha.
É
um quadro que faz lembrar
As
almas de grande altura,
Que,
embora a ciência e o brilho,
Têm
abismos de amargura.
São
montes iluminados
De
sonho e conhecimento,
Mas
degradados, por vezes,
Nos
planos do pensamento.
Recebem,
da luz de Deus,
Dons
sublimes e infinitos,
Mas
se deixam avassalar
De
enxurradas e detritos.
Quem
guarde na intimidade
Tais
feridas de erosão,
É
que vive sem defesa
Nos
campos do coração.
Do
livro Cartilha da Natureza, obra psicografada pelo médium Francisco
Cândido Xavier.
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