CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR
Como o olhar
de um idoso e o de uma criança são capazes tanto de nos sensibilizar! E quando
esses olhares estão de mãos dadas, muito mais o coração se enternece.
Numa tarde
dessas, o sol não estava tão quente, e avô e neto saíram para passear um pouco,
esticar as pernas. Uma mão pequenina, toda novinha, agarrava-se à mão mais
velha, mais áspera, mais marcada pela vida. Mãos entrelaçadas e amigas.
A criança nos
faz brotar um sorriso verdadeiro; o idoso, com sua experiência, nos desperta
respeito e admiração pelo tempo conquistado.
Lá iam os
dois. Para o pequeno, todas as coisas eram novidade; para o mais vivido, era
necessária a explicação dos tantos porquês. Uma florzinha, à beira do muro, era
atraente ao neto, mas o avô, experiente, explicou que um “au-au” já poderia ter
feito xixi e por isso não deveria pegá-la. O senhor estava certo, pois, antes
de passarem, um cão, desses de apartamento, havia aguado a pequenina.
E no decorrer
dessa volta pelo quarteirão, quantas ocorrências, quantas respostas foram
precisas para a sede do saber.
O avô já não
era mais jovem, no entanto, com paciência e amor, esclarecia ao seu netinho as
mais simples coisas daquele caminho.
O neto, para
seu avô, doava a graça e a vitalidade, recheava todos aqueles anos com a
leveza, simplesmente, do puro amor.
Se o avô
soltava um pouquinho a mão do pequeno, este logo buscava os olhos do vovô
querido e, com carinha brava, dizia:
– Não me
deixe, preciso de você – e procurava o amparo novamente.
Depois de uma
volta completa, voltaram ao lar, ao pouso feliz, porém, em novo estado: o da
plenitude de doar... receber... viver.
Visite o blog
Conto, crônica, poesia… minha literatura:
http://contoecronica.wordpress.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário