quinta-feira, 18 de abril de 2013

Pílulas gramaticais (47)


Todos nós ouvimos esta frase, pronunciada no Jornal Nacional faz pouco tempo:
“A falta de atualização da tabela do IR penaliza os trabalhadores”.
Quem a pronunciou, por sinal o editor e principal apresentador do conhecido jornal, quis, obviamente, dizer que a falta de atualização da tabela do imposto “castiga”, “prejudica”, “pune” os contribuintes, fato evidente por si só porque, em havendo correção dos salários devido à inflação, é óbvio que a tabela do imposto deveria ser igualmente corrigida.
A frase contém, contudo, um erro, que é, aliás, muito comum.
O certo seria utilizar nela, em lugar do verbo penalizar, o verbo apenar ou um de seus sinônimos: castigar, punir.
Com efeito, penalizar significa: causar pena ou desgosto a; pungir; afligir, desgostar; infligir pena; sentir grande pena, desgosto ou aflição.
Exemplos
A situação do enfermo penalizou-nos a todos. 
A mãe penalizou-se com o estado da filha. 
Ficamos penalizados com a morte repentina do nosso amigo.
O verbo apenar, por sua vez, significa: castigar, punir; fazer sofrer; supliciar; condenar alguém a alguma pena. 

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Perguntam-nos por que “socioeducativo” não tem hífen e “sócio-fundador” o exige.
A palavra “socioeducativo”, como se dá com as palavras socioeconômico, sociopata e sociobiologia, forma-se com o prefixo “sócio”, que exigirá hífen apenas se o termo seguinte for iniciado pela letra “o” ou por “h”.
No caso de “sócio-fundador”, o elemento "sócio" não é prefixo. É, sim, um substantivo comum e como tal exigirá hífen toda vez que entrar na formação de uma palavra composta, como sócio-gerente, sócio-diretor, sócio-fundador.


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