A borboleta

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@hotmail.com

De Londrina-PR

Deparei-me com uma grande borboleta, parada, mesclada com várias cores, as asas abertas, numa parede clara. Ela me chamou atenção. Voltei para melhor observá-la. Quantos mínimos traços em suas asas! quantos detalhes que traziam a beleza natural!

Fiquei, por uns instantes, admirando aquele frágil ser, mas cheio de liberdade. Ela podia visitar os lugares que desejasse; passar pelos jardins floridos; voar mais baixo sobre a água dos rios ou dos lagos; buscar os ares mais quentes ou os mais rarefeitos.

Com paz, ela estava ali. Como é bom observar a natureza, entrar na sintonia da vida, da calma; deixar um pouco os ruídos da sociedade, a falta de tempo que passa a aprisionar a alma. Quantos deveres a cumprir? Realmente, são todos por algum objetivo maior? Ou em determinados momentos, vive-se no piloto automático sem tanta escolha?

Aqueles segundos me trouxeram tranquilidade e a certeza de que quando se necessita de uma retomada para um caminho melhor, há a natureza, mãe da sabedoria. Ela é a senhora que ensina o tempo certo, a força adequada, a atitude proveitosa, a estrada que leva ao sentido de viver.

A natureza é a simplicidade; é o jeito mais harmonioso; é o equilíbrio entre os campos distintos; é a lua e o sol; é a noite e o dia.

Depois da pausa, a borboleta buscou o espaço, o ar mais fresco e a paisagem mais agradável que o seu ser desejava. A natureza apresenta a vida como se deve viver: com simplicidade, verdade e a virtude da sensatez.

Isso tudo só foi um momento com uma borboleta, que descansava na parede sob o ar de uma tarde de outono.

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