Continuamos ontem à noite no Centro Espírita Nosso Lar, de
Londrina-PR, o estudo sequencial do livro O
Tesouro dos Espíritas, de autoria de Miguel Vives y Vives, conforme
tradução de J. Herculano Pires, publicada pela EDICEL.
As questões propostas para debate inicial foram estas:
1. Pode-se afirmar, como Miguel Vives, que ninguém é
perfeito neste mundo?
2. Quais as características da tentação?
3. O mau humor sem motivo aparente pode derivar de uma
tentação?
Realizou-se, em seguida, a leitura do texto abaixo, que
serviu de base aos estudos da noite, verificando-se, a cada item lido, os
comentários pertinentes:
102. Após uma sentida prece dirigida a Deus, Miguel Vives
apela aos espíritas: “Irmãos: todos vós que dirigis e que escutais e aprendeis,
os que tendes a missão de exortar e os que seguis as instruções do Espaço e da
Terra, amai-vos muito, tolerai-vos reciprocamente, corrigi-vos com indulgência.
Firmai as vossas esperanças na vida futura. Sede abnegados e caridosos, moral e
materialmente, até onde o permitam as vossas forças”. (P. 119)
103. Juntando a tudo isso um grande respeito e admiração
pelo Pai, o Espírito da Verdade terá a sua cátedra nos Centros Espíritas e nos
ensinará a seguir Aquele que Deus nos enviou por modelo, que é o caminho, a
verdade e a vida, fazendo dos Centros Espíritas um éden de felicidade. (PP. 119
e 120)
104. Em nota de rodapé, Herculano lembra que Miguel Vives
refere-se ao Espírito da Verdade genericamente, não só ao Espírito diretor da
Falange, mas à própria Falange. Nesse sentido, cada Espírito verdadeiro,
elevado, é portador de uma mensagem do Espírito da Verdade, que é quem preside
ao movimento espírita no planeta Terra. (PP. 120 e 121)
105. Assim como é difícil encontrar na Terra quem esteja
sempre em perfeito estado de saúde física, mais difícil ainda é encontrar
alguém com perfeita saúde moral. Ninguém é perfeito neste mundo. Assim como a
atmosfera e as condições materiais influem diretamente em nosso organismo,
predispondo-o a certas enfermidades, os elementos espirituais que nos cercam
influem sobre a nossa condição moral e aproveitam-se das coisas mais
insignificantes para provocar-nos sofrimentos e mal-estar interior, objetivando
mortificar-nos ou deter-nos na vida do progresso. (P. 122)
106. Devemos, pois, estar prevenidos para afugentar ambas
as influências. Mas, do mesmo modo que não podemos afastar de todo as
influências do frio e do calor, em suas bruscas variações, tampouco podemos
evitar completamente as tentações. O que podemos fazer então é não cair na sua
rede. (P. 123)
107. Que fazemos com os elementos atmosféricos? No inverno,
abrigamo-nos. No verão, aliviamos as roupas e buscamos os lugares frescos. Da
mesma maneira, devemos fazer com as tentações, porque constituem um mal que
atinge a todos, não havendo ninguém que não as sofra. (P. 124)
109. Às vezes, ele penetra em nossa consciência e faz-nos
sentir desejos que nos parecem necessidades próprias, que devemos satisfazer.
Tanto podem ser os de ordem física, como a sensualidade, as extravagâncias
variadas, o descanso indevido, os vícios, como podem ser os de ordem moral,
como desejos de vingança, de crítica maldosa, de paixões exageradas ou de repulsa
por determinadas pessoas. (PP. 124 e 125)
110. Há pessoas de suficiente retidão e tão boas intenções,
que o Espírito das trevas encontra muita dificuldade para penetrar no seu
íntimo. Acontece, porém, que essas pessoas, à primeira contrariedade, soltam
palavras inconvenientes, em tom áspero, ou
se excitam por pouca coisa, e o Espírito das trevas, que as espreitava ,
aproveita-se da oportunidade para fazê-las cair. (P. 125)
111. Sucede às vezes que sentimos uma tristeza e um mau
humor sem motivo aparente, ou por motivo tão insignificante, que nos
surpreendemos com o seu efeito. Esse estado é antes um início de possessão do
que uma tentação e o Espírito que a causa pode não somente tirar-nos a
tranquilidade, mas também comprometer-nos e alterar-nos a saúde. (PP. 125 e
126)
112. De outras vezes, a forma da tentação ou da possessão é
outra. Leva-nos a gostar demasiado de alguma pessoa, sem sabermos por quê, a
fim de fazer-nos cometer injustiças. Isto pode se dar no seio da família ou com
estranhos. (P. 126)
113. Devemos nessas situações recordar as palavras do
Mestre: Vigiai e orai. É quando devemos manter o pensamento bem elevado e agir
com muita justiça, evitando afastar-nos dos nossos deveres. E se assim mesmo
não pudermos afastar a possessão, nem por isso devemos desanimar, mas pedir e
sustentar o pensamento elevado, opondo uma paciência e uma resignação a toda
prova às más influências, pois assim conseguiremos adiantar-nos muito. (P. 126)
*
Na parte final da reunião, foram lidas e comentadas as
respostas dadas às três perguntas propostas.
Ei-las:
1. Pode-se
afirmar, como Miguel Vives, que ninguém é perfeito neste mundo?
Sim. Os Espíritos perfeitos não nascem em mundos de
expiação e provas, como o nosso. Assim como é difícil encontrar na Terra quem esteja
sempre em perfeito estado de saúde física, mais difícil ainda é encontrar
alguém com perfeita saúde moral. “Ninguém é perfeito neste mundo”, afirma
Miguel Vives, que na sequência nos lembra que, assim como a atmosfera e as
condições materiais influem diretamente em nosso organismo, predispondo-o a
certas enfermidades, os elementos espirituais que nos cercam influem sobre a
nossa condição moral e aproveitam-se das coisas mais insignificantes para
provocar-nos sofrimentos e mal-estar interior, objetivando mortificar-nos ou
deter-nos na vida do progresso. (O
Tesouro dos Espíritas, 1ª Parte, Guia Prático para a Vida Espírita, pág. 122.)
2. Quais as
características da tentação?
A tentação não tem, para todos os indivíduos, o mesmo
caráter e as mesmas formas. Da mesma maneira que os graus da virtude e dos
defeitos são múltiplos, são também muitas as variedades da tentação. Nem sempre o Espírito que nos tenta se limita
a excitar desejos e pensamentos maus em nossa mente. Às vezes, ele penetra em
nossa consciência e faz-nos sentir desejos que nos parecem necessidades
próprias, que devemos satisfazer. Tanto podem ser os de ordem física, como a
sensualidade, as extravagâncias variadas, o descanso indevido, os vícios, como
podem ser os de ordem moral, como desejos de vingança, de crítica maldosa, de
paixões exageradas ou de repulsa por determinadas pessoas. (Obra citada, pp. 124 e 125.)
3. O mau humor
sem motivo aparente pode derivar de uma tentação?
Nem sempre. Uma tristeza, um mau humor sem motivo aparente,
ou por motivo tão insignificante, que nos surpreendemos com o seu efeito, é
antes um início de possessão do que uma tentação e o Espírito que a causa pode
não somente tirar-nos a tranquilidade, mas também comprometer-nos e alterar-nos
a saúde. (Obra citada, pp. 125 e 126.)
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