sábado, 22 de novembro de 2014

O mistério de Charles Dickens, o Espírito


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

— Meu nome é Dickens, Charles Dickens.
— Prazer, Machado... Mas o que tendes a nos dizer, grande escritor britânicoWhat can I get for you?
— I met a new chapter  for my story.
— Como assim, Charles?
— Vós estais lembrado de que, antes de minha desencarnação, eu havia iniciado o romance O mistério de Edwin Drood, que não concluí, pois a indesejada de todas as gentes me surpreendeu primeiro e me levou a morar nos campos santos?
— É verdade, até hoje não sei o que ocorreu depois do capítulo...
— Pois agora já podeis saber. Conheci, daqui onde nós estamos agora, um jovem que, desde os 13 anos, não mais estudara e não gostava de literatura; porém, possuía perfeita sintonia espiritual comigo. Seu nome era Thomas P. James. Trabalhava numa oficina mecânica, mas quando lhe apareci e perguntei se poderia ser meu "escrivão", na continuação dessa obra, ele ficou entusiasmado e aceitou na hora o desafio.
Desse modo, passou alguns meses escrevendo cerca de 1200 páginas que, digitadas, dão umas quatrocentas. Com isso, dou por concluído meu romance, o qual, antes de minha desencarnação estava com um terço das 624 páginas atuais...
— Mas qual a causa do entusiasmo de James, se ele nem ao menos gostava de literatura?
— Imaginai alguém que, até a juventude, nunca escrevera mais de meia dúzia de páginas, com inúmeros erros de concordância, ortografia e pontuação e, "de repente, não mais que de repente", como diria o vosso poetinha Vinícius de Moraes, se vê diante de vós, que lhe pedis para escrever quinze, vinte páginas, sem nenhum erro gramatical, diariamente, após o expediente dele em sua oficina, onde trabalha dez horas por dia?
— Essa pessoa sairia correndo, pois jamais ouvira meu nome antes...
— No século XIX, não, certamente, mas hoje, que sois tão conhecido como eu, no mundo...
— Nem tanto, Dickens, nem tanto... Entretanto, deixai comigo os originais, para uma análise estilística entre o que escrevestes antes e o que, supostamente, concluístes, mediunicamente. Como crítico que sou, pouco condescendente com amadores, certamente não esperareis confirmação ao mundo de que fostes vós quem concluístes a obra.
— Não façais cerimônia, Machado amigo, lede a obra, do começo ao fim. Após isso, emiti a vossa abalizada opinião.  We met again in your blog.
— I hope so! Good bye!
— Good bye!
Esta foi a conversa que tive, leitor amigo, com Charles Dickens, há um mês. Agora, o espanto! Nada no texto post-mortem desmerece esse grande escritor, nas 400 páginas psicografadas. Na dúvida sobre minhas próprias impressões, consultei Sir Arthur Conan Doyle, o simplesmente autor de Sherlock Holmes, sobre o que achara da obra. Eis o que ele me disse:
— Sendo este o que seria o primeiro romance policial de Dickens, consagrado romancista inglês, talvez o maior deles, segundo alguns críticos, após atenta leitura de todo o livro, fiz minuciosa investigação do estilo do autor, continuação e conclusão da obra, em sua segunda parte, que julguei coerente com a primeira.
— E o jovem médium, continuou psicografando obras de grandes escritores?
— Nunca mais.
— Agradeci a Conan Doyle, e agora, ante a confirmação de minhas impressões por esse que é um dos maiores escritores mundiais no gênero, desafio o leitor a ler, sem pausa, o romance policial de Dickens, continuado por ele daqui e psicografado daí por James.
Tentai dizer, antes de ver a resposta no final do livro, onde termina o escrito de Charles por ele mesmo e onde continua Dickens escrevendo pelas mãos de James. Se conseguirdes isso sem "cola", amigo leitor e inteligente leitora, indico-vos para a Academia de Letras...

Acesse, quando puder, o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com

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