terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A nobreza da reconciliação e a sabedoria de não conquistar desafetos


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

Viver com quem se ama é sublime; respeitar quem ainda não se ama e tanto necessita amar é dever para o próprio progresso.
Tudo o que mais é preciso, de certa forma, também é mais difícil de se realizar; os deveres estão intrínsecos no coração, no entanto, muitas vezes, é mais cômodo adiar as ações decisivas e deixar o orgulho ditar o caminho para o sofrimento continuado.
Reconsidere, reavalie, retome, refaça, reconheça, busque a luz da felicidade sempre. A melhoria implica abandonar os vícios, os ranços que até agora somente atrapalharam, fazer de forma diferente e melhor.
Quando a humildade desperta a consciência das pendências tanto as mais antigas quanto as atuais, o coração abranda e sente vontade de se regenerar das feridas criadas pelo egoísmo, inflexibilidade, soberba, maldade, impaciência e demais paixões e sentimentos prejudiciais e imperfeitos.
É evidente que o coração distingue o que deve fazer, porém, muitas vezes, não o faz, pois se engana e continua a infeliz estrada, mas ele acertará o passo; a renovação exige esforço, entretanto, todo esforço tem a sua recompensa e isso não se pode olvidar.
Lidar com pessoas cuja relação possui uma certa resistência, de fato, não é nada fácil, mas são para essas pessoas a maior necessidade de restauração dos laços, do amansamento das palavras e da tolerância dos sentimentos.
Em inúmeras ocasiões se deverá olhar para o infinito do céu e sentir a grandeza imensurável do universo, reabastecer as energias com agradecimento e humildade, reconhecer que nasce outra vez mais a oportunidade de reconciliação com os companheiros e com o próprio eu; observação e decisão na vontade são imprescindíveis.
Quanto mais se demorar, tantas lágrimas além serão derramadas, principalmente, se se encontra na mesma caminhada que seu cobrador, devedor, desafeto... mas, antes de tudo, irmão; aproveite para reparar e aceite a reparação, se for o caso, por ele ofertada.
Algo a se atentar é que a lente do microscópio quando o espírito está encarnado, alma em vida, normalmente, valorizará as questões menos importantes como as paixões em desequilíbrio. E quando ocorre a mudança de plano, a lente do mesmo microscópio ampliará as essenciais e verdadeiras emoções que conduzem realmente o espírito à evolução. Alcançar, então, maior entendimento e sensibilidade.
Mas Deus é tão soberanamente bom com seus filhos que, a todo momento, lhes permite crescer por meio de incontáveis formas de retomada e avanço para o coerente caminho.
É produtivo e vantajoso reatar com quem se deve, pois não se sabe quando haverá outra ocasião, sem contar a ampliação de liberdade que o espírito conquista, pois tanto positivo ou não, o coração estará onde mais se mantiver conectado por meio do sentimento.
Todas as pessoas que passam pela vida de alguém têm um motivo, uma razão. E se isso é fato, tão favorável é dedicar bom e respeitoso tratamento, embora, em certos casos, isso exija ainda muito empenho.
A partir de mais compreensão adquirida sobre as leis da vida, esta se tornará mais exigente com o espírito em progresso. Tanto mais se acrescenta, mais será cobrado.... lei natural da vida. E como o discernimento faz bem. Essa luz traz a clareza de não se complicar os passos do caminho futuro; se se pode simplificar com amor é dispensável dificultar com a dor na estrada a seguir.
Se há tantos débitos antigos a liquidar, a atenção deve ser minuciosa para não engrossar ainda mais a bagagem individual do obrigatório resgate a expiar.
Sem dúvida, amar quem já se ama é extraordinário, porém, pelo menos respeitar quem ainda não se é capaz de amar, é lei divina. Que se queira enxergar a vida com a lente que normalmente se vê no mundo dos espíritos, uma lente de imagem nítida e real iluminada pelo carinho da fraternidade.
Então, faz-se primordial reconsiderar a melhora e viver em paz com quem já se criou, no passado, uma desventura e observar o pensamento em prece para não mais tanto adquirir novos débitos com irmãos da atual caminhada.
Quando há entendimento de que o Pai é o mesmo para todos e, consequentemente, todos são irmãos, muitos dos equívocos travados serão desfeitos e o desejo de renovação será avivado, pois só apreenderá a lição e se aproximará da pureza divina quem mais se esforçar para conseguir o bem puro e amoroso coração.

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