JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Mal convalescia o público espírito do abalo que
lhe proporcionou a notícia dos escândalos da Petrobras e de outras empresas
públicas, surgia, no Distrito Federal, a notícia de que o dinheiro dos salários
de professores, segurança e saúde fora retido para fazer caixa nas contas
públicas federais. Para o leitor ou a leitora de outros estados, esclareço que
essa verba é constitucionalmente repassada ao governo local de Brasília pela
Administração Federal.
Nem bem o povo candango (nome originariamente
atribuído aos operários que vieram do Nordeste para construir Brasília ou aos
primeiros habitantes da Capital Federal) ruminou as primeiras informações de
jogadas político-econômicas para livrar da acusação de improbidade a
Administradora suprema da nação, eis que a imprensa brasileira denuncia rombos
rotundos nas contas do ex-governador, aliado do Governo petista, disfarçados em
tentativas de corromper o atual governador com gastos milionários destinados à
sua residência oficial em Águas Claras, prontamente rechaçadas pelo nobre
Rodrigo Rollemberg, atual Governador.
Cuidado, Governador, as ciladas e os amigos da
onça multiplicar-se-ão em
teu Governo de tal forma que, se não te apegares a Deus de
toda a tua alma e de todo o teu coração, serás mais um defenestrado do cargo,
como já virou moda no DF. Cerca-te de administradores e servidores que sejam
altamente honestos, competentes e que não apenas finjam ser tais, para que a má
fama da Capital Federal seja definitivamente separada do currículo dos
políticos corruptos que para cá venham.
A coisa está cinza. Atualíssima, minha crônica
de 21 de julho de 1878 prediz: "Nas Câmaras, os deputados deixarão o
recinto quando se discutirem os projetos, e entrarão unicamente para votá-los
[... ]". Que "Deus não permita, ao menos nestes séculos mais
próximos".
Por via das dúvidas, alerto à amiga leitora e ao
não menos amigo leitor para não fazerem o que o Governo Federal, os Governos
estaduais e as Câmaras municipais vêm fazendo: superfaturando contratos,
corrompendo aliados, enviando mares de dinheiros para o exterior e queimando
oceanos de petróleo sob as nossas ventas, entre outras mil estrepolias.
Ah, você
quer imitar o que eles fazem, pois isto é Brasil? Não é não. Pelo menos agora
que "nunca como antes neste país" a presidenta e seus ministros se
comprometem tanto a prender corrompedores e corrompidos. Se ainda duvida, leia
o singelo poema em redondilha maior que este seu amigo Machado, por intermédio
da intuição a seu secretário lhes envia, intitulado:
Atraso
de pagamento
Na
vida tudo tem tempo
Há
tempo de receber
Como
há tempo de pagar,
Só
não posso me esquecer...
Pois
senão vou me lascar
E
ainda dou mau exemplo
Se
não pago meus impostos
Como
o dízimo do templo...
Mas
o governo, porém,
Mexe
até com caixa dois...
Prende
o salário do povo
Que
promete pra depois...
Depois
de fingir que tem
Dinheiro
do proletário
E
superávit em contas,
Adia
o nosso salário...
Mas
vai pagar com atraso
A
conta de outro domínio,
Como
a da luz ou do gás...
Não
pagues teu condomínio
E
te verás em perigo.
Apenas
de uma tacada,
Ficarás
sem gás em casa,
Tua
luz será cortada...
A
taxa de condomínio,
Nem
penses em atrasá-la,
Pois
terás como inimigo
O
SPC ou a Serasa.
Entretanto,
meu amigo
E
amiga do coração,
Ao
teu salário atrasado,
Nem
um "p" de correção!
Despeço-me com a frase lapidar que a
Excelentíssima Presidenta da República Federativa do Brasil atirou sobre um
atônito e tonto país: "Brasil, pátria da educação!"
P.s.: Acaba de ser divulgado que, no exame do
Enem deste ano, mais de 500.000 redações alcançaram a nota zero. Quanta
imparcialidade na correção feita por esses desalmados professores. Seria tão
simples aprovar esses textos; bastaria que atribuíssem um pontinho a quem
soubesse escrever, pelo menos, o título da redação.
Parabéns, presidenta!...
Leia, quando puder, o blog www.jojorgeleite.blogspot.com
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