Adeus
Auta de Souza
O sino plange em
terna suavidade,
No ambiente balsâmico
da igreja;
Entre as naves, no
altar, em tudo adeja
O perfume dos goivos
da saudade.
Geme a viuvez,
lamenta-se a orfandade;
E a alma que
regressou do exílio beija
A luz que
resplandece, que viceja,
Na catedral azul da
imensidade.
“Adeus, Terra das
minhas desventuras...
Adeus, amados
meus...” — diz nas alturas
A alma liberta, o
azul do céu singrando...
— Adeus... — choram
as rosas desfolhadas,
— Adeus... — clamam
as vozes desoladas
De quem ficou no
exílio soluçando...
Publicamos este soneto em
homenagem à nossa irmã Marlene Rossi Severino Nobre, que desencarnou no dia 5
deste mês no litoral paulista. A autora do soneto, que foi psicografado por
Chico Xavier e integra o Parnaso de
Além-Túmulo, é Auta de Souza (1876-1901), natural de Macaíba (RN).
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