sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O Espiritismo em sua mais simples expressão



Um leitor pergunta-nos em que obra de Kardec podemos encontrar um texto, redigido em poucas linhas, que permita dar ao leitor uma síntese relativa à parte fenomênica do Espiritismo.
Allan Kardec teve também essa preocupação e foi para isso que escreveu um texto que ganhou autonomia e acabou sendo publicado como obra à parte. Referimo-nos ao livro O Espiritismo em sua mais simples expressão, lançado no dia 15 de janeiro de 1862 em Paris, obra constituída por apenas 36 páginas e escrita por Kardec com o objetivo de popularizar o Espiritismo na França.
Existe, no entanto, na obra de Kardec, um texto ainda menor, que podemos extrair do capítulo IV d´O Livro dos Médiuns, nos itens 37 a 50, em que Kardec analisa os sistemas que foram formulados ao tempo da codificação do Espiritismo.
Foram em número de 13 esses sistemas, cujo objetivo era a refutação dos fenômenos e também dos ensinos que constituiriam, a seguir, a doutrina espírita: sistema de negação, isto é, que negava simplesmente as manifestações espíritas; sistema do charlatanismo, que atribuía os fenômenos a trapaças; sistema de loucura; sistema de alucinação; sistema do músculo que estala; sistema das causas físicas; sistema do reflexo; sistema da alma coletiva; sistema sonambúlico; sistema demoníaco; sistema otimista; sistema monospírita e sistema da alma material.
Todos os 13 sistemas foram o resultado direto de uma observação parcial dos fenômenos ou de sua má interpretação. Ocorre que, além deles, contrários ao Espiritismo, Kardec faz referência, na mesma obra, ao sistema polispírita ou multispírita, que é exatamente o sistema que caracteriza, em todos os pontos, a doutrina espírita.
Eis como o Codificador do Espiritismo o resumiu (O Livro dos Médiuns, cap. IV, item 49):

1º Os fenômenos espíritas são produzidos por inteligências extracorpóreas, às quais também se dá o nome de Espíritos;
2º Os Espíritos constituem o mundo invisível; estão em toda parte; povoam infinitamente os espaços; temos muitos, de contínuo, em torno de nós, com os quais nos achamos em contacto;
3º Os Espíritos reagem incessantemente sobre o mundo físico e sobre o mundo moral e são uma das potências da Natureza;
4º Os Espíritos não são seres à parte, dentro da criação, mas as almas dos que hão vivido na Terra, ou em outros mundos, e que despiram o invólucro corpóreo; donde se segue que as almas dos homens são Espíritos encarnados e que nós, morrendo, nos tornamos Espíritos;
5º Há Espíritos de todos os graus de bondade e de malícia, de saber e de ignorância;
6º Todos estão submetidos à lei do progresso e podem todos chegar à perfeição; mas, como têm livre-arbítrio, lá chegam em tempo mais ou menos longo, conforme seus esforços e vontade;
7º São felizes ou infelizes, de acordo com o bem ou o mal que praticaram durante a vida e com o grau de adiantamento que alcançaram. A felicidade perfeita e sem mescla é partilha unicamente dos Espíritos que atingiram o grau supremo da perfeição;
8º Todos os Espíritos, em dadas circunstâncias, podem manifestar-se aos homens; indefinido é o número dos que podem comunicar-se;
9º Os Espíritos se comunicam por médiuns, que lhes servem de instrumentos e intérpretes;
10º Reconhecem-se a superioridade ou a inferioridade dos Espíritos pela linguagem de que usam; os bons só aconselham o bem e só dizem coisas proveitosas; tudo neles lhes atesta a elevação; os maus enganam e todas as suas palavras trazem o cunho da imperfeição e da ignorância.

Aí está, em poucas palavras, uma síntese da parte fenomênica da doutrina espírita, que pode servir de iniciação aos neófitos e simpatizantes. E, caso queiram aprofundar-se, podem fazê-lo lendo a obra que mencionamos inicialmente, O Espiritismo em sua mais simples expressão, que se encontra disponível no site da revista “O Consolador”. Eis o link que permite acessá-la e baixá-la gratuitamente: http://goo.gl/chYkOd




Nenhum comentário:

Postar um comentário