Prosseguimos ontem à noite os estudos que fazemos
semanalmente no Centro Espírita Nosso Lar (Londrina, PR), relativamente ao livro
Ação e Reação, de André Luiz, obra
mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1957
pela Federação Espírita Brasileira.
A seguir, as matérias ontem estudadas:
Questões
para debate
A. Quantos e quais são os tipos
de dores que acometem a Humanidade?
B. Que diferenças existem entre
os tipos de dores citados?
C. Como foi o reencontro de Druso
com sua ex-esposa Aída?
Texto para leitura
125. Há três tipos de dores - Hilário aludiu às
moléstias que acometem os animais, como a aftosa, a raiva, a pneumonia. Druso
lembrou-lhe também as enfermidades próprias ao reino vegetal e elucidou:
"A dor é ingrediente dos mais importantes na economia da vida em expansão.
O ferro sob o malho, a semente na cova, o animal em sacrifício, tanto quanto a
criança chorando, irresponsável ou semiconsciente, para desenvolver os próprios
órgãos, sofrem a dor-evolução, que atua de fora para dentro, aprimorando o ser,
sem a qual não existiria progresso. Em nosso estudo, porém, analisamos a
dor-expiação, que vem de dentro para fora, marcando a criatura no caminho dos
séculos, detendo-a em complicados labirintos de aflição, para regenerá-la,
perante a Justiça... É muito diferente..." Druso mencionou, por fim, a
dor-auxílio, dizendo, ante a surpresa de André e Hilário: "Em muitas ocasiões,
no decurso da luta humana, nossa alma adquire compromissos vultosos nesse ou
naquele sentido. Habitualmente, logramos vantagens em determinados setores da
experiência, perdendo em outros. Às vezes, interessamo-nos vivamente pela
sublimação do próximo, olvidando a melhoria de nós mesmos. É assim que, pela
intercessão de amigos devotados à nossa felicidade e à nossa vitória, recebemos
a bênção de prolongadas e dolorosas enfermidades no envoltório físico, seja
para evitar-nos a queda no abismo da criminalidade, seja, mais frequentemente,
para o serviço preparatório da desencarnação, a fim de que não sejamos colhidos
por surpresas arrasadoras, na transição da morte. O enfarte, a trombose, a
hemiplegia, o câncer penosamente suportado, a senilidade prematura e outras
calamidades da vida orgânica constituem, por vezes, dores-auxílio, para que a
alma se recupere de certos enganos em que haja incorrido na existência do corpo
denso, habilitando-se, através de longas reflexões e benéficas disciplinas,
para o ingresso respeitável na Vida Espiritual". (Cap. 19, pp. 260 a 262)
126. Três anos na Mansão - Durante três anos André e
Hilário estiveram quase que diariamente na Mansão Paz, onde puderam recolher,
com a ajuda de Druso e Silas, experiências e apontamentos sublimes. Vezes houve
em que a casa tremia nos alicerces sob convulsões magnéticas indescritíveis e,
noutras ocasiões, sob o ataque de legiões ferozes, parecia uma fortaleza, em
regime de sítio inquietante, que só a Misericórdia Divina poderia salvar. Em
quaisquer emergências, no entanto, Druso convocava todos à oração e essas
preces nunca ficaram sem resposta. Suprimentos e recursos, diretrizes e
bálsamos fluíam invariavelmente dos Planos Superiores, amparando-lhes a
necessidade ou subtraindo-os à indecisão. O diretor da casa sabia ser firme sem
ser ríspido, justo sem ser parcial, bondoso sem ser fraco. Valorizava não
apenas o conselho dos grandes Espíritos que visitavam o instituto, mas também
os votos humildes dos míseros sofredores que lhe batiam à porta. Druso
desdobrava-se no serviço e era, ao mesmo tempo, o conselheiro devotado de
todos os assessores, o médico dos internados, o mentor das expedições e o
enfermeiro tolerante e simples, sempre que as circunstâncias o exigissem. Era,
porém, junto à cabeceira dos desditosos irmãos, recolhidos nos tenebrosos
desfiladeiros, que Druso se fazia mais assíduo. (Cap. 20, pp. 263 e 264)
127. O
caso Aída - Druso inclinava-se sobre os infelizes, sempre com a mesma
ternura. Depois da oração costumeira, articulava operações magnéticas
assistenciais e, em seguida, com a devida segurança, interrogava os
recém-recolhidos. Duas, três, quatro horas despendia ele, pessoalmente, cada
noite, no trabalho socorrista que considerava sagrado, sem que nenhum dos
companheiros encontrasse a menor oportunidade de substituí-lo. Exceto ele, os
demais se revezavam no serviço de amparo e consulta aos irmãos enlouquecidos...
Certa noite, pobre mulher cadaverizada foi trazida pelos enfermeiros
espirituais à sala onde se processava o socorro habitual aos infelizes. O corpo
seviciado, que imundos trapos mal cobriam, as mãos com os dedos em forma de
garras e o semblante alterado por terrível hipertrofia falavam dos tormentos de
que ela fora vítima. A infortunada criatura, que depois disse chamar-se Aída,
exalava nauseante bafio. Druso, no entanto, como acontecia noutros casos,
afagou-lhe a fronte com paternal carinho, antes da aplicação de passes, em que
a estimulou ao necessário despertamento. A boca hirta, arrastada hipnoticamente
à movimentação, descerrou-se, de leve, e gritou: "Druso!... Druso!...
compadece-te de mim!..." Surpresos com o fato, André e seus amigos viram o
diretor cambalear, quase desfalecente, como se fora atingido por invisíveis
raios de angústia e morte. Silas, que se fizera lívido, avançou para ele,
enlaçando-lhe o busto, como se lhe temesse a queda. Algo ocorria ali, cujo
sentido, de pronto, André não pôde entender. Druso ergueu os olhos para o Alto,
em prece silenciosa, e logo perguntou à infeliz: "Irmã, que tens a
dizer-nos?" A interpelada, parecendo temer a presença de inimigos
ocultos, clamou triste: "Tragam meu esposo!... Druso me perdoará... Estou
cansada, vencida... Por amor de Deus, libertem-me!... Libertem-me!... Quero
ar!... ar puro!... Não terei pago suficientemente o meu crime? Não creio que
Deus nos criasse para o inferno sem-fim. Se errei, conscientemente, adquirindo
grande culpa, não desconheço... que as minhas penas reparadoras... têm sido
igualmente enormes!... Conduzam-me à presença de meu esposo... para que me ajoelhe...
Druso retirar-me-á do local dos réprobos... Compreenderá que não sou assim tão
cruel, como querem que eu seja... Meu marido era sumamente bondoso, tratava-me
como um pai!... Há quantos anos padeço, ó Senhor!? Tu que curaste os leprosos e
os endemoninhados, estende-me os braços de amor! Retira-me do inferno a que fui
arrastada!... Ajuda-me, ó Cristo!... Deixa que eu recolha do esposo que
humilhei o perdão de que necessito, para que a minha consciência possa orar com
fervor!... O remorso é fogo que me consome!... Piedade!... Piedade!... Piedade!..."
(Cap. 20, pp. 265 e 266)
Respostas
às questões propostas
A. Quantos e quais são os tipos de dores que acometem a
Humanidade?
Há, segundo Druso, três tipos: a dor-evolução, a dor-expiação
e a dor-auxílio. (Ação e Reação, cap. 19, pp. 260 a 262.)
B. Que diferenças existem entre os tipos de dores citados?
A dor-evolução atua de fora para dentro, aprimorando o ser,
e sem ela não haveria progresso. O ferro sob o malho, a semente na cova, o
animal em sacrifício, tanto quanto a criança chorando, irresponsável ou
semiconsciente, para desenvolver os próprios órgãos, sofrem a dor-evolução. A
dor-expiação vem de dentro para fora, marcando a criatura no caminho dos
séculos, detendo-a em complicados labirintos de aflição, para regenerá-la,
perante a Justiça. Quanto à dor-auxílio, disse Druso: "Em muitas ocasiões,
no decurso da luta humana, nossa alma adquire compromissos vultosos nesse ou
naquele sentido. Habitualmente, logramos vantagens em determinados setores da
experiência, perdendo em outros. Às vezes, interessamo-nos vivamente pela
sublimação do próximo, olvidando a melhoria de nós mesmos. É assim que, pela
intercessão de amigos devotados à nossa felicidade e à nossa vitória, recebemos
a bênção de prolongadas e dolorosas enfermidades no envoltório físico, seja
para evitar-nos a queda no abismo da criminalidade, seja, mais frequentemente,
para o serviço preparatório da desencarnação, a fim de que não sejamos colhidos
por surpresas arrasadoras, na transição da morte. O enfarte, a trombose, a
hemiplegia, o câncer penosamente suportado, a senilidade prematura e outras
calamidades da vida orgânica constituem, por vezes, dores-auxílio, para que a
alma se recupere de certos enganos em que haja incorrido na existência do corpo
denso, habilitando-se, através de longas reflexões e benéficas disciplinas,
para o ingresso respeitável na Vida Espiritual". (Obra citada, cap.
19, pp. 260 a
262.)
C. Como foi o reencontro de Druso com sua ex-esposa Aída?
O encontro foi extremamente comovente. Aída – então
desencarnada – trazia o corpo seviciado, que imundos trapos mal cobriam, as
mãos com os dedos em forma de garras e o semblante alterado por terrível
hipertrofia. A mulher exalava nauseante bafio. Ao ver Druso, que a afagava, ela
gritou: "Druso!... Druso!... compadece-te de mim!..." Surpresos com o
fato, André e seus amigos viram o amigo cambalear, quase desfalecente, como se
fora atingido por invisíveis raios de angústia e morte. Silas, que se fizera lívido,
avançou para ele, enlaçando-lhe o busto, como se lhe temesse a queda. Algo
ocorria ali, cujo sentido, de pronto, André não pôde entender. (Obra citada,
cap. 20, pp. 265 e 266.)
N.R. -
Para acessar e ler o texto da semana passada, clique em http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2015/02/o-bem-e-sem-duvida-o-verdadeiro.html
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