Considerações sobre a prece
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Muitos dizem que um
chá de camomila ou erva-cidreira acalma o ânimo, abaixa a adrenalina causada
por susto, ou tristeza, ou uma situação inesperada. Outros dizem que um copo de
água com açúcar, água doce, também pode acalmar o estado de estresse pelo qual um
corpo passa. Há outros chás e muitas maneiras para aquietarem a matéria. No
entanto, há um recurso abençoado que serena, tranquiliza, protege e ampara o
espírito, centelha divina, e, consequentemente, o corpo: a prece.
Este recurso não
possui nenhuma contraindicação, apenas benefícios que transcendem tempo, lugar,
dimensão. Entretanto, requer um estado infalível: a prece de coração puro, a
prece sem palavras difíceis, pura e simplesmente com a linguagem do amor e da
bondade. Quando um pedido, um agradecimento ou um reconhecimento pela nobreza
da vida, criação de Deus, ganham energia verdadeira e humilde, é com a
velocidade do pensamento que a prece atinge, pela permissão divina, o coração
endereçado ou realiza a energia destinada para o nobre fim. A prece é
balsâmica, curadora, protetora, apaziguadora e leva claridade onde antes era só
escuridão.
À medida que
compreendemos o seu benefício, também, assim, começamos a compreender que tudo
na vida se propaga sob a forma de energia e o pensamento é uma das mais
comprovadas maneiras de se considerá-la. O que pensamos, de alguma forma, já
realizamos. Então, a essência do pensamento e do sentimento deve ser
extremamente cautelosa e criteriosa e ainda de total responsabilidade de seu
criador, pois além de ser responsável pela reação do seu ato, é com o criador
que ficará a maior parte da energia criada, ou seja, não importando se a
essência seja benfazeja ou o seu oposto.
Pois bem, a prece é
um dos mais nobres recursos para a centelha começar a entender a vida, pois
favorece o recolhimento, o autoconhecimento, a visão com mais calma e clareza,
a valorização de mais uma existência muito ou pouco desenvolvida, o
despertamento da sabedoria, a compreensão da imensurável essência e, no
semblante, aparência da alma, a esperança e a felicidade começam a ser mais
percebidas.
Quem já apreendeu o
maravilhoso sentido da prece, sentiu o pulso da vida e a bondade divina; a
ternura do sopro fresco durante as tardes de céu azul; o apaziguamento do
coração após uma perturbadora ocasião; a força para o recomeço onde antes era
campo de desilusão; a eternidade da alma através do horizonte restaurador como
o tempo. Quem já apreendeu o abençoado sentido da prece também já aceitou e
começou a levemente compreender que a vida é dádiva para a centelha criada por
Deus e que as existências são personagens que propiciarão ao espírito a
depuração até o seu mais nobre objetivo para um momento longínquo, mas
objetivado: o da condição de espírito puro.
É mais do que
comprovado o benefício da prece no aspecto completo da construção do ser.
Então, o necessário é a vontade de ajudar-se primeiramente com a disciplina do
recolhimento, a neutralização dos maus sentimentos, a bondade em pedir pelo
necessitado e agradecer pela imensidão de nobres realizações, a vontade de se
melhorar, de ser mais essência do que matéria, pois quando observamos a vida em
seus detalhes surpreendentes, a prece sincera é luz a guiar o próprio coração e
muitos outros que não aprenderam ainda esse recurso bendito disponível em todas
as dimensões.
A prece é flor que
nasce para perfumar e harmonizar o nosso eterno jardim e faz desabrochar as
benfazejas características que estão latentes e que imprescindíveis nos são. A
prece é para o espírito, como o alimento é para o corpo; como o ar também é
para os pulmões; como o amor é para o coração.
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