terça-feira, 9 de agosto de 2016

Contos e crônicas



Sempre mais amor de Deus

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Nenhuma deficiência traz conforto e segurança, logo, em qualquer tempo, a ausência de uma capacidade limita o corpo ocasionando certa restrição também para o espírito. No entanto, mesmo na adversidade um pouco mais duradoura, é possível ser feliz, principalmente, se temos o Pai, incomparável, amoroso e justo.
A decisiva característica entre o sorriso indulgente e resignado e o olhar frio e revoltado é a quantidade a mais ou não de sentimentos bondosos, experiências vividas e aprendizado, de fato, adquirido. Na condição na qual ainda nos encontramos, não seria difícil uma longa enumeração de situações negativas, desgostosas, mas muito se esquece, necessárias, diante de um contexto de alguma deficiência.
Quando se menciona justiça, em meio a delicadas circunstâncias, é para reconhecer a oportunidade concedida, pois sabe-se que ninguém é vítima de nenhuma situação que não seja de próprio merecimento, entretanto, todos são amados pela paternidade onipotente que sempre acredita em cada filho e conhece a fundo o seu coração. A partir da clareza de que toda ação possui sua reação, o horizonte se alarga a fim de valorizarmos os encantos da vida e muitas das situações inaceitáveis passam a ser sentidas como bálsamos para a lapidação dos espíritos. Com base nisso, sorrisos sinceros serão mais comuns e o agradecimento por mais uma existência brilhará como o sol na bela manhã de domingo.
Não se discute em nenhum momento a dificuldade que é viver com uma deficiência como a visual, a auditiva, a ausência dos membros inferiores ou superiores, a deficiência de algum órgão ou mente, a inaptidão de células, a ineficiência de qualquer sentido, pois quando o corpo está são, o bem-estar o abraça com suavidade sem angústia física. Entretanto, é possível ser feliz em qualquer circunstância; o espírito é eterno, é centelha indiscutível e abençoada, estamos matéria por enquanto, mas eternamente seremos espíritos e toda prova deverá ser um degrau no terreno da nossa superação.
E quando buscamos em nosso interior, o silêncio e o recolhimento que nos aproximam de Deus, visto que o Pai nunca se distancia de nós, e com a compreensão e o dever animado em nossa reconstrução, na prece diária, na fraternidade, na doação mesmo que de nossa mínima parte, no reconhecimento que ainda em dificuldade, Deus, por amor, tanto já nos aliviou, então, a felicidade e a vontade de viver pulsarão forte na centelha que o que mais deseja é a vida.
O espírito se expandirá quando perceber que há sempre mais venturas do que desventuras e ainda que o corpo sofra algum tipo de impedimento ou limitação, o espírito, cuja maior característica é a liberdade de pensamento e sentimento, poderá estar e viver como desejar, poderá ir a todo lugar e se encontrar com as pessoas desejadas, poderá realizar o que tanto imagina, pois para o espírito não há limite, a não ser que ele mesmo queira se aprisionar.
Sendo assim, nenhuma deficiência é atraso, mas sempre uma reparação a oportunizar o progresso no caminho evolutivo. E se há alguma deficiência na estrada atual, é somente para caminharmos mais lentamente para assim valorizarmos a profícua estrada que só mesmo um Pai com tanta bondade, paciência e amor poderia com incomparável sabedoria nos apresentar.
E diante de qualquer situação haverá sempre mais amor de Deus que pesar do singelo espírito.

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