A perfeição do Cristo e a ignorância da crítica
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
— Bonne nuit, monsieur Emmanuel. Ça va?
— Boa noite, Machado. Eu vou bem, e
você?
— Je
vais bien, merci. Agora falando o português claro, amigo Emmanuel, que
pensa você sobre as informações relativas a universos paralelos, confirmados
pelos estudiosos da física quântica, como, por exemplo, o Dr. Michio Kaku?
— Penso que “O espaço está cheio de
incógnitas para todos os Espíritos. Se os encarnados sentem a existência de
fluidos imponderáveis, que ainda não podem compreender, os desencarnados estão
marchando igualmente para a descoberta de outros segredos divinos que lhes preocupam a mente”.1
— O ser humano já pode dizer que
alcançou o mais alto grau de conhecimento na Terra, e já possui plena condição
de entender a natureza crística, Emmanuel?
— Meu caro Machado, como ousa o homem
atual, que tudo pretende rebaixar às propriedades da matéria, compreender a
natureza de “Jesus, cuja perfeição se perde na noite imperscrutável das eras,
personificando a sabedoria e o amor?”2 Ao ser humano, em cada época, somente é
revelado o que está à altura de sua compreensão.
— Podemos, então, considerar Cristo
como o maior profeta enviado por Deus à Terra, não é mesmo?
— Meu caro Bruxo — permita-me chamá-lo, assim, carinhosamente — os profetas,
cientistas, sábios, filósofos e artistas de todos os tempos, no Mundo,
estiveram e estão a serviço do Cristo. Os que se desviaram da rota traçada
terão de a ela retornar, para refazer seu percurso de evolução infinita,
destino reservado a todas as criaturas, por mais singelas que sejam suas
existências.
— Por que, atualmente, alguns adeptos
do Espiritismo criticam seu aspecto religioso, e outros tentam transmitir a
ideia de que Jesus foi um homem normal, um visionário fracassado no cumprimento
de sua missão entre nós?
— Por ignorância do que lhes expliquei,
nas crônicas 301 e 302, sobre o anúncio dos profetas relativos a sua vinda e os
testemunhos que Jesus daria ao mundo, renovando a concepção equivocada que se
tinha de Deus, como implacável justiceiro a ser temido, e substituindo-a pela
noção de Pai amoroso e bom, que não deseja ver perdida nenhuma das ovelhas
confiadas ao aprisco do Senhor.
Por desconhecerem o Evangelho de amor e
humildade pregado e praticado pelo Messias divino, que não veio modificar as
leis perfeitas de Deus, ao qual nos ensinou tratar como nosso Pai. Por
olvidarem a resposta da questão 625 d’O
Livro dos Espíritos, anotada por Allan Kardec, sobre ser Jesus o ser mais
perfeito que Deus nos concedeu como modelo e guia.
Por não estudarem com o coração posto ao
lado da razão os ensinamentos do Cristo, que nos recomenda amar os próprios
inimigos e retribuir o mal com o bem.
Por julgarem ser mais fácil continuar
com suas paixões e tendências inferiores, apenas admirando a bela teoria do
Cristianismo, que o Espiritismo reaviva, e utilizando-a como instrumento de
poder e dominação sobre seus irmãos.
Enfim, por preservarem o espírito
belicoso e intolerante, que vê um cisco no olho do seu irmão, mas não retira a
trave dos seus próprios olhos, como advertiu Jesus.
— Obrigado, Emmanuel, mas o tempo urge,
assim como o espaço desta crônica. E a querida esposa de Jó aguarda,
ansiosamente, a presença deste junto dela, para que tenham uma noite de sono
sereno...
— Guardemos, então, a paz de nosso
amado Mestre e tenhamos uma boa semana, amigos. Até nosso próximo encontro.
[1] XAVIER, Chico. Emmanuel. Pelo Espírito Emmanuel. 27.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008, p. 15.
[2] Id., p. 25.
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