Programação reencarnatória
Este é o módulo 69 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Podendo escolher uma prova mais suave, por que
muitos Espíritos optam por provas penosas e difíceis?
2. O modo de apreciar a vida terrena se modifica
com a nossa desencarnação?
3. Que leva um Espírito a escolher uma existência
terrena mais árdua e difícil?
4. Há exemplos de opções semelhantes feitas pelos
encarnados?
5. Alguma providência específica adotam os
Espíritos antes de fazerem a escolha das provas?
Texto para leitura
O Espírito pode escolher uma prova muito rude
1. Sob a influência das ideias carnais, o homem,
na Terra, só vê das provas o lado penoso. Eis a razão por que lhe parece
natural sejam escolhidas as provas que, do seu ponto de vista, podem coexistir
com os gozos materiais.
2. Na vida espiritual, porém, compara esses gozos
fugazes e grosseiros com a inalterável felicidade que lhe é dado entrever, e
desde logo nenhuma impressão mais lhe causam os passageiros sofrimentos
terrenos.
3. Assim, pois, o Espírito pode escolher uma prova
muito rude e, conseguintemente, uma angustiada existência, na esperança de
alcançar depressa um estado melhor, como o doente escolhe muitas vezes o
remédio mais desagradável para se curar de pronto.
4. Aquele que intenta ligar seu nome à descoberta
de um país desconhecido não procura trilhar estrada florida. Conhece os perigos
a que se arrisca, mas também sabe que o espera a glória, se lograr bom êxito.
5. A doutrina da liberdade que temos de escolher
as nossas existências e as provas que devamos sofrer deixa de parecer singular,
desde que se entenda que os Espíritos, uma vez desprendidos da matéria,
apreciam as coisas de modo diverso da nossa maneira de apreciá-las. Divisam a
meta, que bem diferente é para eles dos gozos fugidios do mundo.
A existência terrena é uma espécie de cópia da vida espiritual
6. Após cada existência, veem o passo que deram e
compreendem o que ainda lhes falta em pureza para atingirem a meta. Daí o se
submeterem voluntariamente a todas as vicissitudes da vida corpórea,
solicitando as que possam fazer que a alcancem mais rapidamente.
7. Não há, pois, motivo de espanto no fato de o
Espírito não preferir uma existência mais suave. Não lhe é possível, no estado
de imperfeição em que se encontra, gozar de uma vida isenta de amarguras. Ele
sabe disso e, precisamente para chegar a fruí-la, é que trata de se melhorar.
8. Não vemos, aliás, todos os dias exemplos de
escolhas tais? Que faz o homem que passa uma parte de sua vida a trabalhar sem
trégua nem descanso, para reunir haveres que lhe assegurem o bem-estar na
velhice? O militar que se oferece para uma perigosa missão, o navegante que
afronta não menores perigos, por amor da ciência ou no seu próprio interesse,
que é que fazem, senão sujeitar-se a provas voluntárias de que lhes advirão
honras e proveito, se nelas não sucumbirem?
9. A que sacrifícios não se submete ou se expõe o
homem movido por interesses diversos? E os concursos? Não são eles também
provas voluntárias a que as pessoas se sujeitam com vistas a avançarem na
carreira abraçada? Ninguém galga qualquer posição nas ciências, nas artes, na
indústria, senão passando pela série de posições inferiores, que constituem
igualmente outras tantas provas.
10. A existência terrena é, pois, uma espécie de cópia
da vida espiritual. Nela se nos deparam em ponto pequeno todas as peripécias da
outra. Ora, se na existência terrena muitas vezes escolhemos duras provas,
visando a uma posição mais elevada, por que não haveria o Espírito – que
enxerga muito mais longe – de escolher uma existência árdua e laboriosa, desde
que isso o conduza à felicidade eterna?
O encarnado é qual viajante no sopé da montanha
11. Os que dizem preferir terem nascido príncipes
ou milionários assemelham-se aos míopes, que apenas veem aquilo em que tocam.
São como o viajante que atravessa profundo vale ensombrado por espesso
nevoeiro. Ele não logra apanhar com a vista a extensão da estrada por onde vai,
nem os seus pontos extremos. Chegando, porém, ao cume da montanha, abrange com
o olhar quanto percorreu do caminho e quanto ainda lhe resta percorrer.
Divisa-lhe o termo, vê os obstáculos que deve transpor e combina então os meios
mais seguros de atingi-lo.
12. O Espírito encarnado é qual viajante no sopé
da montanha. Desenleado dos liames corpóreos, sua visão a tudo domina, como a
daquele que subiu ao topo do monte. Para o viajor, no termo da sua jornada está
o repouso após a fadiga; para o Espírito, está a felicidade suprema, após as
tribulações e as provas.
13. Dizem os Espíritos que, na erraticidade, eles
se aplicam a pesquisar, estudar, observar, para fazerem sua escolha. Não se
oferece, na vida corpórea, um exemplo desse fato? Não levamos, frequentemente,
anos a procurar a carreira pela qual afinal nos decidimos, certos de ser a mais
apropriada a nos facilitar o caminho da vida?
14. Se numa o nosso intento se malogra, recorremos
a outra. Cada uma das que abraçamos representa uma fase, um período da vida.
Não nos ocupamos cada dia em cogitar do que faremos no dia seguinte?
15. Ora, que são para o Espírito as diversas
existências corporais, senão fases, períodos, dias da sua vida de Espírito? E
fases – entendamos bem – transitórias, passageiras, porquanto a vida espiritual
é que é a vida normal, porque, afinal de contas, somos Espíritos e não um
amontoado de ossos e músculos.
Respostas às questões propostas
1. Podendo escolher uma prova mais suave, por que muitos Espíritos
optam por provas penosas e difíceis?
Sob a influência das ideias carnais, o homem só vê
das provas o lado penoso. Eis a razão por que lhe parece natural sejam
escolhidas as provas que, do seu ponto de vista, podem coexistir com os gozos
materiais. Na vida espiritual, porém, ele compara esses gozos fugazes e
grosseiros com a inalterável felicidade que lhe é dado entrever, e desde logo
nenhuma impressão mais lhe causam os passageiros sofrimentos terrenos. Pode,
pois, escolher prova muito rude e, conseguintemente, uma angustiada existência,
na esperança de alcançar depressa um estado melhor, como o doente escolhe
muitas vezes o remédio mais desagradável para se curar de pronto.
2. O modo de apreciar a vida terrena se modifica com a nossa
desencarnação?
Sim. Os Espíritos, uma vez desprendidos da
matéria, apreciam as coisas de modo diverso da nossa maneira de apreciá-las,
visto que divisam a meta a alcançar, que bem diferente é para eles dos gozos
transitórios do mundo.
3. Que leva um Espírito a escolher uma existência terrena mais árdua e
difícil?
Como não lhe é possível, no estado de imperfeição
em que se encontra, fruir uma vida isenta de amarguras, ele trata de se
melhorar, com o propósito de poder um dia desfrutar uma condição mais suave.
Eis por que aceita, então, as provas que lhe permitam alcançar tal objetivo.
4. Há exemplos de opções semelhantes feitas pelos encarnados?
Sim. O homem que passa uma parte de sua vida a
trabalhar sem trégua nem descanso, para reunir haveres que lhe assegurem o
bem-estar na velhice; o militar que se oferece para uma perigosa missão; o
navegante que afronta não menores perigos, por amor da ciência ou no seu
próprio interesse – eis exemplos de pessoas que se submetem a sacrifícios para
poderem progredir na estrada da vida.
5. Alguma providência específica adotam os Espíritos antes de fazerem a
escolha das provas?
Sim. Dizem os Espíritos que, na erraticidade, eles
se aplicam a pesquisar, estudar, observar, para fazerem a escolha das provas
que devam suportar na existência corpórea. Eis o que modernamente é chamado de
programação reencarnatória.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan
Kardec, itens 258, 259 e 266.
Os Mensageiros, de André Luiz, obra
psicografada por Chico Xavier, pp. 41 a 71.
Nota:
Eis os links
que remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 66 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/02/sensacoes-e-percepcoes-dos-espiritos.html
Módulo 67 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/02/ocupacoes-e-missoes-dos-espiritos-este.html
Módulo 68 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/02/simpatias-e-antipatias-espirituais-este.html
Como consultar as
matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique
neste link: https://goo.gl/ZCUsF8,
e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele nos propicia.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário