sábado, 10 de março de 2018





Perispírito e natureza do espírito

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

— Boa noite, amigos. Que a paz do Senhor Jesus esteja conosco. Hoje, falar-lhes-ei do corpo espiritual, também chamado perispírito, por Allan Kardec.
— Fique à vontade, Emmanuel...
— Obrigado, Machado, que nosso Mestre amado nos inspire as palavras, como sempre, a fim de lhe sermos o mais possível fiel.
Conforme informado a Kardec, na questão número 93 e seguintes d’O Livro dos Espíritos, todos nós, espíritos imortais, somos envolvidos por uma substância invisível ao olhar humano, mas suficientemente grosseira para os que estamos libertos da influência da carne. Essa substância, tirada do fluido universal de cada globo, e que dá forma ao espírito, é o citado perispírito. Este é, em feliz comparação, como se fosse a roupagem do espírito, veste que se modifica “de um mundo a outro” (op. cit., q. 94).
— Isso significa que, se um espírito habitante de um mundo superior à Terra aqui vier, ele terá de utilizar-se de um perispírito mais denso?
— Exatamente, meu caro Bruxo. E você sabe disso tão bem quanto eu. Já foi dito que, nesse caso, o espírito precisa revestir-se de um corpo espiritual mais grosseiro. Algo parecido acontece quando alguém mergulha no fundo do mar ou eleva-se ao espaço, onde não há oxigênio suficiente para sua respiração. A pessoa precisará utilizar-se de escafandro, roupagem especial, capacete, cilindro de ar etc. Sua movimentação, em consequência disso, ficará dificultosa, e a criatura precisará adaptar-se ao novo ambiente.
Assim como o espírito pode modificar as propriedades do seu perispírito e dar-lhe a forma que deseje (op. cit., q. 95), alguém que mude do ambiente atmosférico para o submerso, ou deste para aquele, precisará utilizar a roupa adequada ao novo espaço. Desse modo, dependendo de seu aperfeiçoamento e objetivo, o espírito pode fazer-se mesmo visível com essa roupagem espiritual, e mostrar-se, na forma de uma criança ou de um adulto, a alguém encarnado, sem que o espírito manifestante deixe de possuir controle total de seus movimentos e pensamentos.
— Agora entendi por que alguns espíritos, desencarnados ainda na infância, manifestam-se a nós como crianças.
— Perfeitamente, Bruxo. A diferença é que os espíritos elevados tomam essa forma conscientemente, e os de menos elevação a assumem mecanicamente durante um certo tempo, até que possam recobrar sua plena lucidez como adultos. Há exceções, baseadas em seres de elevada condição moral, cuja lucidez torna-se quase imediata. Leia, em Ave Cristo!, na 2ª parte, cap. 5- 7 dessa obra, narrada por mim a Chico Xavier, o caso do menino de 11 anos que, ao desencarnar com o pai adotivo, ambos martirizados, imediatamente reassumiu sua personalidade da última desencarnação na idade adulta. A surpresa e emoção daquele momento fica para o leitor curioso dessa obra, que vale a pena ler na íntegra.
— Isso mesmo, Emmanuel, vamos ler mais. A literatura espírita é riquíssima. Na obra Nosso Lar, psicografada pelo Chico, o espírito André Luiz informa-nos da importância dos cuidados dispensados a esses espíritos falecidos em tenra idade. Veja o que diz a mãe de Lísias a André: “— Quando o Ministério do Auxílio me confia crianças ao lar, minhas horas de serviço são contadas em dobro [...]” (op. cit., cap. 20).
— Vejo que você estudou as obras de André e as minhas, psicografadas pelo médium mineiro, Machado. Obrigado. O conhecimento do perispírito é fundamental ao nosso discernimento sobre o processo de encarnação e reencarnação, na Terra.
— Era sobre isso que eu estava pensando, Emmanuel. Suas explicações suscitaram-me três perguntas:
1ª) Nos mundos superiores à Terra, como se dá a encarnação e reencarnação do espírito?
2ª) A encarnação de um espírito provindo de mundo eterizado, cujo perispírito é muitíssimo menos denso do que o nosso, teria de submeter-se às leis da Natureza de nosso orbe?
3ª) E se essas leis estivessem previamente submetidas à sua própria vontade e direção superior, ele poderia ou não modificá-las, quando encarnasse, por vez primeira, nesse mundo formado por ele?
— Boas perguntas, amigo Bruxo do Cosme Velho, mas o espaço não mais nos permite divagações. Deixemos as respostas às suas indagações para futura crônica.
Que o Senhor da Vida continue abençoando nossos humildes esforços no aprendizado e no exercício do amor.
Oui, merci. A bientôt, mon monsieur Emmanuel.






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