Os exilados de Capela e o
paraíso perdido
Este é o módulo 73 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Adão e Eva foram os primeiros seres humanos a
habitar a Terra?
2. A migração de Espíritos entre os diferentes
planetas constitui uma regra ou é uma exceção?
3. Que ensina o Espiritismo acerca dos exilados de
Capela?
4. Qual é o significado, segundo o Espiritismo, da
alegoria pertinente à árvore da ciência?
5. Os exilados de Capela já retornaram ao seu
planeta de origem?
Texto para leitura
As migrações de Espíritos entre os planetas é fato comum
1. Moisés relata no Gênesis a história de Adão e Eva, que teriam sido – segundo a
interpretação literal das Escrituras – os primeiros seres humanos a habitar a
Terra. Criados por Deus, eles viviam num jardim de delícias: o Éden bíblico,
mas, tentados pela serpente, comeram o fruto proibido da árvore da ciência e
foram expulsos do paraíso. Como consequência, sua sobrevivência dependeria, a
partir de então, do seu próprio trabalho.
2. Essa explicação, adequada ao nível de
compreensão do povo judeu da época de Moisés, não pode ser aceita como verdade
absoluta nos tempos atuais, em que o progresso intelectual e científico é mais
apurado. Com efeito, as teorias que identificam nos seres humanos o resultado
do aprimoramento biológico, ao longo dos milênios, de organismos primitivos que
povoaram inicialmente a Terra, são hoje amplamente difundidas, aceitas pela
comunidade científica e confirmadas pelo Plano Espiritual.
3. As recentes descobertas da Antropologia e da
Arqueologia não só têm confirmado essas teorias como fornecido argumentos em
favor da tese do povoamento simultâneo de várias regiões do planeta, por meio
de povos que, embora oriundos de uma única raça – a raça humana –, apresentavam
característicos físicos distintos, o que explica sua origem diversificada e seu
desenvolvimento independente.
4. A simbologia da narrativa bíblica reflete um fenômeno
usual no processo de desenvolvimento e evolução dos orbes e dos Espíritos que
os habitam. Os mundos progridem através do crescimento em moralidade e
sabedoria dos seres que neles vivem. Quando um planeta atinge uma fase de
culminância em sua transição evolutiva, os Espíritos que não acompanharam o
progresso geral do orbe e se tornaram ali elementos de perturbação do bem-estar
da coletividade são conduzidos a mundos menos adiantados, onde aplicarão sua inteligência
e a intuição dos conhecimentos adquiridos em benefício do progresso daqueles
que ali habitam.
5. Tais Espíritos expiarão, no contato com as
difíceis condições de vida do seu novo ambiente e entre povos mais atrasados,
as faltas passadas e o endurecimento voluntário, sofrendo o guante da dor que
os impulsionará à renovação. Essas migrações entre os diversos mundos do
Universo são periódicas e podem efetuar-se com os elementos de um povo ou de um
planeta.
Os exilados de Capela exerceram na Terra um papel importante
6. No Gênesis,
Moisés registra as reminiscências de um grupo de Espíritos, personificados em
Adão e Eva, que migrou para a Terra, proveniente de um planeta do sistema
orbital da estrela chamada Cabra ou Capela, pertencente à constelação do
Cocheiro. Há milênios – informa Emmanuel em seu livro A Caminho da Luz – esse planeta capelino, que guarda muitas
afinidades com a Terra, atingira a culminância de um dos seus extraordinários
ciclos evolutivos. Alguns milhões de Espíritos rebeldes lá se encontravam
dificultando a consolidação das penosas conquistas de um povo que, no geral,
era imbuído de virtudes e fizera jus à concórdia, para a edificação dos seus
elevados programas de trabalho.
7. As grandes comunidades espirituais, diretoras
do Cosmo, deliberaram, então, localizar aquelas entidades rebeldes em nosso
mundo, onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente,
as grandes conquistas do coração, ao mesmo tempo que impulsionariam o progresso
intelectual dos seus irmãos intelectualmente inferiores.
8. Na dor do seu exílio e da separação de seus
entes queridos, foram eles recebidos por Jesus, que, com suas amorosas advertências,
despertou-lhes as esperanças de redenção no porvir e os convidou à cooperação
fraterna para o aprimoramento dos povos primitivos que habitavam nosso planeta.
A eles, Jesus prometeu a assistência cotidiana e sua vinda futura, para
indicar-lhes o caminho que lhes possibilitaria o retorno ao paraíso perdido.
9. Com o auxílio daqueles Espíritos aflitos e
endividados, que reencarnaram em diferentes regiões da Terra já habitadas pelos
povos primitivos, as falanges de Jesus procederam ao aperfeiçoamento dos
caracteres biológicos dos seres humanos que aqui reencarnariam e lançaram as
bases do progresso e da civilização no planeta. Vivendo entre povos primitivos,
ainda em situação de barbárie, os exilados de Capela sentiram-se degredados,
conduzidos a ambiente rude, para expiar suas faltas; mas, intuitivamente,
almejavam o retorno ao paraíso
perdido, cuja lembrança na esfera da intuição propagou-se através das gerações
e foi relatada, de forma alegórica, nas páginas bíblicas.
10. A figura de Adão deve ser compreendida, portanto,
como símbolo da humanidade terrena. Sua desobediência às determinações divinas
representa a infração das leis do bem, em que incorreram os homens,
particularmente os exilados do sistema capelino, ao se deixarem dominar pelos
instintos materiais. A árvore da ciência é uma alegoria relativa à
possibilidade de o homem discernir entre o bem e o mal, através do progresso
intelectual e do consequente desenvolvimento do seu livre-arbítrio, que
acarreta a responsabilidade por seus atos.
Muitos exilados de Capela ainda continuam na Terra
11. O fruto da árvore da ciência, que floresce no
meio do “jardim das delícias”, corresponde ao produto da evolução material e se
constitui no objeto dos desejos materiais do homem. Comer o fruto é deixar-se
vencer pelas sensações da matéria, em detrimento das conquistas espirituais que
cumpre realizar.
12. A árvore da vida simboliza a vida espiritual,
é referência às conquistas em moralidade e demais bens do Espírito, que o orbe
capelino efetivara e de que os exilados não poderiam aproveitar, por se haverem
desarmonizado com o ambiente espiritual daquele planeta.
13. A serpente simboliza, pelas suas formas e modo
de locomoção, a sinuosidade dos maus conselhos que, contornando os obstáculos
da consciência, conseguem atingir o ser, ao encontrar os resquícios da
inferioridade no âmago do seu coração.
14. Desse modo, os ensinamentos espíritas
relativos à chamada raça adâmica esclarecem o mito registrado no Gênesis e
fornecem explicação racional para as reminiscências das promessas da vinda do
Messias, encontradas em diversas comunidades terrenas.
15. Grande número dos Espíritos exilados só pôde
retornar ao seu orbe de origem depois de muitas existências na Terra. Alguns,
todavia, ainda se encontram por aqui, devido ao seu endurecimento no mal.
Respostas às questões propostas
1. Adão e Eva foram os primeiros seres humanos a habitar a Terra?
Não. As recentes descobertas da Antropologia e da
Arqueologia têm fornecido argumentos em favor da tese do povoamento simultâneo
de várias regiões do planeta, por meio de povos que, embora oriundos de uma
única raça – a raça humana –, apresentavam característicos físicos distintos, o
que explica sua origem diversificada e seu desenvolvimento independente.
2. A migração de Espíritos entre os diferentes planetas constitui uma
regra ou é uma exceção?
As migrações entre os diversos mundos do Universo
são periódicas e podem efetuar-se com os elementos de um povo ou de um planeta.
3. Que ensina o Espiritismo acerca dos exilados de Capela?
Os chamados exilados de Capela são uma referência
a um grupo de Espíritos, personificados em Adão e Eva, que migraram para a
Terra, provenientes de um planeta do sistema orbital da estrela chamada Cabra
ou Capela. Há milênios – informa Emmanuel em seu livro A Caminho da Luz – esse planeta capelino, que guarda muitas
afinidades com a Terra, atingira a culminância de um dos seus extraordinários
ciclos evolutivos. Alguns milhões de Espíritos rebeldes lá se encontravam
dificultando a consolidação das penosas conquistas de um povo que, no geral,
era imbuído de virtudes e fizera jus à concórdia, para a edificação dos seus
elevados programas de trabalho. As grandes comunidades espirituais, diretoras
do Cosmo, deliberaram, então, localizar aquelas entidades rebeldes em nosso
planeta, onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu
ambiente, as grandes conquistas do coração, ao mesmo tempo que impulsionariam o
progresso intelectual dos seus irmãos intelectualmente inferiores.
4. Qual é o significado, segundo o Espiritismo, da alegoria pertinente
à árvore da ciência?
O fruto da árvore da ciência, que florescia no
meio do “jardim das delícias”, corresponderia ao produto da evolução material e
se constituiria no objeto dos desejos materiais do homem. Comer esse fruto
equivaleria a deixar-se vencer pelas sensações da matéria, em detrimento das
conquistas espirituais que nos cumpre realizar.
5. Os exilados de Capela já retornaram ao seu planeta de origem?
Em parte, sim. Alguns, todavia, ainda se encontram
por aqui, devido ao seu endurecimento no mal.
Bibliografia:
A Gênese, de Allan Kardec, cap. 11, itens 38 a 49, e cap.
12, itens 2 a 26.
A Caminho da Luz, de Emmanuel, psicografado
por Francisco Cândido Xavier, pág. 34.
Nota:
Eis os links
que remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 70 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/03/morte-corporea-e-desencarnacao-este-e-o.html
Módulo 71 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/03/perturbacao-espiritual-apos-morte-este.html
Módulo 72 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/03/as-penas-eternas-na-visao-espirita-este.html
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