O Fenômeno
Espírita
Gabriel Delanne
Parte 10
Damos sequência ao estudo do clássico O Fenômeno Espírita, de Gabriel Delanne, conforme o texto da 4ª
edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, com base em tradução de
Francisco Raymundo Ewerton Quadros. O estudo será aqui apresentado em 12
partes.
Nosso objetivo é que este estudo possa servir para o leitor
como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. Que disse Delanne a respeito das ideias de Lombroso?
B. Diante da exuberância de provas trazidas pelos próprios
Espíritos, como Delanne classifica as teorias materialistas?
C. Que conselho Delanne nos dá a propósito das obras de
Allan Kardec?
D. Que condições são necessárias para o êxito de uma sessão
espírita?
Texto para
leitura
150. Lombroso caiu, diz Delanne, no mesmo engano em que se
precipitaram os Srs. Babinet, Faraday, Chevreul e tantos outros. Ora, como pode
um homem de ciência, depois de assistir apenas a duas sessões, formular toda uma
teoria sobre o assunto? Viu ele, porventura, todos os fenômenos produzidos
pelos Espíritos? Viu a escrita direta, as fotografias de Espíritos, as
moldagens? Não. Lombroso examinou uma diminuta parcela dos fatos espíritas e,
apesar disso, não teme proclamar haver descoberto a causa desses fenômenos.
(PP. 194 e 195)
151. Admitamos que Eusápia seja neuropata e histérica.
Suponhamos mesmo que ela carregue todas as anomalias imagináveis do sistema
nervoso. Explicará isso – pergunta Delanne –: 1º - o passeio da campainha pelo
espaço? 2º - o deslocamento de um grande móvel, como se fosse um paquiderme? 3º
- o puxamento da barba de um dos respeitáveis professores presentes à sessão? 4º
- o transporte do prato de farinha? (Os quatro fenômenos mencionados foram
presenciados e relatados por Lombroso.) (P. 196)
152. O professor Vizioli, presente na experiência, sentiu
um contato de mão pequena e fria. Como a força do médium – indaga Delanne –
poderia transformar-se em mão? (P. 196)
153. Assim argumentando e mostrando a insuficiência das
explicações do professor Lombroso, Delanne rebate, uma a uma, as hipóteses
estapafúrdias do eminente cientista, as quais, na verdade, não diferem muito de
outras teorias formuladas anteriormente por outros opositores das ideias
espíritas, como o sr. Pierre Janet. (PP. 196 a 198)
154. Concluindo sua análise, Delanne grafou este conselho:
“Que o professor Lombroso estude mais e, talvez, melhor instruído, encontre
enfim uma explicação menos banal e mais adequada aos fatos, tais são os nossos
votos”. Não se sabe se Lombroso tomou conhecimento deste conselho, mas, sem
dúvida, Delanne foi um sábio em sua previsão. (P. 198)
155. Fechando o capítulo, diz Delanne que todos aqueles que
têm um nome no domínio das ciências foram chamados a se pronunciarem, e os
mestres mais competentes, quando aplicaram tempo suficiente às investigações
espíritas, proclamaram a incontestável realidade das manifestações. Por sua
vez, os Espíritos, não se contentando em falar pela mesa e pela escrita, não
satisfeitos em se fazerem ver ou ouvir, escrevem diretamente, aparecem aos
olhos de toda uma assembleia, deixam-se fotografar e, como lembrança da sua
passagem, permitem que partes de seu corpo sejam reproduzidas, na mais cabal e
menos contestável prova da existência da alma depois da morte corporal. (P.
199)
156. Diante dessa exuberância de provas, as teorias
materialistas não são mais que orgulhosas declarações, sem apoio real. As
religiões sentem desabar a sua andaimaria de dogmas e de mistérios. E, sobre
essas ruínas amontoadas, paira a alta e serena doutrina da imortalidade,
perpetuando a vida inesgotável através do infinito dos tempos. (P. 199)
157. É pelo estudo do mundo de além-túmulo que se explicam
as dificuldades da vida terrena. É na Erraticidade que se verifica a execução
dessa justiça, tantas vezes desfalecente em nosso mundo. É aí, enfim, que se
encontra essa felicidade, em cuja procura aqui se gasta a vida inteira, e onde
o Espírito, desembaraçado dos cuidados materiais, pode entrever a verdadeira
fraternidade: o amor sem limites de cada um por todos e de todos por cada um.
(PP. 199 e 200)
158. “Espalhemos profusamente estas ideias – propõe Delanne
–, elevemos o coração até essas alturas serenas donde o egoísmo é banido, e
teremos feito uma obra de bons cidadãos, e teremos preparado o advento do
reinado da verdade, que é concórdia e fraternidade.” (P. 200)
159. O Espiritismo, diz Delanne, não é uma religião: não
tem dogmas nem mistérios nem ritual. É uma ciência de experimentação, da qual
emanam consequências morais e filosóficas cuja importância é considerável.
Allan Kardec devotou-se pacientemente a esse trabalho e suas obras encerram os
dados mais completos que possuímos acerca do mundo de além. Há trinta e cinco
anos que vemos diariamente verificados todos os seus ensinos, podendo julgar-se
de seu valor por não terem sido contraditados. (N.R.: A definição do
Espiritismo como ciência segue a linha e os mesmos motivos adotados por Kardec.
O Codificador explicou bem isso na Revista Espírita de dezembro de 1868, pág.
351.) (P. 201)
160. Dito isto, Delanne assevera: “Nada podemos fazer de
melhor que convidar os investigadores a se aprofundarem no estudo das obras
desse eminente homem; nelas encontrarão resposta a todas as questões
embaraçantes e, seja qual for o assunto, vê-lo-ão elucidado de um modo claro e
lógico”. Em seguida, diz ele que seu trabalho aqui é resumir, abreviar as
instruções relativas à evocação dos Espíritos, mas convida todos a lerem O Livro dos Médiuns, para os
desenvolvimentos que os limites desta obra não permitem dar. (P. 201)
161. Uma das primeiras condições, quando se pretende evocar
os mortos, é a concentração. Não há, para isso, necessidade de preces, mas a
calma e o recolhimento são condições indispensáveis a uma boa reunião. (N.R.: A
prece na abertura das sessões mediúnicas é expressamente recomendada nas obras
de Kardec, sobretudo pelo Espírito de Santo Agostinho, o que pode ser
verificado em O Livro dos Médiuns.)
(P. 202)
162. Tanto quanto possível, diz Delanne, é necessário que a
reunião se dê no mesmo local, nos mesmos dias da semana e às mesmas horas,
embora essa recomendação não tenha um valor absoluto. (P. 202)
Respostas às
questões preliminares
A. Que disse
Delanne a respeito das ideias de Lombroso?
Ele rebateu, uma a uma, as hipóteses estapafúrdias do
eminente cientista, as quais, na verdade, não diferiam muito de outras teorias
formuladas anteriormente por outros opositores das ideias espíritas, como o sr.
Janet. Concluindo a análise, Delanne grafou este conselho: “Que o professor
Lombroso estude mais e, talvez, melhor instruído, encontre enfim uma explicação
menos banal e mais adequada aos fatos, tais são os nossos votos”. (O Fenômeno Espírita, págs. 194 a 198.)
B. Diante da
exuberância de provas trazidas pelos próprios Espíritos, como Delanne
classifica as teorias materialistas?
Ele as considera como simples declarações, eivadas de
orgulho e sem apoio real. (Obra citada, págs. 199 e 200.)
C. Que conselho
Delanne nos dá a propósito das obras de Allan Kardec?
Depois de dizer que as obras de Kardec encerram os dados
mais completos que possuímos acerca do mundo de além, com a vantagem de jamais
haverem sido contraditados, Delanne acrescentou: “Nada podemos fazer de melhor
que convidar os investigadores a se aprofundarem no estudo das obras desse
eminente homem; nelas encontrarão resposta a todas as questões embaraçantes e,
seja qual for o assunto, vê-lo-ão elucidado de um modo claro e lógico”. (Obra
citada, pág. 201.)
D. Que
condições são necessárias para o êxito de uma sessão espírita?
Uma das primeiras condições, quando se pretende evocar os
mortos, é a concentração. A calma e o recolhimento são condições indispensáveis
a uma boa reunião. É necessário também, sempre que possível, que a reunião se
dê no mesmo local, nos mesmos dias da semana e às mesmas horas, embora essa
recomendação não tenha um valor absoluto. (Obra citada, pág. 202.)
Observação:
Eis os links que remetem aos três
últimos textos:
Parte 7 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/01/o-fenomenoespirita-gabriel-delanne_25.html
Parte 8 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/02/o-fenomenoespirita-gabriel-delanne.html
Parte 9 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/02/o-fenomenoespirita-gabriel-delanne_8.html
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