quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019




A obsessão e suas principais
variedades

Este é o módulo 118 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Quais são, segundo Kardec, as principais variedades de obsessão?
2. Em que se distingue a subjugação da fascinação?
3. Que é obsessão simples?
4. Existem outras formas de obsessão além da mais conhecida em que um desencarnado atua sobre um indivíduo encarnado?
5. Como pode um indivíduo encarnado obsidiar um Espírito desencarnado?

Texto para leitura

A obsessão apresenta graus diversos, de que resultam efeitos variáveis
1. Vimos que a obsessão pode ser entendida como o domínio que alguns Espíritos de natureza inferior costumam exercer sobre certas pessoas. Esse domínio apresenta graus variáveis, de que resultam efeitos também variáveis em grau e complexidade. 
2. As principais variedades de obsessão são, segundo Kardec, a obsessão simples, a fascinação e a subjugação: 
Obsessão simples: Verifica-se a obsessão simples quando um Espírito moralmente inferior se impõe a um médium, intromete-se nas comunicações contra a vontade do médium, impede que este se comunique com outros Espíritos e substitui os Espíritos que são evocados. Qualquer médium, principalmente quando lhe falta experiência, pode ser enganado por Espíritos mal-intencionados. O que, no entanto, caracteriza a obsessão simples é a persistência de um Espírito em perturbar as comunicações e a dificuldade que o médium encontra para livrar-se desse inconveniente.
Fascinação – A fascinação é entendida como uma ilusão criada diretamente pelo Espírito no pensamento do médium, inibindo seu discernimento ou sua capacidade de julgar as comunicações. O médium fascinado não se considera enganado. O obsessor consegue impedi-lo de reconhecer o engano, mesmo quando a mistificação é grosseira ou ridícula. As consequências da fascinação são mais graves, uma vez que o obsessor dirige a vítima, fazendo-a aceitar as mais absurdas teorias e ideias. Os Espíritos obsessores são geralmente, nos casos de fascinação, bastante espertos e ardilosos. 
Subjugação – A subjugação é um envolvimento que anula a vontade da pessoa, fazendo-a agir de acordo com a vontade do obsessor. O obsidiado fica subordinado a um verdadeiro jugo. A subjugação pode ser moral ou corpórea. No primeiro caso, a pessoa é obrigada a tomar decisões quase sempre absurdas e comprometedoras; no segundo caso, o Espírito age sobre a organização física, provocando desde movimentos involuntários simples até lesões graves no corpo do encarnado.

Há várias formas de obsessão, não só de desencarnado sobre encarnado
3. Entendendo a obsessão como o domínio de uma mente sobre outra mente, ou seja, um processo de transmissão mental, compreende-se que ela pode apresentar outras características além daquela até aqui focalizada, ou seja, a atuação de um Espírito desencarnado sobre um encarnado. 
4. Existem, em grande número, pessoas obsidiando pessoas. Caracterizam-se estas pela capacidade que têm de dominar mentalmente aqueles que elegem como vítimas. Esse domínio mascara-se com os nomes de ciúme, inveja, paixão ou ânsia de poder, e é exercido muitas vezes de maneira tão sutil, que a pessoa dominada julga-se extremamente amada e até mesmo protegida. Trata-se de obsessão de encarnado sobre encarnado. O marido que subjuga a esposa ou a esposa que tiraniza o marido são expressões desse tipo de obsessão.
5. O mesmo drama do domínio de uma mente sobre outra desenrola-se igualmente no plano espiritual. É a obsessão de desencarnado sobre desencarnado. Situações que ocorrem na erraticidade são muitas vezes reflexo daquelas que ocorrem na Crosta terrestre, e vice-versa.

A obsessão recíproca é uma das modalidades de obsessão
6. Conquanto possa parecer difícil, a obsessão também acontece de um Espírito encarnado sobre um desencarnado. É um fato mais frequente do que se pensa, pois muitas criaturas humanas vinculam-se obstinadamente aos entes amados que as precederam no túmulo. 
7. Expressões de amor egoísta e possessivo levam à fixação mental naqueles que desencarnaram, retendo-os às reminiscências da vida terrestre, não lhes permitindo o equilíbrio necessário para enfrentar a nova situação na vida espiritual. Idêntico processo verifica-se quando o sentimento que domina o encarnado é de ódio, revolta etc.
8. Finalmente, a obsessão pode assumir ainda a expressão de obsessão recíproca. Assim como as almas afins e voltadas para o bem cultivam a convivência amiga e fraterna, existem criaturas que permutam vibrações de natureza inferior com as quais se comprazem. É uma espécie de obsessão recíproca, que tanto pode ocorrer entre encarnados quanto entre desencarnados, ou ainda entre estes e aqueles.

Respostas às questões propostas

1. Quais são, segundo Kardec, as principais variedades de obsessão?
São a obsessão simples, a fascinação e a subjugação. 
2. Em que se distingue a subjugação da fascinação?
A fascinação é entendida como uma ilusão criada diretamente pelo Espírito no pensamento do médium, inibindo seu discernimento ou sua capacidade de julgar as comunicações. O médium fascinado não se considera enganado. O obsessor consegue impedi-lo de reconhecer o engano, mesmo quando a mistificação é grosseira ou ridícula. A subjugação é um envolvimento que anula a vontade da pessoa, fazendo-a agir de acordo com a vontade do obsessor. O obsidiado fica subordinado a um verdadeiro jugo, que pode ser moral ou corpóreo. 
3. Que é obsessão simples?
Verifica-se a obsessão simples quando um Espírito moralmente inferior se impõe a um médium, intromete-se nas comunicações contra a vontade do médium, impede que este se comunique com outros Espíritos e substitui os Espíritos que são evocados. O que, no entanto, caracteriza a obsessão simples é a persistência de um Espírito em perturbar as comunicações e a dificuldade que o médium encontra para livrar-se desse inconveniente.
4. Existem outras formas de obsessão além da mais conhecida em que um desencarnado atua sobre um indivíduo encarnado?
Sim. Entendendo a obsessão como o domínio de uma mente sobre outra mente, ou seja, um processo de transmissão mental, compreende-se que ela pode apresentar outras formas além da mencionada. 
5. Como pode um indivíduo encarnado obsidiar um Espírito desencarnado?
A obsessão de um Espírito encarnado sobre um desencarnado é mais frequente do que se pensa, pois muitas criaturas humanas vinculam-se obstinadamente aos entes amados que as precederam no túmulo. Expressões de amor egoísta e possessivo levam à fixação mental naqueles que desencarnaram, retendo-os às reminiscências da vida terrestre, não lhes permitindo o equilíbrio necessário para enfrentar a nova situação na vida espiritual. Idêntico processo verifica-se quando o sentimento que domina o encarnado é de ódio, revolta etc.

Bibliografia:
A Gênese, de Allan Kardec, cap. XIV, itens 45 a 49.
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, itens 237 a 254.
Obras Póstumas, de Allan Kardec, 1a parte, item 58.
Nos Bastidores da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, psicografado por Divaldo P. Franco, pp. 28 e 29.
Obsessão/Desobsessão, de Suely Caldas Schubert, pp. 34 a 41.


Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:





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