Pássaros,
flores, estrelas
(O início da paz de
espírito)
CÍNTHIA
CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Havia carreiras e mais carreiras de fartos pés de
laranja. Eles seguiam uma doce simetria; também, vistos de longe, os pés
pareciam flores abertas, pelos pesos de seus frutos envergando os galhos.
Os pássaros, tão bem alimentados e calmos naquele
lugar, voavam, normalmente, por ali mesmo, já que tanta beleza ali mesmo havia.
O vento era sempre mais suave. E tanto os pássaros quanto os pés de laranja não
se desequilibravam. Era mais harmonia que assimetria.
E as poucas pessoas que viviam no lugar eram ainda
mais em paz e amorosas. As borboletas, com colorido forte, ali também sorriam.
Não só o laranjal, mas todos os outros pés de frutas eram completos da doçura
de seus frutos. Tudo a seu tempo acontecia, nem antes nem depois, sem nenhuma
imposição, tudo naturalmente vivia.
Os outros animais eram também mais mansos que
eufóricos e o seu olhar brilhava tanto de dia como estrelas na noite. E
passeavam por ali, iam por onde queriam e tão prontamente voltavam mais ao
escurecer. E tinham comida em abundância, água fresca e a liberdade pura que
deseja voltar.
Havia os campos de flores com cores que alegram a
alma, com detalhes impressionantes nas tão miudinhas pétalas. O perfume se
dispersava pela corrente do vento... sempre mais suave. A carreira das tulipas
era mais pele de pêssego e poesia. A das rosas era a lembrança das mães amadas.
A das margaridas era o abraço aconchegante no momento de dor. E a última, a dos
girassóis, reluzia o amarelo ouro que insistentemente procura a luz da vida,
Deus.
A compreensão de que tudo ganha sentido nasce
quando o valor das verdades reais sobrepõe às ilusões humanas efêmeras.
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Adorei. Quero ler e decorar sempre.Parabens para a Cinthia. Bjs.
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