Vontade, pensamento e ação
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Após sua publicação d’O Livro dos Espíritos, em 18 de abril de
1857, Allan Kardec optou por também editar, com recursos pessoais, um periódico
que não apenas servisse como aprofundamento às 501 questões da primeira edição
daquela obra básica, como também a ampliasse, a partir de sua segunda edição,
para 1.019 questões.
Além disso, a Revista Espírita, nome que deu ao periódico, serviria como
laboratório experimental para a ampliação de sua obra, que se desdobraria
noutras quatro: O Livro dos Médiuns, O
Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese. Isso sem nos
referir a livros como Instrução Prática
Sobre as Manifestações Espíritas, O
Espiritismo na Sua Expressão mais Simples e outros opúsculos.
Na Revista
Espírita de janeiro de 1858, em: Respostas
dos Espíritos a algumas perguntas, Kardec acha estranho que os Espíritos
possam agir sobre a matéria. Em consequência disso, é informado que o Espírito
age por si mesmo, com base no que viria a ser chamado, mais tarde de perispírito, ou seja “laço que une o
Espírito à matéria”.
Na observação logo abaixo, é explicado
que esse laço é “impalpável”, mas nele está a “causa primeira de todos os
nossos movimentos voluntários”, assim como “a eletricidade derruba, levanta e
transporta massas inertes”. Vamos entender, por fim, que a causa inicial da
ação sobre o “agente físico” é a “inteligência que age sobre esse agente”.
Assim como o pensamento age sobre nossos membros, mas são estes que se movem, e
não o pensamento, é pela ação da vontade do Espírito, atuando sobre seu
perispírito, que este é capaz de agir sobre a matéria.
E onde se situa a vontade? Explica-nos
o Espírito Emmanuel que a vontade é que governa “todos os setores da ação
mental”, que ele classifica em desejo, inteligência, imaginação, memória, além
dos “que definem os investimentos da alma” (in: XAVIER, Chico. Pensamento e Vida, cap. 2).
Sem a vontade, explica-nos o venerando
guia espiritual daquele que foi eleito O
Maior Brasileiro de Todos os Tempos,
O desejo pode comprar ao engano
aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a inteligência pode aprisionar-se
na enxovia da criminalidade, a imaginação pode gerar perigosos monstros na
sombra, e a memória, não obstante fiel à sua função de registradora, conforme a
destinação que a natureza lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento.
Só a vontade é suficiente forte para
sustentar a harmonia do Espírito.
Em verdade, ela não consegue impedir a
reflexão mental, quando se trate da conexão entre os semelhantes, porque a
sintonia constitui lei inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina sobre
os elementos que administra, de modo a mantê-los coesos na corrente do bem (op.
cit.).
Fomos criados à “imagem e semelhança de
Deus”, por sermos seus filhos, ou seja, Espíritos imortais, que têm por
destinação a perfeição. Assim sendo, é imprescindível que disciplinemos nossa
vontade para a ação permanente no bem. Isso porque, sendo Deus puro Amor,
somente pensando no Amor e agindo com Amor poderemos ser felizes.
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário