O porquê da
vida
Léon Denis
Parte 12
Damos sequência ao estudo do clássico O porquê da vida, de Léon Denis, com base na 14ª edição publicada
pela Federação Espírita Brasileira. O estudo será aqui apresentado em 13
partes.
Nossa expectativa é que ele sirva para o leitor como uma
forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. Giovana admitia a reencarnação?
B. Como Giovana via o nosso planeta?
C. Que função exercem na vida a dor e o sofrimento?
Texto para
leitura
146. Giovana, apesar de frequentar a igreja de Gravedona,
admitia também a doutrina da reencarnação. Suas ideias nesse sentido eram
claras: “Uma existência não pode bastar para nos habilitar a atingir a
perfeição”, raciocinava a moça. (P. 141)
147. Maurício confessou-lhe ter também ideias parecidas,
mas disse não compreender por que, se a reencarnação era um fato, a lembrança
do passado se apaga de nossa memória. “Porque os tumultos e as ocupações da
vida material nos distraem da observação íntima de nós mesmos”, explicou
Giovana. “Muitas reminiscências de minhas vidas de outrora voltam-me ao
espírito”, acrescentou ela. “Creio que muitas pessoas poderiam reconstruir suas
existências passadas, analisando seus gozos e seus sentimentos.” (P. 142)
148. A admiração que se tinha despertado no espírito de
Maurício no seu primeiro encontro com Giovana ia aumentando à medida que melhor
aprendia a conhecê-la. Na verdade, não era apenas admiração: era amor. Maurício
estava amando. E cada dia que passava descobria em Giovana uma nova qualidade.
(P. 144)
149. Autorizada pela velha tia de Giovana, Maurício pôde
frequentar sua casa, repetindo as visitas, que ele passou a fazer com
frequência, iniciando-se entre os dois jovens um período de entretenimentos
prolongados, de longas conversas, durante as quais suas almas se expandiam em
mútuas confidências. E eles, mais e mais se aproximando, aprendiam ainda mais a
se amarem. (P. 146)
150. O dia dos esponsais logo foi marcado e tudo se
preparou para a festa íntima, na qual deviam tomar parte somente dois ou três
velhos amigos. (P. 146)
151. Na véspera, Maurício e Giovana foram passear pelo
campo e ela falou-lhe ainda uma vez de suas convicções. Mirando os astros, a
noiva disse a Maurício: “Muitas vezes tenho visitado esses mundos. Os
protetores, amigos invisíveis, levam-me quase todas as noites para essas
regiões celestes. Apenas fecho os olhos, um grupo de Espíritos, de compridas
vestimentas flutuantes, de fonte resplandecente, cercam-me. Vejo minha própria
alma que, semelhante a eles, se desprende de meu corpo e os segue”. (PP. 148 e
149)
152. Giovana contou-lhe então os cenários contemplados
nesses planetas onde os habitantes, dotados de corpos sutis e aéreos,
facilmente se elevam aos ares e agem sobre os fluidos leves e coloridos que
constituem a atmosfera de seus mundos, dando-lhe mil formas, mil aspectos
diferentes. (P. 149)
153. Após descrever os palácios e demais construções
imponentes que se erguem em tais mundos, Giovana afirmou que seus habitantes
não conhecem o frio nem a fome, e quase que nem a fadiga. “Sua existência é
muito simples”, informou ela. “Empregam-na em se instruírem, em estudarem o
Universo, em penetrarem suas leis físicas e morais.” E aditou: “Mas a prática
das virtudes é sobretudo o seu objetivo”. (P. 150)
154. Maurício indagou se era para esses mundos que iam os
homens virtuosos que deixavam a Terra. “Muitos graus há a transpor antes de se
obter acesso nesses mundos”, respondeu a noiva. “Eles são os últimos degraus da
vida material e os seres que os povoam, diáfanos e leves para nós, são ainda
grosseiros e pesados, comparados aos Espíritos puros.” (P. 150)
155. Explicando que a Terra é um mundo ainda muito
inferior, Giovana asseverou que para ganharmos essas alturas sublimes é preciso
que nós mesmos nos elevemos, e Deus para isso nos deu os meios. “Ele quis que
fôssemos os operários da nossa felicidade”, disse a jovem. “Não está escrita em
nossa própria consciência a lei do progresso? Não recuemos, portanto, diante
das lutas, dos sacrifícios, diante de tudo que purifica, eleva e enobrece.” (P.
151)
156. Na sequência, ela passou a dissertar sobre a dor e o
sofrimento, e sua grande função no progresso humano. “Sem as provas, o orgulho
e o egoísmo, esses flagelos da alma, não teriam freio algum”, afirmou Giovana.
“A aflição nos torna mais sensíveis, nos inspira mais piedade para com os
infelizes.” (PP. 152 e 153)
157. Maurício estava extasiado com as lições recebidas, mas
a noite chegou e a vida seguiu seu rumo. Entregues à sua ventura, ignoravam
ambos que um terrível flagelo se aproximara, que seus estragos haviam
despovoado as planícies lombardas e que o ar puro das montanhas seria impotente
para detê-lo. (P. 154)
Respostas às
questões preliminares
A. Giovana
admitia a reencarnação?
Sim. Apesar de frequentar a igreja de Gravedona, suas
ideias nesse sentido eram claras: “Uma existência não pode bastar para nos
habilitar a atingir a perfeição”, raciocinava a moça. Maurício confessou-lhe
ter também ideias parecidas, mas disse não compreender por que, se a
reencarnação era um fato, a lembrança do passado se apaga de nossa memória.
“Porque os tumultos e as ocupações da vida material nos distraem da observação
íntima de nós mesmos”, explicou Giovana. “Muitas reminiscências de minhas vidas
de outrora voltam-me ao espírito”, acrescentou ela. “Creio que muitas pessoas
poderiam reconstruir suas existências passadas, analisando seus gozos e seus
sentimentos.” (O porquê da vida, pp. 141 e 142.)
B. Como Giovana
via o nosso planeta?
Ela dizia que a Terra é um mundo ainda muito inferior e
que, para ganharmos as alturas, é preciso que nós mesmos nos elevemos. Deus nos
deu os meios para isso. “Ele quis que fôssemos os operários da nossa
felicidade”, disse a jovem. “Não está escrita em nossa própria consciência a
lei do progresso? Não recuemos, portanto, diante das lutas, dos sacrifícios,
diante de tudo que purifica, eleva e enobrece.” (Obra citada, pág. 151.)
C. Que função
exercem na vida a dor e o sofrimento?
Ambos exercem função importante no progresso humano. “Sem
as provas, o orgulho e o egoísmo, esses flagelos da alma, não teriam freio
algum”, disse Giovana a Maurício. “A aflição nos torna mais sensíveis, nos
inspira mais piedade para com os infelizes.” (Obra citada, pp. 152 e 153.)
Observação:
Eis os links que remetem aos
textos anteriores:
Parte 9 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/08/o-porque-davida-leon-denis-parte-9.html
Parte 10 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/08/o-porque-davida-leon-denis-parte-10.html
Parte 11 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/09/o-porque-da-vida-leon-denis-parte-11.html
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