quinta-feira, 30 de abril de 2020



O Livro dos Espíritos

Allan Kardec

Estamos fazendo neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo dos oito principais livros do Codificador do Espiritismo. Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes, cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
Continuamos hoje o estudo da principal obra espírita – O Livro dos Espíritos –, cuja publicação inicial ocorreu em 18 de abril de 1857.

Parte 19

145. A desigualdade das condições sociais constitui lei da natureza? 
Não. Ela é obra do homem e não de Deus. Sendo obra humana, um dia desaparecerá, mas apenas quando o egoísmo e o orgulho deixarem de predominar. Restará, então, apenas a desigualdade do merecimento. (O Livro dos Espíritos, questões 806 e 807.)
146. Segundo o Espiritismo, a igualdade absoluta das riquezas não é possível, por causa da diversidade dos caracteres e das faculdades humanas. Em vista disso, por que Deus concedeu a uns as riquezas e o poder, e a outros, a miséria? 
Para experimentá-los de modos diferentes. Além disso, como sabemos, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com frequência. (Obra citada, questões 814 a 816.)
147. Os homens e as mulheres têm os mesmos direitos? 
Sim. Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir? (Obra citada, questões 817 a 820.)
148. Será respeitável toda e qualquer crença, ainda quando notoriamente falsa?
Sim. Toda crença é respeitável, quando sincera e conducente à prática do bem. Condenáveis são as crenças que conduzam ao mal. (Obra citada, questão 838.)
149. O homem tem o livre-arbítrio de seus atos?
Evidentemente. Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria uma máquina. (Obra citada, questões 843 e 844.)
150. Exerce o organismo alguma influência sobre os atos da vida? Em caso afirmativo, isso não prejudica o exercício do livre-arbítrio?
É inegável que a matéria exerce influência sobre o Espírito, e isso pode até embaraçar-lhe as manifestações e o exercício do livre-arbítrio. (Obra citada, questão 846.)
151. Existe fatalidade nos acontecimentos da vida? Os fatos de nossa existência estariam, assim, previamente marcados?
A fatalidade, como vulgarmente é entendida, supõe a decisão prévia e irrevogável de todos os sucessos da vida, qualquer que seja a importância deles. Se tal fosse a ordem das coisas, o homem seria qual máquina sem vontade. De que lhe serviria a inteligência, desde que houvesse de estar invariavelmente dominado, em todos os seus atos, pela força do destino? Semelhante doutrina, se verdadeira, conteria a destruição de toda liberdade moral; já não haveria para o homem responsabilidade, nem, por conseguinte, bem nem mal, crimes ou virtudes. Contudo, a fatalidade não é uma palavra vã. Existe na posição que o homem ocupa na Terra e nas funções que aí desempenha, em consequência do gênero de vida que seu Espírito escolheu como prova, expiação ou missão. Ele sofre fatalmente todas as vicissitudes dessa existência e todas as tendências boas ou más, que lhe são inerentes. Aí, porém, acaba a fatalidade, pois da sua vontade depende ceder ou não a essas tendências. Os pormenores dos acontecimentos, esses ficam subordinados às circunstâncias que ele próprio cria pelos seus atos, sendo que nessas circunstâncias podem os Espíritos influir pelos pensamentos que sugerem.
Há fatalidade, portanto, nos acontecimentos que se apresentam, por serem estes consequência da escolha que o Espírito fez de sua existência de homem. Pode deixar de haver fatalidade no resultado de tais acontecimentos, visto ser possível ao homem, pela sua prudência, modificar-lhes o curso. Nunca há fatalidade nos atos da vida moral. (Obra citada, questões 851, 861 e 866. Ver também o item 872.)
152. A hora da morte é fatal? Se for, por que devemos tomar precauções para não morrermos? 
Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o é. Chegado esse momento, de uma forma ou doutra, a ele não podemos furtar-nos. No que concerne à morte, portanto, é que o homem se acha submetido, em absoluto, à inexorável lei da fatalidade, visto que não pode escapar à sentença que lhe marca o termo da existência, nem ao gênero de morte que haja de cortar a esta o fio.
Do fato de ser infalível a hora da morte, não se deve, porém, deduzir que sejam inúteis as precauções que tomemos para evitá-la, visto que as precauções que tomamos nos são sugeridas com o fito de evitar a morte que nos ameaça. São um dos meios empregados para que ela não se dê antes do tempo. (Obra citada, questões 853, 853-A, 854, 855 e 859.)


Observação:
Para acessar a Parte 18 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/04/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec_23.html




Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo.





Nenhum comentário:

Postar um comentário