O Céu e o Inferno
Allan Kardec
Parte 1
Iniciamos hoje o estudo metódico do livro “O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 1ª edição da tradução de João Teixeira de Paula publicada pela Lake.
Este estudo será publicado sempre às
quintas-feiras.
Caso o leitor queira ter em mãos o
texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari
passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN
e, em seguida, no verbete "O Céu e o Inferno”.
Eis as questões de hoje:
1. Em que consiste o
panteísmo?
O panteísmo propriamente dito considera o princípio universal de vida e
de inteligência como constituindo a Divindade. Deus é o conjunto de todas as
inteligências reunidas; cada indivíduo, sendo uma parte do todo, é Deus ele
próprio; nenhum ser superior e independente rege o conjunto. O Universo é uma
imensa república sem chefe, ou antes, onde cada qual é chefe com poder
absoluto. (O Céu e o Inferno,
Primeira Parte, cap. I, itens 6, 7, 8 e 9.)
2. Segundo Kardec, três
são as alternativas que se apresentam aos homens. Quais são elas?
O nada, conforme o materialismo; a absorção no Todo Universal, conforme o
panteísmo; e a individualidade da alma antes e depois da morte, segundo o espiritualismo.
É para esta última crença que a lógica nos impele irresistivelmente, crença que
tem formado a base de todas as religiões desde que o mundo existe. (Obra
citada, Primeira Parte, cap. I, item 10.)
3. Por que o Espiritismo
é, geralmente, bem acolhido pelos atormentados da dúvida?
O Espiritismo tem por si a lógica do raciocínio e a sanção dos fatos, e é
por isso que inutilmente o combatem. Ao ensinar-nos a individualidade da alma
antes e depois da morte, o Espiritismo oferece-nos uma perspectiva melhor a
respeito da vida e é por isso que é acolhido pressurosamente por todos os
atormentados da dúvida, os que não encontram nem nas crenças nem nas filosofias
vulgares o que procuram. (Obra citada, Primeira Parte, cap. I, itens 13 e 14.)
4. Qual será, na opinião
de Kardec, o primeiro ponto de contato dos diversos cultos, com vistas a uma
futura fusão das crenças?
A unificação feita relativamente à sorte futura das almas será o primeiro
ponto de contato dos diversos cultos, um passo imenso para a tolerância
religiosa em primeiro lugar e, mais tarde, para a completa fusão. (Obra citada,
Primeira Parte, cap. I, item 14.)
5. Quais as causas do
temor da morte?
O temor da morte é um efeito da sabedoria da Providência e uma
consequência do instinto de conservação comum a todos os viventes. Ele é
necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições
da vida futura, como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria a
deixar prematuramente a vida e a negligenciar o trabalho terreno que deve
servir ao nosso próprio adiantamento. À proporção que o homem compreende melhor
a vida futura, o temor da morte diminui; uma vez esclarecida a sua missão
terrena, aguarda-lhe o fim calma, resignada e serenamente. A certeza da vida
futura dá-lhe outro curso às ideias, outro fito ao trabalho; antes dela, nada
que não se prenda ao presente; depois dela, tudo pelo futuro sem desprezo do
presente, porque sabe que o futuro depende da boa ou da má direção dada ao
presente. A certeza de reencontrar seus amigos depois da morte, de reatar as
relações que tivera na Terra, de não perder um só fruto do seu trabalho, de
engrandecer-se incessantemente em inteligência e perfeição, dá ao homem
paciência para esperar e coragem para suportar as fadigas transitórias da vida
terrestre. A solidariedade entre vivos e mortos faz-lhe compreender a que deve
existir na Terra, onde a fraternidade e a caridade têm desde então um fim e uma
razão de ser, tanto no presente como no futuro. (Obra citada, Primeira Parte,
cap. II, itens 1 a 4; 8 e 9.)
6. Por que o homem é
geralmente apegado às coisas terrenas?
No Espírito atrasado a vida material prevalece sobre a espiritual.
Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do corpo, esteja
embora na alma a vida real. Aniquilado o corpo, tudo se lhe afigura perdido,
desesperador. A vida futura é-lhe uma ideia vaga, mais uma probabilidade do que
uma certeza absoluta. Ele acredita, desejaria que assim fosse, mas apesar disso
exclama: "Se, todavia, assim não for! O presente é positivo, ocupemo-nos
dele primeiro, que o futuro por sua vez virá". É considerável o número dos
dominados por este pensamento. Outra causa de apego às coisas terrenas, mesmo
nos que mais firmemente creem na vida futura, é a impressão do ensino que
relativamente a ela se lhes tem dado desde a infância. Convenhamos que o quadro
pela religião esboçado sobre o assunto é nada sedutor e ainda menos consolador.
(Obra citada, Primeira Parte, cap. II, itens 4, 5 e 6.)
7. Qual o futuro dos
homens, na visão do Espiritismo?
A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A
vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas
depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação.
Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade
prática; não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção
engenhosa: são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever sua
situação. E aí os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as
fases da felicidade e da desgraça, assistindo, enfim, a todas as peripécias da
vida de além-túmulo.
A vida futura é, segundo o Espiritismo, a continuação da vida terrena em
melhores condições e por isso os espíritas a aguardam com a mesma confiança com
que aguardariam o despontar do Sol após uma noite de tempestade. Os motivos
dessa confiança decorrem dos fatos testemunhados e da concordância desses fatos
com a lógica, com a justiça e com a bondade de Deus. (Obra citada, Primeira
Parte, cap. II, item 10.)
8. Que significa o
vocábulo céu e onde a teologia católica o situa?
A palavra céu designa o espaço indefinido que circunda a Terra, e mais
particularmente a parte que está acima do nosso horizonte. Vem do latim coelum, côncavo, porque o céu parece uma
imensa concavidade. A teologia cristã reconhece três céus: o primeiro é o da
região do ar e das nuvens; o segundo, o espaço em que giram os astros, e o
terceiro, para além deste, é a morada do Altíssimo, a habitação dos que o
contemplam face a face. É conforme a esta crença que se diz que S. Paulo foi
alçado ao terceiro céu. (Obra citada, Primeira Parte, cap. III, itens 1 e 2.)
Como consultar as matérias deste blog? Se você não
conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário