Uma crítica infantil à reencarnação
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
Quando
a Terra atingiu o fantástico número de 6 bilhões de habitantes, houve quem
argumentasse: “Ora, se o planeta aumenta sempre o número de seus habitantes,
como se explica a reencarnação, que seria a volta à Terra dos homens que aqui
viveram antes?”
Essa
pergunta não passa, no fundo, de uma crítica infantil à doutrina das vidas
sucessivas.
Quando
um clube de futebol está representado numa determinada partida, há no campo
onze jogadores, mas existem ali mesmo, no banco de reservas, outros atletas à
espera de uma possível substituição, além de um contingente de jogadores que
fazem parte do clube e treinam também com os demais, embora ali não sejam
vistos.
A
Terra não se constitui, portanto, somente dos bilhões de criaturas encarnadas
que povoam os diferentes países. Seu contingente é muito maior. Existem pessoas
que vivem aqui 70, 80, 90 anos e mais de 100 na vida espiritual, nos intervalos
das diferentes existências corpóreas. Ora, quando essas pessoas não estão
revestindo um corpo material, alguém está ocupando seus lugares, suas casas,
seus empregos, sua função na existência corporal. Quando elas retornam a este
plano, outros daqui se vão e é exatamente o conjunto das populações visível e
invisível do planeta que forma a comunidade terrena.
Existe,
ainda, um outro fator a ser considerado. Os planetas são solidários entre si.
Lembremos o que ocorre numa cidade como Londrina. A Universidade local recebe
alunos dos mais variados lugares, não só de cidades paranaenses, mas também de
São Paulo, Minas, Mato Grosso, enfim, de toda a parte.
O
mesmo se dá com os planetas. Em sua trajetória evolutiva, a Terra é um campo de
emigração e imigração de indivíduos. Daqui partem os seres que nada mais têm a
aprender em nosso mundo. Que fariam na Terra Francisco de Assis, Einstein,
Sócrates, Newton, Beethoven? Nosso mundo está, em termos evolutivos, aquém das
potencialidades deles e, por isso, vão eles buscar noutros mundos a cultura e o
desenvolvimento espiritual condizentes com seu nível evolutivo.
A
Terra também recebe Espíritos oriundos de planetas semelhantes ou mesmo
inferiores ao nosso. Essa migração faz parte das leis de Deus. Há todo um
caldeamento de etnias, de culturas, de experiências, e é precisamente essa
miscigenação que impulsiona o progresso dos mundos.
Aliás,
toda vez que mencionamos que são muitos os mundos habitados é sempre bom
lembrar o que Jesus afirmou e João registrou em seu evangelho:
“Não
se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas
moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me
vou para vos preparar o lugar. Depois
que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei
para mim, a fim de que onde eu estiver também vós aí estejais.” (João, cap.
XIV, vv. 1 a 3.)
A
lei de Deus nos impele ao progresso. A forma de alcançá-lo, aliás única, é
repetir experiências, reaprendendo, cortando arestas, reparando prejuízos,
consertando estragos, fazendo o bem, disseminando a cultura, edificando a paz.
“Nascer,
morrer, renascer ainda, progredir sempre – tal é a lei.” Eis aí, em síntese, o
que os Espíritos nos ensinaram a respeito.
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