O Além e a
Sobrevivência do Ser
Léon Denis
Parte 11
Damos sequência ao estudo do clássico O Além e a Sobrevivência do Ser, de autoria de Léon Denis, com base na 8ª edição publicada em português pela Federação Espírita Brasileira.
Nosso propósito é que este estudo
sirva para o leitor como uma forma de iniciação ao estudo dos chamados
Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. William Stead, que desencarnou em
decorrência do naufrágio do Titanic, manifestou-se também por outros médiuns,
além de Mme. Hervy?
B. Existem relatos de que o Espírito
de William Stead teria aparecido a outras pessoas?
C. Que ocorreu de extraordinário na
manifestação do Espírito de Svens Stromberg?
Texto para
leitura
122. O vice-almirante inglês Usborne
Moore era amigo de William Stead. Após a catástrofe do Titanic, o almirante
entrou em comunicação com o amigo morto, auxiliado pela Sra. Wriedt, médium. É
dele próprio a seguinte narrativa:
“W. Stead deu três admiráveis provas
de identidade – duas à senhorita Harper e uma a mim mesmo. Aludiu ao último
encontro que tivemos em Bank Building.
Nessa ocasião conversamos durante uma meia hora sobre diferentes assuntos:
desde a guerra entre a Itália e a Turquia até a visita próxima, com que ele
contava, da sua excelente amiga, a Sra. Wriedt. Esta visita foi o de que mais
falamos, sobretudo por causa de certas condições que desejava fossem observadas.
A uma dessas condições especialmente aludiu ele na sessão de domingo à tarde.
“Na segunda-feira de manhã, o nosso
amigo me apareceu sob uma forma etérea, achando-me eu a sós com o médium. Era
um bom espectro, muito brilhante até meio-corpo, mas dessa vez não me falou. Na
mesma tarde mostrou-se de maneira idêntica a diversos íntimos e discorreu
durante alguns minutos sobre assuntos que, sabia-se, lhe preocupavam o
espírito, quando deixara a Inglaterra.”
123. Um outro amigo de Stead, o Sr.
Chedo Mijatovich, ministro plenipotenciário da Sérvia em Londres, viu o
Espírito de Stead e lhe falou por alguns instantes. Ainda aí o Espírito deu
provas formais de sua identidade, lembrando coisas totalmente desconhecidas do
médium. O Sr. Chedo Mijatovich deu disso testemunho formal em uma carta
publicada a 8 de junho no Light.
124. O professor Hyslop também referiu
como, em uma sessão, sendo a médium Mme. Chenoweth, W. James, o célebre
filósofo americano, morto alguns meses antes, comparecera e dera numerosas
provas de identidade, especialmente lembrando fatos que só o Sr. Hyslop podia
conhecer.
125. O Light de Londres relata um caso
notável de identidade por meio da escrita mediúnica. Ei-lo:
“O Sr. Shepard tinha como principal
empregado um certo Sr. Purday, em quem depositava inteira confiança. Tendo
Purday adoecido, o Sr. Shepard foi visitá-lo. Recebeu-o Mme. Purday, que só a
muito custo lhe permitiu entrar no quarto do marido, onde o não deixou nunca a
sós com o doente, quer durante a primeira visita, quer por ocasião das que se
lhe seguiram. Esta circunstância se tornou tanto mais notada pelo Sr. Shepard,
quanto com ela concorria a maneira toda especial por que o doente o olhava,
dando a perceber que tinha qualquer coisa de importante a comunicar ao patrão e
que somente a presença da mulher o impedia de fazê-lo.
“Purday morreu sem testamento; a
esposa herdou-lhe a fortuna, que, no dizer dos vizinhos, era considerável, o
que muito surpreendeu o Senhor Shepard. Algumas semanas depois, recebeu ele a
visita de um Sr. Stafford, médium psicógrafo, que lhe entregou uma página de
escrita mediúnica, assinada com o nome de Purday. Confessava-lhe este que, por
espaço de longos anos, abusara da confiança de que era objeto, praticando
diariamente desvios de dinheiro, desvios cuja soma total montava a importante
quantia. Acrescentava que, sentindo-se profundamente desgraçado, se resignara
àquela confissão, que a mulher o impedira de fazer em vida.
“As minúcias com que o fato era
exposto permitiram ao Sr. Shepard verificar o delito. Além disso, tendo
submetido a comunicação e um espécimen de caligrafia de Purday vivo a um
perito, este reconheceu a identidade dos dois escritos.”
126. Em 3 de abril de 1890, pelas dez
horas da manhã, achava-se a Sra. d’Espérance no seu escritório de Gotemburgo
(Suécia), ocupada em escrever muitas cartas sobre negócios. Datou uma folha de
papel, traçou o cabeçalho e ficou algum tempo a pensar na ortografia de um
nome. Quando pôs de novo os olhos na folha de papel notou que sua pena ou sua
mão escrevera espontaneamente e em grandes caracteres as palavras “Svens
Stromberg”. Dois meses depois, o Sr. Alexandre Aksakof, o professor Boutlerof,
com outros amigos e o Sr. Fidler foram ter com a Sra. d’Espérance para
estudarem os melhores meios de se fotografarem fantasmas materializados.
127. Em uma sessão, o Espírito-guia,
Walter, escreveu: “Está aqui um Espírito que diz chamar-se ‘Stromberg’. Deseja
que seus parentes sejam informados de sua morte. Parece-me haver dito que
morreu no Wisconsin a 13 de março e ter nascido em Jemtland. Tinha mulher e
seis filhos.” “Se ele morreu em Jemtland, diz o Sr. Fidler, que nos dê o
endereço da mulher.” Foi-lhe respondido: “Não, ele morreu na América, seus pais
é que vivem em Jemtland.”
128. No dia seguinte, no correr de uma
sessão de fotografia, revelada uma chapa, viu-se, por detrás da Sra.
d’Espérance, uma cabeça de homem com um semblante plácido. O Sr. Fidler
perguntou a Walter quem era aquela entidade fotografada. “É esse Stromberg de
quem te falei, respondeu Walter. Devo mesmo dizer que ele não morreu no
Wisconsin, mas em New Stockholm, e que sua morte ocorreu a 31 de março e não a
13. Seus pais residiam em Strom Stocking, ou outro nome deste gênero, na
província de Jemtland. Disse-me ele, creio, que emigrou em 1886, que se casou e
teve três filhos e não seis. Morreu estimado e chorado por todos.” “Está bem,
replicou o Sr. Fidler. Devo remeter a fotografia dele à mulher?” “Ainda não
compreendeste bem, retrucou Walter. Seus pais, residentes em Jemtland, é que
lhe ignoram a morte e não a esposa. Disse-me ele que toda a gente o conhece no
país; penso que se enviares a fotografia para Jemtland conseguirás o que
desejas.”
129. Durante um ano o Sr. Fidler
cuidou de verificar esses dados. Chegou ao seguinte resultado: Svens Ersson,
natural de Strom Stocken (paróquia de Strom), na província de Jemtland, na
Suécia, se casara com Sarah Kaiser, emigrara para o Canadá e, uma vez
estabelecido, tomara o nome de Stromberg. Essa circunstância é muito comum
entre os camponeses da Suécia, cujas famílias não usam de apelidos que lhes
pertençam.
130. Consultaram a mulher do falecido,
o médico que o tratara e o pastor. Todos foram acordes em declarar que a 31 de
março de 1890, dia da sua morte, Stromberg, ditando suas últimas determinações,
exprimira o desejo formal de que seus pais e amigos da Suécia fossem informados
do seu falecimento. Por motivos que seria ocioso enumerar, suas últimas
vontades não tiveram execução. A fotografia de Svens Stromberg também foi
identificada. Enviada a Strom, aí a pregaram na parede da sacristia da igreja,
com um convite às pessoas que a reconhecessem para que pusessem seus nomes por
baixo. Voltou trazendo numerosas assinaturas e muitos comentários.
131. Ficou assim demonstrado que,
sessenta horas depois de morrer no Norte do Canadá, Svens Stromberg escreveu
seu nome numa folha de papel, na cidade sueca de Gotemburgo, e que todas as
indicações que deu por intermédio de Walter eram da mais perfeita exatidão.
Respostas às questões preliminares
A. William Stead, que desencarnou em decorrência do
naufrágio do Titanic, manifestou-se também por outros médiuns, além de Mme.
Hervy?
Sim. Além da manifestação à médium
Mme. Hervy, em Paris, como já mencionado, William Stead comunicou-se com o
vice-almirante inglês Usborne Moore, que fora seu amigo, tendo a Sra. Wriedt
atuado como médium. Segundo Moore, William Stead deu três admiráveis provas de
identidade – duas à senhorita Harper e uma a ele mesmo. Numa dessas ocasiões,
Stead apareceu-lhe sob uma forma etérea, quando Moore se achava a sós com a
médium. (O Além e a Sobrevivência do
Ser.)
B. Existem relatos de que o Espírito de William Stead teria
aparecido a outras pessoas?
Sim. Um outro amigo de William Stead,
o Sr. Chedo Mijatovich, ministro plenipotenciário da Sérvia em Londres, viu o
Espírito de Stead e lhe falou por alguns instantes. Nesse encontro o Espírito
deu provas formais de sua identidade, lembrando coisas totalmente desconhecidas
do médium. O Sr. Chedo Mijatovich deu disso testemunho formal em uma carta
publicada a 8 de junho no Light. (Obra
citada.)
C. Que ocorreu de extraordinário na manifestação do
Espírito de Svens Stromberg?
Svens Stromberg faleceu no dia 31 de
março de 1890 e, no dia 3 de abril, sessenta horas depois de morrer no Norte do
Canadá, escreveu seu nome numa folha de papel, na cidade sueca de Gotemburgo,
servindo como médium nesse fenômeno a Sra. d’Espérance. Depois disso, em uma
sessão, ele apareceu e pediu que seus parentes fossem informados de sua morte.
No dia seguinte, no correr de uma sessão de fotografia, revelada uma chapa,
viu-se, por detrás da Sra. d’Espérance, uma cabeça de homem com um semblante
plácido. O Sr. Fidler perguntou a Walter (Espírito-guia) quem era aquela
entidade fotografada. “É esse Stromberg de quem te falei", respondeu
Walter. Os fatos foram depois confirmados e a fotografia de Svens Stromberg
identificada por seus familiares. (Obra citada.)
Observação:
Para acessar a Parte 10 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/03/o-alem-e-asobrevivencia-do-ser-leon_26.html
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