quarta-feira, 28 de abril de 2021

 


 

Nos Domínios da Mediunidade

 

André Luiz

 

Parte 14

 

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos sete primeiros livros da Série, estudamos agora a oitava obra: Nos Domínios da Mediunidade, publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete " Nos Domínios da Mediunidade".

Eis as questões de hoje:

 

105. Como explicar a fixação mental?

A dúvida foi levantada por Hilário e André. Como pode a mente deter-se em determinadas impressões, demorando-se nelas, como se o tempo para ela não caminhasse? Aulus explicou: "É imprescindível compreender que, depois da morte do corpo físico, prosseguimos desenvolvendo os pensamentos que cultivávamos na experiência carnal. E não podemos esquecer que a Lei traça princípios universais que não podemos trair”. Aulus complementou: "Simbolizemos o estágio da alma, na Terra, através da reencarnação, como sendo valiosa linha de frente, na batalha pelo aperfeiçoamento individual e coletivo, batalha em que o coração deve armar-se de ideias santificantes para conquistar a sublimação de si mesmo, a mais alta vitória. A mente é o soldado em luta. Ganhando denodadamente o combate em que se empenhou, tão logo seja conduzida às aferições da morte, sobe verticalmente para a vanguarda, na direção da Esfera Superior, expressando-se-lhe o triunfo por elevação de nível. Entretanto, se fracassa, e semelhante perda é quase sempre a resultante da incúria ou da rebeldia, volta horizontalmente, nos acertos da morte, para a retaguarda, onde se confunde com os desajustados de toda espécie, para indeterminado período de tratamento". "Em qualquer frente de luta terrestre, a retaguarda é a faixa atormentada dos neuróticos, dos loucos, dos mutilados, dos feridos e dos enfermos de toda casta." (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 25, pp. 233 a 235.)

106. Que se passa com os Espíritos que dormitam após a morte, como se fossem múmias espirituais?

Segundo Aulus, tais Espíritos sofrem, nesse repouso, angustiosos pesadelos, dos quais despertam quase sempre em plena alienação, que pode persistir por muito tempo, cultivando apaixonadamente as impressões em que julgam encontrar a própria felicidade. (Obra citada, cap. 25, pp. 235 e 236.)

107. Em que consiste o fenômeno da psicometria?

Segundo a terminologia usada na Psicologia experimental, psicometria significa registro, apreciação da atividade intelectual, entretanto, nos trabalhos mediúnicos, essa palavra designa a faculdade de ler impressões e recordações ao contacto de objetos comuns. Foi o que se deu com André Luiz que, em determinado museu, tocou um curioso relógio, que estava aureolado por luminosa faixa branquicenta. Feito isso, apareceu aos seus olhos mentais linda reunião familiar, em que venerando casal se entretinha a palestrar com quatro jovens em pleno viço primaveril. André pôde examinar o recinto agradável e digno e os detalhes do mobiliário, que imprimia sobriedade e nobreza ao conjunto, enfeitado por jarrões de flores e telas valiosas. (Obra citada, cap. 26, pp. 241 e 242.)

108. Como explicar o fenômeno?

Conforme a explicação dada por Aulus, aquele relógio pertencera a respeitável família do século passado e conservava as formas-pensamentos do casal que o adquiriu e que, de quando em quando, visitava o museu para a alegria de recordar. Tratava-se, pois, de um objeto animado pelas reminiscências de seus antigos possuidores, reminiscências que se reavivavam no tempo, através dos laços espirituais que ainda sustentavam em torno do círculo afetivo que deixaram. Hilário observou: "Isso quer dizer que vemos imagens aqui impressas por eles, por intermédio das vibrações..." Aulus confirmou, acrescentando: "O relógio está envolvido pelas correntes mentais dos irmãos que ainda se apegam a ele, assim como o fio de cobre na condução da energia está sensibilizado pela corrente elétrica. Auscultando-o, na fase em que se encontra, relacionamo-nos, de imediato, com as recordações dos amigos que o estimam". (Obra citada, cap. 26, pp. 243 e 244.)

109. No caso da psicometria, todos os objetos podem ser o ponto de partida para um contato espiritual?

Em princípio, sim. Segundo Aulus, cada objeto pode ser um mediador para entrarmos em relação com as pessoas que por ele se interessam e, ainda, um registro de fatos da natureza. "Quando se nos apura a sensibilidade de maneira mais intensiva – explicou o instrutor –, em simples objetos relegados ao abandono podemos surpreender expressivos traços das pessoas que os retiveram ou dos sucessos de que foram testemunhas, através das vibrações que eles guardam consigo." "As almas e as coisas, cada qual na posição em que se situam, algo conservam do tempo e do espaço, que são eternos na memória da vida." A situação torna-se diferente quando o objeto se acha esquecido pelo autor e por aqueles que o possuíram. Nesse caso, por não apresentar qualquer sinal de moldura fluídica, ele não funcionará como "mediador de relações espirituais". (Obra citada, cap. 26, pp. 245 e 246.)

110. Têm fundamento as histórias sobre joias enfeitiçadas?

Segundo Aulus, a influência não procede das joias, mas sim das forças que as acompanham. Em seguida, reportando-se ao caso de um espelho que atraía a atenção de uma jovem desencarnada, Hilário perguntou o que aconteceria se alguém adquirisse o espelho e o levasse consigo. "Decerto – informou Aulus – arcaria também com a presença da moça desencarnada." Isso seria justo? A esta pergunta, Aulus disse que a vida nunca se engana e que seria mesmo provável que alguém ali aparecesse e se extasiasse à frente do objeto, disputando-lhe a posse. Quem seria essa pessoa? "O moço que empenhou a palavra, provocando a fixação mental dessa pobre criatura, ou a mulher que o afastou dos compromissos assumidos", respondeu o instrutor. "Reencarnados, hoje ou amanhã, possivelmente um dia virão até aqui, tomando-a por filha ou companheira, no resgate do débito contraído." (Obra citada, cap. 26, pp. 247 a 249.)

111. Que acontece a quem foge ao trabalho sacrificial?

Quem foge ao trabalho sacrificial da frente encontra a dor pela retaguarda. O Espírito pode confiar-se à inação, mobilizando delituosamente a vontade, contudo lá vem um dia a tormenta, compelindo-o a agitar-se e a mover-se para entender os impositivos do progresso com mais segurança. Não adianta fugir da eternidade, porque o tempo, benfeitor do trabalho, é também o verdugo da inércia. (Obra citada, cap. 27, pp. 253 a 255.)

112. Como André Luiz descreve o ectoplasma?

O ectoplasma lhe pareceu qual pasta flexível, à maneira de uma geleia viscosa e semilíquida, expelida do corpo do médium através de todos os poros e, com mais abundância, pelos orifícios naturais, particularmente da boca, das narinas e dos ouvidos, com elevada percentagem a exteriorizar-se igualmente do tórax e das extremidades dos dedos. A substância, caracterizada por um cheiro especialíssimo, escorria em movimentos reptilianos, acumulando-se na parte inferior do organismo medianímico, onde apresentava o aspecto de grande massa protoplásmica, viva e tremulante. Segundo Aulus, o ectoplasma está em si tão associado ao pensamento do médium, quanto as forças do filho em formação se encontram ligadas à mente maternal. (Obra citada, cap. 28, pp. 261 e 262.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 13 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/04/blog-post_21.html

 

 

  

 

 

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