segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

 



Loucura e Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 4

 

Damos prosseguimento neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

25. A Mentora elucidou com facilidade as causas do problema enfrentado pelo jovem Lício. Como isso foi possível?

Manoel P. de Miranda também estranhou a facilidade com que ela elucidou as origens da questão. Dr. Bezerra de Menezes então explicou: “Cada Espírito é um arquivo vivo de si mesmo. Todas as suas trajetórias, desde as mais recuadas, nele se encontram gravadas, podendo ser penetradas quando as circunstâncias o permitem e por quem esteja habilitado a fazê-lo. Assim como existem Centros de Computação que reúnem, em nossa Zona de ação, as informações sobre todos, em departamentos especiais, em cada ser se encontram os registros das suas ações, do seu processo de evolução. A aparente dificuldade de lê-los é dependente dos recursos de penetração de quem se candidata à operação”. Após dizer que a Mentora dispunha de claridade e percepção psíquica para aquele mister, Dr. Bezerra rematou: “O homem é, desse modo, o espelho que lhe reflete a história, somente visível para quem dispõe de óptica especial e profunda”. (Loucura e Obsessão, cap. 6, pp. 77 a 79.)

26. Onde ficam armazenadas as informações relativas ao passado de uma pessoa?

No seu corpo espiritual ou perispírito. Como um computador, muito mais sofisticado do que se imagina, o perispírito guarda-lhe toda a história evolutiva até que se alterem os mecanismos e processos de captação em faixas mais elevadas da vida. (Obra citada, cap. 6, pp. 77 a 79.)

27. No caso de Lício, em que consistiria a fase inicial de tratamento?

Reeducação mental, eis em síntese o objetivo inicial do tratamento. O jovem deveria, desse modo, preparar-se para uma ação contínua e demorada. Disse-lhe a Mentora espiritual: “Tudo, ou melhor dizendo, a parte mais grave desta refrega vai depender de você. Prometemos auxiliá-lo, sem tomar-lhe o fardo que você próprio arrumou ao largo do tempo e que deverá desfazer com amor e alegria”. Por onde começar? – indagou o moço. “Pela reeducação mental – esclareceu a Entidade –, corrigindo o conceito de prazer e felicidade, e essa ideação regularizará os hábitos viciosos e avançará sob disciplina severa, exercitando a abstinência. Assim, logrará, a largo prazo, interromper os vínculos com os maus Espíritos que lhe exploram a emoção e lhe roubam energias sexuais valiosas.” (Obra citada, cap. 6, pp. 79 e 80.)

28. Que causas deram origem ao autismo em Aderson?

Aderson, o rapaz autista atendido pela Mentora, dedicara-se, na reencarnação passada, a urdir planos escabrosos e de efeitos nefastos contra diversas pessoas a quem levou à desdita. De início, desforçava-se daqueles com quem antipatizava, endereçando-lhes cartas anônimas, recheadas de acusações vis, e, exorbitando na calúnia, espalhava a perfídia que sempre encontrava aceitação nos indivíduos venais, gerando insegurança e dissabor às suas vítimas. Dentre outras, o infeliz, picado pelo veneno da inveja, passou a perturbar o lar honrado de um amigo, endereçando, ora ao esposo, e, noutras vezes, à senhora, cartas repletas de misérias, nas quais a infâmia passou a triturá-los, entre suspeitas infundadas, terminando por levar o marido honesto ao suicídio, envergonhado pelo comportamento da esposa, tachada de adúltera, enquanto aquela acreditava, pelas missivas recebidas, na desonra do consorte. Quando o suicídio o infelicitou, ela acreditou que fora pelo remorso e caiu em irreversível depressão, aumentando o sofrimento da família. O ardiloso caluniador, entretanto, jamais se deixou trair, permanecendo amigo do lar durante todos os transes por ele mesmo produzidos e fazendo-se confidente fiel das ocorrências desditosas. E Aderson fez muito mais, valendo-se sempre da calúnia e do anonimato. (Obra citada, cap. 7, pp. 86 a 88.)

29. Que aconteceu com Aderson depois de sua desencarnação?

Ele teve de confrontar as diversas pessoas que levou ao infortúnio e padeceu amargamente a vingança de muitas delas. Depois de muitos anos de sofrimento, reencarnou com todas as marcas do horror que lhe foi infligido. Refugiando-se na negação do fato como crime, porque acreditava no direito de havê-lo feito e não se arrependia honestamente, imprimiu no corpo físico os limites do movimento e produziu a prisão na qual se encastelava. Assomando à consciência as lembranças do passado, vivia, nesse mundo, sob a injunção da culpa que o vergastava, procurando esconder-se e apagar-se, de modo a não ser reconduzido aos lugares de horror de onde foi arrancado pelo Amor, que lhe favorecia a reparação noutras circunstâncias. (Obra citada, cap. 7, pp. 89 e 90.)

30. A terapia da regressão de memória seria útil no caso do rapaz autista?

Não. Segundo Dr. Bezerra de Menezes, a terapia de vidas passadas é conquista muito importante, mas, como ocorre com qualquer terapêutica, tem seus limites bem identificados, não sendo uma panaceia capaz de produzir milagres. As cristalizações de longo período, no inconsciente, não podem ser arrancadas com algumas palavras e induções psicológicas de breve duração. Considerando-se a intensidade da alienação de Aderson – afirmou Dr. Bezerra – nada seria conseguido com a terapia de vidas passadas, em face da sua total ausência de respostas aos estímulos externos. E se fosse possível fazê-lo, numa fase menos grave, o reencontro do rapaz com toda a gama de fatos danosos praticados no pretérito produzir-lhe-ia tal horror, que a demência o assaltaria da mesma forma. O motivo é que, desejando esquecer, o rapaz não dispunha de forças para enfrentar-se e superar os prejuízos ocasionados às suas vítimas. (Obra citada, cap. 7, pp. 90 a 92).

31. Como são tratados e drenados os chamados cânceres da alma?

É o sofrimento que faz drenar os cânceres da alma – o culto à personalidade, a sobrestima, a fatuidade, a ambição desmedida, filhos diretos do egocentrismo – até o desaparecimento total dos seus tentáculos de longo alcance, abrindo espaço para que se instalem os sentimentos da fraternidade, do auxílio recíproco, do perdão indiscriminado, decorrentes do amor que os vivifica. (Obra citada, cap. 8, pp. 93 e 94.)

32. Há diferenças entre o homem culto e o homem sábio?

Sim. São diferentes o homem culto e o homem sábio, pela simples razão de que o primeiro armazena conhecimentos e o outro vive-os de forma edificante, promovendo aqueles que o cercam. “Asas da evolução, o conhecimento e o amor constituem a força da sabedoria que liberta a criatura.” (Obra citada, cap. 8, pp. 93 e 94.)

 

 

Observação:

Para acessar a 3ª parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/11/blog-post_29.html

 

 

 

 

  

 

Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário