Loucura e Obsessão
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 4
Damos prosseguimento neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
25. A Mentora elucidou com facilidade as causas do problema
enfrentado pelo jovem Lício. Como isso foi possível?
Manoel P. de Miranda
também estranhou a facilidade com que ela elucidou as origens da questão. Dr.
Bezerra de Menezes então explicou: “Cada Espírito é um arquivo vivo de si
mesmo. Todas as suas trajetórias, desde as mais recuadas, nele se encontram
gravadas, podendo ser penetradas quando as circunstâncias o permitem e por quem
esteja habilitado a fazê-lo. Assim como existem Centros de Computação que
reúnem, em nossa Zona de ação, as informações sobre todos, em departamentos
especiais, em cada ser se encontram os registros das suas ações, do seu
processo de evolução. A aparente dificuldade de lê-los é dependente dos
recursos de penetração de quem se candidata à operação”. Após dizer que a
Mentora dispunha de claridade e percepção psíquica para aquele mister, Dr.
Bezerra rematou: “O homem é, desse modo, o espelho que lhe reflete a história,
somente visível para quem dispõe de óptica especial e profunda”. (Loucura e Obsessão, cap. 6, pp. 77 a
79.)
26. Onde ficam armazenadas as informações relativas ao
passado de uma pessoa?
No seu corpo
espiritual ou perispírito. Como um computador, muito mais sofisticado do que se
imagina, o perispírito guarda-lhe toda a história evolutiva até que se alterem
os mecanismos e processos de captação em faixas mais elevadas da vida. (Obra
citada, cap. 6, pp. 77 a 79.)
27. No caso de Lício, em que consistiria a fase inicial de
tratamento?
Reeducação mental,
eis em síntese o objetivo inicial do tratamento. O jovem deveria, desse modo,
preparar-se para uma ação contínua e demorada. Disse-lhe a Mentora espiritual:
“Tudo, ou melhor dizendo, a parte mais grave desta refrega vai depender de
você. Prometemos auxiliá-lo, sem tomar-lhe o fardo que você próprio arrumou ao
largo do tempo e que deverá desfazer com amor e alegria”. Por onde começar? –
indagou o moço. “Pela reeducação mental – esclareceu a Entidade –, corrigindo o
conceito de prazer e felicidade, e essa ideação regularizará os hábitos
viciosos e avançará sob disciplina severa, exercitando a abstinência. Assim,
logrará, a largo prazo, interromper os vínculos com os maus Espíritos que lhe
exploram a emoção e lhe roubam energias sexuais valiosas.” (Obra citada, cap.
6, pp. 79 e 80.)
28. Que causas deram origem ao autismo em Aderson?
Aderson, o rapaz
autista atendido pela Mentora, dedicara-se, na reencarnação passada, a urdir
planos escabrosos e de efeitos nefastos contra diversas pessoas a quem levou à
desdita. De início, desforçava-se daqueles com quem antipatizava,
endereçando-lhes cartas anônimas, recheadas de acusações vis, e, exorbitando na
calúnia, espalhava a perfídia que sempre encontrava aceitação nos indivíduos
venais, gerando insegurança e dissabor às suas vítimas. Dentre outras, o
infeliz, picado pelo veneno da inveja, passou a perturbar o lar honrado de um
amigo, endereçando, ora ao esposo, e, noutras vezes, à senhora, cartas repletas
de misérias, nas quais a infâmia passou a triturá-los, entre suspeitas
infundadas, terminando por levar o marido honesto ao suicídio, envergonhado
pelo comportamento da esposa, tachada de adúltera, enquanto aquela acreditava,
pelas missivas recebidas, na desonra do consorte. Quando o suicídio o
infelicitou, ela acreditou que fora pelo remorso e caiu em irreversível
depressão, aumentando o sofrimento da família. O ardiloso caluniador,
entretanto, jamais se deixou trair, permanecendo amigo do lar durante todos os
transes por ele mesmo produzidos e fazendo-se confidente fiel das ocorrências
desditosas. E Aderson fez muito mais, valendo-se sempre da calúnia e do
anonimato. (Obra citada, cap. 7, pp. 86 a 88.)
29. Que aconteceu com Aderson depois de sua desencarnação?
Ele teve de
confrontar as diversas pessoas que levou ao infortúnio e padeceu amargamente a
vingança de muitas delas. Depois de muitos anos de sofrimento, reencarnou com
todas as marcas do horror que lhe foi infligido. Refugiando-se na negação do
fato como crime, porque acreditava no direito de havê-lo feito e não se
arrependia honestamente, imprimiu no corpo físico os limites do movimento e
produziu a prisão na qual se encastelava. Assomando à consciência as lembranças
do passado, vivia, nesse mundo, sob a injunção da culpa que o vergastava,
procurando esconder-se e apagar-se, de modo a não ser reconduzido aos lugares
de horror de onde foi arrancado pelo Amor, que lhe favorecia a reparação
noutras circunstâncias. (Obra citada, cap. 7, pp. 89 e 90.)
30. A terapia da regressão de memória seria útil no caso do
rapaz autista?
Não. Segundo Dr.
Bezerra de Menezes, a terapia de vidas passadas é conquista muito importante,
mas, como ocorre com qualquer terapêutica, tem seus limites bem identificados,
não sendo uma panaceia capaz de produzir milagres. As cristalizações de longo
período, no inconsciente, não podem ser arrancadas com algumas palavras e
induções psicológicas de breve duração. Considerando-se a intensidade da
alienação de Aderson – afirmou Dr. Bezerra – nada seria conseguido com a
terapia de vidas passadas, em face da sua total ausência de respostas aos
estímulos externos. E se fosse possível fazê-lo, numa fase menos grave, o
reencontro do rapaz com toda a gama de fatos danosos praticados no pretérito
produzir-lhe-ia tal horror, que a demência o assaltaria da mesma forma. O
motivo é que, desejando esquecer, o rapaz não dispunha de forças para
enfrentar-se e superar os prejuízos ocasionados às suas vítimas. (Obra citada,
cap. 7, pp. 90 a 92).
31. Como são tratados e drenados os chamados cânceres da
alma?
É o sofrimento que
faz drenar os cânceres da alma – o culto à personalidade, a sobrestima, a
fatuidade, a ambição desmedida, filhos diretos do egocentrismo – até o
desaparecimento total dos seus tentáculos de longo alcance, abrindo espaço para
que se instalem os sentimentos da fraternidade, do auxílio recíproco, do perdão
indiscriminado, decorrentes do amor que os vivifica. (Obra citada, cap. 8, pp.
93 e 94.)
32. Há diferenças entre o homem culto e o homem sábio?
Sim. São diferentes
o homem culto e o homem sábio, pela simples razão de que o primeiro armazena
conhecimentos e o outro vive-os de forma edificante, promovendo aqueles que o
cercam. “Asas da evolução, o conhecimento e o amor constituem a força da
sabedoria que liberta a criatura.” (Obra citada, cap. 8, pp. 93 e 94.)
Observação:
Para acessar a 3ª parte deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/11/blog-post_29.html
Como
consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog,
clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário