quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

 



A Gênese

 

Allan Kardec

 

Parte 23 e final

 

Concluímos o estudo metódico do livro “A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 36ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, conforme tradução feita por Guillon Ribeiro.

Este estudo foi publicado neste blog sempre às quintas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

177. A atual ordem de coisas deixa muito a desejar. Que é que lhe falta?

Falta ainda, à atual ordem de coisas, fazer com que reinem no mundo a caridade, a fraternidade e a solidariedade. Mas os homens não podem consegui-lo com suas crenças e instituições antiquadas, restos de outra idade, boas para certa época, suficientes para um estado transitório, mas que, havendo dado tudo o que comportavam, seriam hoje um entrave. Já não é, pois, somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho. Tal o período em que doravante a Humanidade deverá entrar e que marcará uma das fases principais de sua história. A geração futura, desembaraçada das escórias do velho mundo e formada de elementos mais depurados, se achará possuída de ideias e de sentimentos muito diversos dos da geração presente, que se vai a passo de gigante. O velho mundo estará morto e apenas viverá na História, como o estão hoje os tempos da Idade Média, com seus costumes bárbaros e suas crenças supersticiosas. (A Gênese, cap. XVIII, itens 5 e 6.)

178. As mudanças preditas por Jesus realizar-se-ão sem comoções?

Não. Uma mudança tão radical como a que se está elaborando não pode realizar-se sem comoções. Haverá, inevitavelmente, luta de ideias. Desse conflito forçosamente se originarão passageiras perturbações, até que o terreno se ache aplainado e restabelecido o equilíbrio. É, portanto, da luta das ideias que surgirão os graves acontecimentos preditos e não de cataclismos ou catástrofes puramente materiais. Os cataclismos gerais foram consequência do estado de formação da Terra. Hoje, não são mais as entranhas do planeta que se agitam: são as da Humanidade. A efervescência que por vezes se manifesta em toda uma população, entre os homens de uma mesma etnia, não é coisa fortuita, nem resultado de um capricho; tem sua causa nas leis da Natureza. Essa efervescência, inconsciente a princípio, não passando de vago desejo, de aspiração indefinida por alguma coisa melhor, de certa necessidade de mudança, traduz-se por uma surda agitação, depois por atos que levam às revoluções sociais, que têm também sua periodicidade, como as revoluções físicas, pois que tudo se encadeia no Universo. (Obra citada, cap. XVIII, itens 6 a 8.)

179. Os Espíritos têm participação ativa nas comoções do mundo corpóreo? 

Sim. Uma coisa que parece estranhável, mas que nem por isso deixa de ser rigorosa verdade, é que o mundo dos Espíritos experimenta o contrachoque de todas as comoções que abalam o mundo dos encarnados, mas não só isso: ele toma também parte ativa nessas comoções, o que nada tem de surpreendente para quem sabe que os Espíritos fazem corpo com a Humanidade; que eles saem dela e a ela têm de voltar, sendo, pois, natural se interessem pelos movimentos que se operam entre os homens. Quando uma revolução social se produz na Terra, abala igualmente o mundo invisível, onde todas as paixões, boas e más, se exacerbam, como entre os homens. Indizível efervescência entra a reinar na coletividade dos Espíritos que ainda pertencem a este mundo e que aguardam o momento de a ele volver. (Obra citada, cap. XVIII, itens 9 e 10.)

180. Qual será a pedra angular da nova ordem social?

A fraternidade. Contudo, não existe fraternidade real, sólida, efetiva, senão quando assentada em base inabalável e essa base é a fé, não a fé em tais ou tais dogmas particulares, que mudam com os tempos e os povos, mas a fé nos princípios fundamentais que toda a gente pode aceitar e aceitará: Deus, a alma, o futuro, o progresso individual indefinito, a perpetuidade das relações entre os seres. (Obra citada, cap. XVIII, itens 17 a 19.)

181. Um dia os homens da Terra se estenderão as mãos uns aos outros?

Sim. Quando todos os homens estiverem convencidos de que Deus é o mesmo para todos; de que esse Deus, soberanamente justo e bom, nada de injusto pode querer; que não é dele, porém dos homens, que vem o mal, todos se considerarão filhos do mesmo Pai e se estenderão as mãos uns aos outros. (Obra citada, cap. XVIII, itens 17 a 19.)

182. Quais serão os sinais distintivos da nova geração? 

Como lhe cabe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distinguirá por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior. A nova geração marchará, assim, para a realização de todas as ideias humanitárias compatíveis com o grau de adiantamento a que houver chegado. (Obra citada, cap. XVIII, itens 23 e 24.)

183. Está o Espiritismo apto para secundar o movimento de regeneração?

Sim. É preciso, no entanto, compreender que não é o Espiritismo que cria a renovação social. A madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Ocorre que, pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é, sem dúvida, mais apto do que qualquer outra doutrina a secundar o movimento de regeneração. Eis por que é ele contemporâneo desse movimento. (Obra citada, cap. XVIII, itens 25 a 27.)

184. A regeneração da Humanidade exigirá a renovação integral dos Espíritos?

Não. A regeneração da Humanidade não exigirá a renovação integral dos Espíritos, mas uma modificação em suas disposições morais. Essa modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo. Por isso, nem sempre os que voltarão a reencarnar neste planeta serão outros Espíritos, mas, com frequência, os mesmos Espíritos, que estarão, então, pensando e sentindo de outra maneira, devido à modificação de suas disposições morais. (Obra citada, cap. XVIII, itens 28 a 35.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 22 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/12/blog-post_16.html

 

 

 

 

 

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