Loucura e Obsessão
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 7
Damos prosseguimento neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
49. Se o termo
Exu está geralmente ligado à perversidade, que são os Orixás?
Com ligeiras variações, o termo Exu refere-se realmente à
perversidade ou à desobediência e, excepcionalmente, quando em tarefa especial,
faz recordar um policial que tem acesso pela sua força aos redutos ignóbeis da
marginalidade. Os Orixás são representações do bem, da santidade, pois que,
literalmente, a palavra significa “senhor da cabeça” (de ori = cabeça; xá =
chefe, senhor). (Loucura e Obsessão, cap. 12, pp. 145 e 146.)
50. Que
significa o termo Oxalá?
Oxalá, abreviatura de Orixalá, é um termo de origem nagô que
significa “o maior dos Orixás”. Acima dele, somente Deus ou Zâmbi, com
variações de correntes, nas quais passa a ser chamado Olorum, no candomblé, ou
Zambiapongo entre os praticantes do culto de origem congolesa. Segundo Felinto,
a complexidade do culto se deve às suas origens e ao sincretismo com a religião
católica, dominante à época no Brasil, quando da chegada dos escravos. (Obra
citada, cap. 12, pp. 145 e 146.)
51. Depois de
servirem como intermediários de Espíritos muito agressivos e violentos, os
médiuns recebem algum tratamento especial?
Sim. No caso descrito neste livro, D. Emerenciana convidou
os Protetores Espirituais a trazerem sua palavra amiga por intermédio de cada
sensitivo. “É a operação limpeza”, esclareceu Felinto. “Após a absorção de
fluidos de teor vibratório diferente, caracterizados pela densidade material
que tipifica este gênero de trabalho, vêm os Espíritos Protetores liberar os
médiuns e renová-los sob a ação de diversa carga de energia, permitindo-lhes o
bem-estar e a satisfação do serviço realizado. Aplicando-se o autopasse eram
retiradas as cargas fluídicas perniciosas, enquanto outras, de qualidade
superior, vitalizavam os cooperadores encarnados.” (Obra citada, cap. 12, pp.
149 a 151.)
52. O diálogo
entre os participantes da atividade mediúnica é importante?
Sim. A respeito disso, D. Emerenciana disse conhecer
instituições respeitáveis em que, mal terminam as reuniões, todos partem, como
se desejassem fugir do recinto, e correm para programas antagônicos, com os
quais se encharcam antes de dormir. Não se comentam as ocorrências ou as
instruções, as conferências ou os estudos, os debates ou as sugestões,
perdendo-se a oportunidade de um aprendizado valioso. Quase todos têm pressa,
alguns porque firmam compromissos posteriores, nos quais anulam o que
granjearam na reunião, e outros, por motivo nenhum, simplesmente porque acham
que sabem tudo, ou não se interessam por sabê-lo. (Obra citada, cap. 12, pp. 151 e 152.)
53. O bem que
promove quem o recebe eleva aquele que o pratica?
Evidentemente. Quando fazemos um bem a alguém, estamos no
contexto da ordem universal. O mal ocorre no sentido inverso, sendo sempre pior
para quem o abraça. Quando devemos a alguém, moral ou espiritualmente, o nosso
desrespeito é ao Soberano Código do Amor. É necessário fazermos a paz com o
nosso adversário, buscando-o com humildade para esse fim e fazendo-lhe o bem
possível. Se, no entanto, ele se recusar, passa de vítima a algoz e tal não lhe
é permitido. A sua teimosia no desforço retarda-lhe a marcha, mas isto não
impede que o arrependido avance. Crescendo, um dia ele poderá voltar para
auxiliar o outro. (Obra citada, cap. 12, pp. 153 e 154.)
54. É comum os
encarnados buscarem, no período do sono, ajuda à Casa espírita que frequentam?
Sim. O fato foi observado por Manoel Philomeno de Miranda
naquele reduto espiritual, aonde compareciam companheiros encarnados que vinham
pedir ajuda, logo que se desprendiam do corpo pelo sono físico. Vinculados à
Casa, eles para ali acorriam automaticamente, ou eram trazidos por seus
Protetores, para receberem auxílio. Ao ali chegarem, eram distribuídos conforme
as questões que os afligiam, recebendo
orientação e reconforto, para poderem desincumbir-se das provas e
compromissos a que se encontravam submetidos. “O Amor – disse Felinto – sempre
dispõe de recursos, e mais cresce quanto mais se doa. Este intercâmbio é-lhes
muito salutar, porque ficam registrados no inconsciente os conselhos recebidos,
que lhes afloram como sonhos mais ou menos claros, de acordo com a lucidez
pessoal.” (Obra citada, cap. 12, pp. 155 e 156.)
55. Quem era o
Espírito que obsidiava Carlos? E por que assim agia?
Ele fora escrava na propriedade rural que então pertencia a
Carlos. Ela fazia parte de um grupo de escravos recém-chegados da África.
Jovem, mas já casada e mãe de um bebê, a escrava despertou no fazendeiro a cobiça
e a luxúria. Depois de separá-la do marido, ele desejou impor-se como senhor e
usuário. Sem entender o idioma do dominador e dilacerada por mil dores, a jovem
negou-se a ceder e lutou bravamente, sem medo. Esbordoada, então, pelo
alucinado, foi tomada de fúria indômita e reagiu, sendo vencida a golpes de
rebenque, que a prostraram, sendo depois levada ao suplício impiedoso até que a
morte lhe adveio. A ex-escrava agia assim movida pelo desejo de vingança. (Obra
citada, cap. 13, pp. 161 a 163.)
56. A
consciência culpada jamais esquece o mal que fez aos outros?
Sim. A consciência culpada jamais esquece. Era por isso que
Carlos trazia tormentos e incapacidade sexuais que contribuíram para a sua
alienação, pois necessitava resgatar todos os seus torpes comportamentos. A
ex-escrava fora apenas uma de suas inúmeras vítimas. (Obra citada, cap. 13, pp.
163 a 165.)
Observação:
Para acessar a Parte 6 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/12/blog-post_20.html
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