quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

 


E a Vida Continua...

 

André Luiz

 

Parte 4

 

Prosseguimos o estudo da obra E a Vida Continua..., de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1968 pela Federação Espírita Brasileira.

Esta é a décima primeira obra do mesmo autor integrante da Série Nosso Lar, que temos estudado metodicamente às quartas-feiras neste blog.

Eis as questões de hoje:

 

25. Qual era o motivo que impedia Evelina de compreender que se encontrava desencarnada?

Essa pergunta foi feita também por Evelina e o Instrutor Ribas esclareceu: "Falta de preparo na vida física". Segundo ele, a surpresa de Evelina era comum à maioria das criaturas terrestres, em virtude da ausência de integração real com as experiências religiosas a que se afeiçoam. O Instrutor Ribas acrescentou que ela, na condição de católica, deveria apresentar um índice mais completo de comunhão com a verdade espiritual. Afinal, se ela meditasse na essência dos ofícios religiosos de sua fé, todos eles dirigidos a Deus e, depois de Deus, aos mortos sublimes, como Jesus, sua mãe e os Espíritos heroicos que veneramos por santos da vida cristã, decerto não experimentaria o assombro que até então lhe insensibilizava os centros de força. (E a Vida Continua..., cap. 10, pp. 74 e 75.) 

26. Um dos motivos da tristeza que acompanhou os últimos dias de Evelina na Terra foi a traição de seu esposo. Como ela lidou com isso?

O aborto espontâneo que ocorreu logo que engravidou levou-a a um estado de deperecimento orgânico progressivo. Seu esposo (Caio) procurou então uma nova companheira, uma moça solteira, com quem passou a conviver, simulando vida conjugal na cidade grande. A situação vexatória em que Evelina se achou passou a arrasá-la, e sucessivas humilhações, a que se viu exposta dentro de casa, amargaram-lhe a existência. O Instrutor Ribas perguntou-lhe se ela chegou a desculpar o esposo infiel e a compadecer-se da rival. Evelina respondeu: "De modo nenhum. Estou numa confissão em que tomo a Jesus por minha testemunha e não posso mentir. Nunca pude perdoar a meu marido pela deslealdade com que me afronta e nem tolerar a presença da outra em nosso caminho". (Obra citada, cap. 10, pp. 78 e 79.)

27. Por que, estando desencarnado e consciente do fato, o Espírito não recorda as peripécias ligadas às outras existências?

As potências da alma, no período da encarnação, jazem orientadas na direção desse ou daquele trabalho, segundo os propósitos que a pessoa tenha assumido ou que tenha sido constrangida a assumir. Isso determina o obscurecimento das memórias pregressas. A passagem pelo claustro materno, os sete anos de semi-inconsciência no ambiente fluídico dos pais, a meninice, o retorno à juventude e os problemas da madureza estruturam em nós uma personalidade nova que incorporamos ao nosso patrimônio de experiências. É, pois, compreensível que, no espaço de tempo que transcorre imediatamente à desencarnação, a memória profunda esteja ainda hermeticamente trancada nos porões do ser. Mas isso é transitório e gradativamente o Espírito penetra o domínio do seu passado. (Obra citada, cap. 11, pp. 80 a 82.)

28. Por que Fantini não enfrentou o estado de perturbação e de tormentos que dizem ser comum aos que voltam ao além-túmulo?

O Instrutor Ribas, respondendo a semelhante pergunta, disse: "O estado de tribulação a que se refere é pertinente ao espírito e não ao lugar. Muitos de nós, os desencarnados, suportamos tempos difíceis, em paisagens determinadas que nos refletem as próprias perturbações íntimas. Essa anomalia pode perdurar por muito tempo, de conformidade com as nossas inclinações e esforço indispensável para que nos aceitemos, imperfeitos como ainda somos, conquanto não ignoremos a necessidade de burilamento que as leis da vida nos estabelecem." Nosso dever, ante a Vida Maior, é podar os nossos defeitos em trabalho digno e incessante. "Enquanto estejamos em desequilíbrio, após a desencarnação, desequilíbrio que é sempre agravado pela nossa inconformidade ou rebeldia, orgulho ou desespero, ameaçando a segurança dos outros, permaneceremos compreensivelmente internados ou segregados em faixas de espaço, junto de quantos evidenciem perturbações ou conflitos semelhantes aos nossos, à maneira de doentes mentais, afastados do convívio doméstico para tratamento justo." (Obra citada, cap. 11, pp. 82 a 84.) 

29. A fé demonstrada pelos Espíritos assistidos pelo Instituto tinha alguma influência sobre o socorro que eles ali recebiam?

Sim. O socorro prestado pela Casa fazia-se mais eficaz quanto mais força de fé mostrasse a criatura na possibilidade de superação de suas fraquezas. Foi o que ocorria com Fantini, cuja estrutura psicológica o imunizara contra os delírios que acometem muita gente boa e digna que, às vezes, se abriga por muito tempo nas aflições purgativas dos grande manicômios, sanando os desequilíbrios a que se despenha, por haver dado, em muitos casos, orientação falsa ao amor de que se nutria. (Obra citada, cap. 11, pp. 84 e 85.)

30. Que atividades e entretenimentos Evelina e Fantini encontraram em seus passeios pela cidade em que o Instituto se localizava?

Sempre que podiam, eles frequentavam bibliotecas, jardins, instituições e entretenimentos diversos, como se estivessem em tranquila colônia de férias. E Evelina pôde também realizar ali um de seus maiores anelos: participar de um culto religioso, que foi realizado em um templo muito simples, em que no interior tudo era espontaneidade e harmonia. (Obra citada, cap. 12, pp. 88 a 90.)

31. Em nosso retorno à vida espiritual, o maior ou menor aproveitamento do tempo durante a existência finda é um item a ser considerado?

Sim. Na palestra o ministro referiu-se ao assunto. "A Divina Providência não pergunta o que fostes – disse ele –, porque nos conhece a cada um em qualquer tempo... Entretanto, é justo investigue sobre o que fizestes dos tesouros do tempo, concedido a nós todos em parcelas iguais..." "Não vos iludais!..." – prosseguiu o orador. (Obra citada, cap. 12, pp. 92 a 94.)

32. De volta à vida espiritual, em que nos aproveita o fato de termos tido na Terra títulos e propriedades de cunho material?

Na palestra, o orador falou disso, lembrando que palácios ou casebres, títulos convencionais ou qualificações pejorativas, privilégios ou cativeiros, vantagens ou prejuízos – tudo isso desaparece no dia em que o corpo físico recebe na Terra o atestado de óbito. "Qual ocorreu a nós outros, os que habitamos atualmente o Plano Espiritual desde longas décadas, trouxestes para cá o que efetuastes de vós mesmos... Aprendestes o que estudastes, mostrais o que fizestes, entesourais o que distribuístes!... Em suma, atravessada a Grande Fronteira, somos simplesmente o que somos!" (Obra citada, cap. 12, pp. 92 a 94.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/12/blog-post_08.html

 

 

  

 

 

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