quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

 



Infância

 

Antônio Furtado (Espírito)

 

Esse vaso de fina porcelana

Que cintila,

Antes de erguer-se, em forma soberana,

Era simples argila.

 

O rio que o sol beija em ondas de ouro,

Nas planícies amenas,

Era no nascedouro

Um fio de água apenas.

 

A laranjeira, em pomos tentadores,

Que se eleva e domina,

Antes de ser perfume, seiva e cores,

Era pobre semente pequenina.

 

O homem que exprime as glórias da consciência

Com o verbo claro e terso, 

Antes de ser o herói da inteligência,

Era uma flor no berço.

 

Se almejas profligar o mal sem medo,

Na suprema reentrância, 

Educa, meu amigo, enquanto é cedo,

O coração da infância!


Da obra Antologia dos Imortais, psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. Antônio Furtado, natural de Quixeramobim (CE), faleceu em agosto de 1937, aos 44 anos, em Fortaleza (CE). Poeta, crítico, contista e jurista, foi membro da Academia Cearense de Letras, professor catedrático na Faculdade de Direito do Ceará e magistrado no então Território do Acre.


Ao Leitor:

O poema acima foi escolhido propositadamente para ser a prévia do que publicaremos neste blog às quintas-feiras, a partir da próxima semana.

A nova seção será intitulada CINCO-MARIAS, com textos sobre educação infantil escritos por nossa amiga e colega Eugênia Pickina, da equipe de redação da revista “O Consolador”.

O título da seção – CINCO-MARIAS – é uma alusão a um conhecido brinquedo que integra um conjunto de brincadeiras e atividades lúdicas conceituadas como Patrimônio Cultural da Humanidade.

 

 

 

 

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