domingo, 26 de dezembro de 2021

 



O Natal do Senhor

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

De Londrina-PR

 

Segundo o calendário oficial, Jesus nasceu há 2.021 anos. Mas, perguntamos, quando Jesus nasceu para nós? Que significa seu nascimento na intimidade de nossa vida?

Jesus pediu-nos que nos amássemos como ele nos amou. E acrescentou que esse era seu jugo e também seu fardo. Jugo suave, porque amor; fardo leve, porque caridade.

Caridade significa amor de irmão, o que implica olharmos para o lado e enxergar irmãos nos companheiros do caminho, tornando-nos o próximo daqueles que de nós se aproximam.

O que o amor opera em nossos corações é a chave que pode abrir os grilhões que nos prendem às coisas materiais, à materialidade do mundo.

Quando Jesus pronunciou a palavra amor, exemplificando-a no trato conosco, o mundo sofreu um abalo. E seu nascimento significa o abalo em nossas convicções que faz com que procuremos realmente modificar-nos para melhor.

Se Jesus já nasceu em nossos corações, então podemos saber que demos o primeiro passo para a salvação – passo esse de que só nossa consciência é testemunha e, por isso, só diz respeito a nós e a Deus.

Mas... Que significa realmente salvar-se?

Quando Jesus iniciou suas pregações, ele repetiu, docemente, as palavras de João Batista: “arrependam-se, façam penitência, e convertam-se, porque o Reino dos Céus está próximo”, o que implica dizer que o Reino de Deus, onde a lei de justiça, amor e caridade é plenamente exercida, está a um passo de nós, visto que, se nos arrependermos, se repararmos o mal que fizemos e se convertermos nossa face para o Criador, então o Reino será edificado nos nossos corações e assim nos libertaremos.

Jesus, ao dar ênfase à importância do amor, iniciou uma revolução. Mas ele não foi nem é um revolucionário vulgar, como muitos o veem. Nem sequer é um revolucionário, porque não veio destruir a lei, mas cumpri-la, e foi o exemplo puro do que nos recomenda a lei de Deus, o agente de transformação de nossos corações para melhor.

Jesus desperta em nós o que temos de melhor. E, apesar de nossos erros, todos temos o que a humanidade pode apresentar de melhor – o amor, em uns latente, em outros quase sufocado entre os espinhos do egoísmo, em outros ainda desabrochando em atos humanitários, em pequena ou larga escala segundo a estatura de cada um. Ele nos conhece a todos nós por nossos predicados e quer que cada um de nós desperte a semente adormecida do amor que existe em nossos corações.

A cada Natal, quando as atenções das pessoas se voltam inteiramente para Papai Noel, geralmente nos esquecemos do verdadeiro aniversariante.

Não esquecemos as compras (se podemos comprar), tampouco a ceia (se podemos cear), mas invariavelmente esquecemos Jesus ou, o que é decepcionante, se nos lembramos dele nem sempre agimos de acordo com o que a evocação do seu nome faz lembrar, que é a observância da lei do amor.

Muitas vezes a reunião familiar, mesmo nas festas de Natal, é permeada de azedume, de hipocrisia, de malquerença. Muitas vezes, em momentos assim, que deveriam ser a celebração do amor, somos arrastados pelos excessos e pelos prazeres que nem sempre nos convêm.

Jesus operou seu primeiro “milagre” numa festa de casamento. Usamos aqui o vocábulo milagre por mera concessão aos cristãos não espíritas, porque milagres – ensina o Espiritismo – não existem.

Pelo relato dos evangelistas, parecia que o Mestre gostava de ambientes festivos, porque alegres, mas revestidos de uma alegria pura, sem a mácula dos interesses mundanos.

Acreditamos, por isso, que Jesus quer que festejemos, sim, e parece que não quer ser tão somente lembrado, mas que nos lembremos de sua exortação final aos discípulos amados: “amem-se uns aos outros como eu os amei”.

Recordemos suas lições nesta semana em que se celebra mais um Natal e mostremos a nossos filhos e nossos netos que o aniversariante a ser reverenciado não é o velhinho simpático, de vestes vermelhas, que encanta as criancinhas, mas sim o Amigo de todas as horas que recebeu do Pai a missão de conduzir a humanidade terrena ao porto da paz e da felicidade.

 

P.S.:

Este texto foi redigido antes do dia 25 de dezembro, dia em que, segundo a cristandade, Jesus veio em pessoa ao mundo em que vivemos. Aproveitando a oportunidade, enviamos a nossos leitores, amigos e familiares nosso fraternal abraço e votos de que 2022 seja diferente e bem melhor do que o ano que ora chega ao fim.

 

 

 

 

 

Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário