A verdade é indispensável quando se trata de adoção
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
É voz
corrente em nosso país que, quando o assunto é adoção de crianças, o Brasil é o
campeão da informalidade.
Estima-se
que metade das adoções são feitas no país sem a intermediação da Justiça, ou
seja, as pessoas acolhem uma criança, geralmente quando ainda bebê, e a
registram como se fosse seu filho natural. Não lhes faltam amor e carinho, mas
nem sempre a verdade é revelada, porque muitos, a rigor, não têm certeza se devam
fazê-lo.
Em
entrevista publicada oportunamente pelo jornal Gazeta do Povo, de Curitiba (PR), a psicóloga e professora Lidia
Natalia Dobrianskyj Weber, da Universidade Federal do Paraná, foi taxativa:
"A primeira regra ética de uma família que adotou alguém é a verdade, ou
seja, o filho adotivo deve saber desde o começo que foi adotado".
"Não deve existir - explica a professora Lidia - um momento especial para
contar, mas o assunto deve ser colocado na família e para a criança de maneira
aberta, até mesmo antes de sua linguagem verbal formal."
A
proposta da conhecida psicóloga coincide com o ensinamento transmitido por
Emmanuel há quase cinquenta anos.
A
mensagem, que se intitula "Filhos Adotivos", integra o cap. 5 do
livro Astronautas do Além, publicado
em 1974 pelo GEEM – Grupo Espírita Emmanuel S.C. Editora. Na mensagem, o então
mentor espiritual de Chico Xavier afirma que existem vínculos do pretérito
muito fortes entre o casal que adota e o filho adotado. A adoção dessa ou
daquela criança não é, como se poderia supor, obra do acaso, e é por isso que a
verdade deve desde cedo ser revelada.
Recomenda,
então, o nobre instrutor espiritual:
"...
se tens na Terra filhos por adoção, habitua-te a dialogar com eles, tão cedo
quanto possível, para que se desenvolvam no plano físico sob o conhecimento da
verdade. Auxilia-os a reconhecer, desde cedo, que são agora teus filhos do
coração, buscando reajustamento afetivo no lar, a fim de que não sejam
traumatizados na idade adulta por revelações à base da violência, em que frequentemente
se lhes acordam no ser as labaredas da afeição possessiva de outras épocas, em
forma de ciúme e revolta, inveja e desesperação". (Astronautas do Além, cap. 5.)
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