CINCO-MARIAS
Ensinar o otimismo
EUGÊNIA PICKINA
eugeniapickina@gmail.com
Não posso esperar que algo mude lá fora na vida social se eu mesmo não me puser
em movimento. Rudolf Steiner
À tarde, visitei uma amiga que tem uma filha de seis meses. Em certo
momento, ela passou a falar sobre educação, arranjos pedagógicos e a
necessidade de preparar os filhos para torná-los socialmente úteis e
independentes.
Mais que o aspecto laboral, por perceber que vida afora as pessoas
passam por caminhos diferentes, além de amar os filhos, considero que
precisamos ensinar a eles o otimismo. Porque um adulto otimista será otimista
por toda parte. Alguém duvida?
A criança é inocência, um primeiro movimento, influenciada pela
consciência coletiva do ambiente em que vive. Se mora, por
exemplo, em um local onde as pessoas são descrentes, pessimistas, pode tornar-se
como elas. Crianças que crescem em um ambiente desse tipo dificilmente
aprenderão a ser tenazes e confiantes.
Apesar dos altos e baixos da vida, os acontecimentos agradáveis e
desagradáveis, pais otimistas demonstram aos filhos que a vida, por essência, é
boa e rica em sentido. Pois o que difere um otimista de um pessimista é a
capacidade de redescobrir as poucas grandes coisas que importam na vida e
continuamente renovar-se com elas.
Aprender é praticar, praticar é repetir. Logo, a alegria de ser e
de viver depende largamente das lições de otimismo que foram
absorvidas no primeiro setênio da criança, impelindo-a, quando adulta, a
confiar nos altos ideais a fim de alcançar sentido e direção à sua vida.
O que fazemos, quem somos realmente, é o que impressiona a
criança. Por isso, pais otimistas criam filhos mais resilientes e, no futuro,
pessoas mais inclinadas ao bem, à paz e à harmonia social.
Abraços, boa semana!
Notinha
A criança imita tudo o que ocorre no ambiente físico à sua volta.
Contudo, associado à infância, a palavra ambiente deve ser
entendida em um sentido bastante amplo. Ou seja, “faz parte dele tudo o que se
desenrola ao redor da criança, tudo o que pode ser percebido por seus sentidos,
que pode atuar sobre suas forças espirituais a partir do espaço físico. Aqui se
incluem todas as ações morais e imorais, sábias e levianas que ela possa ver”
(Rudolf Steiner).
A criança é influenciada por quem somos e fazemos realmente e, por isso,
Rudolf Steiner afirma que toda educação “é autoeducação e nós (...) somos, em
realidade, apenas o entorno da criança educando-se a si própria” [Cf. Steiner,
R., GA, palestra de 20.04.1923].
*
Esta seção, cuja estreia neste blog ocorreu no dia 6 de janeiro deste
ano, traz sempre textos dedicados à infância, seus cuidados, sua educação. O
título – Cinco-marias – é uma alusão a um conhecido brinquedo
que integra um conjunto de brincadeiras e
atividades lúdicas conceituadas como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta
floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em
Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto
Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim
Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).
Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em
Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), está concluindo em São Paulo a
formação em Psicanálise.
Ministra cursos e palestras sobre educação ambiental
em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.
Seu contato no Instagram é @eugeniapickina
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