quinta-feira, 7 de abril de 2022

 



CINCO-MARIAS

 

Ensinar o otimismo

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com


   Não posso esperar que algo mude lá fora na vida social se eu mesmo não me puser em movimento
. Rudolf Steiner

 

À tarde, visitei uma amiga que tem uma filha de seis meses. Em certo momento, ela passou a falar sobre educação, arranjos pedagógicos e a necessidade de preparar os filhos para torná-los socialmente úteis e independentes.

Mais que o aspecto laboral, por perceber que vida afora as pessoas passam por caminhos diferentes, além de amar os filhos, considero que precisamos ensinar a eles o otimismo. Porque um adulto otimista será otimista por toda parte. Alguém duvida?

A criança é inocência, um primeiro movimento, influenciada pela consciência coletiva do ambiente em que vive. Se mora, por exemplo, em um local onde as pessoas são descrentes, pessimistas, pode tornar-se como elas. Crianças que crescem em um ambiente desse tipo dificilmente aprenderão a ser tenazes e confiantes.

Apesar dos altos e baixos da vida, os acontecimentos agradáveis e desagradáveis, pais otimistas demonstram aos filhos que a vida, por essência, é boa e rica em sentido. Pois o que difere um otimista de um pessimista é a capacidade de redescobrir as poucas grandes coisas que importam na vida e continuamente renovar-se com elas.

Aprender é praticar, praticar é repetir. Logo, a alegria de ser e de viver depende largamente das lições de otimismo que foram absorvidas no primeiro setênio da criança, impelindo-a, quando adulta, a confiar nos altos ideais a fim de alcançar sentido e direção à sua vida.

O que fazemos, quem somos realmente, é o que impressiona a criança. Por isso, pais otimistas criam filhos mais resilientes e, no futuro, pessoas mais inclinadas ao bem, à paz e à harmonia social.

Abraços, boa semana!

 

Notinha

 

A criança imita tudo o que ocorre no ambiente físico à sua volta.  Contudo, associado à infância, a palavra ambiente deve ser entendida em um sentido bastante amplo. Ou seja, “faz parte dele tudo o que se desenrola ao redor da criança, tudo o que pode ser percebido por seus sentidos, que pode atuar sobre suas forças espirituais a partir do espaço físico. Aqui se incluem todas as ações morais e imorais, sábias e levianas que ela possa ver” (Rudolf Steiner).

A criança é influenciada por quem somos e fazemos realmente e, por isso, Rudolf Steiner afirma que toda educação “é autoeducação e nós (...) somos, em realidade, apenas o entorno da criança educando-se a si própria” [Cf. Steiner, R., GA, palestra de 20.04.1923].
 

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Esta seção, cuja estreia neste blog ocorreu no dia 6 de janeiro deste ano, traz sempre textos dedicados à infância, seus cuidados, sua educação. O título – Cinco-marias – é uma alusão a um conhecido brinquedo que integra um conjunto de brincadeiras e atividades lúdicas conceituadas como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), está concluindo em São Paulo a formação em Psicanálise.

Ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 

 

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