Trilhas da
Libertação
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 9
Prosseguimos neste espaço o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995. Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
65. Onde se radicam as causas dos males que desabam sobre os
seres humanos?
Na raiz desses males
estão presentes o egoísmo, a presunção e a ignorância das Leis que regem a
vida. Prepotentes e rebeldes, porque estagiam nos níveis primários do
pensamento e nos patamares sombrios da consciência, os indivíduos dão
preferência a direitos que lhes não são devidos, em razão dos deveres que não
atendem ou sequer reconhecem como possuindo algum valor. Permitindo-se todas as
extravagâncias e concessões, revoltam-se quando contrariados ou surpreendidos
pela morte, que não os aniquila, mas os reúne em grupos afins, onde prosseguem
em suas vãs tentativas de dominação e poder. Sendo o mundo físico pálido
reflexo do espiritual, as ocorrências de um refletem-se no outro com a mesma
intensidade, em inevitável intercâmbio de ações e reações. (Trilhas da Libertação. Cilada Perversa,
pp. 179 e 180.)
66. Qual é grande desafio da evolução?
O grande desafio da
evolução é a forma de enfrentar as dificuldades e superá-las. As provas não
existem para nos abater, mas para serem superadas e assimiladas. Uns recuam e
fogem da luta. Outros resistem e as enfrentam sem nenhum temor. (Obra citada.
Cilada Perversa, pp. 183 e 184.)
67. Quais eram as causas das aflições e conflitos que
acometiam com frequência o médium Francisco?
As causas
radicavam-se no passado. Francisco procedia de reencarnações malogradas,
especialmente no campo da fé religiosa, onde mais de uma vez se comprometera
gravemente. Certa vez, no passado, passando como pastor, vinculado ao clero
romano, entregara-se a lamentáveis práticas da luxúria e da sensualidade,
vivendo largo período de permissividade e hipocrisia. Utilizando-se da
religião, disfarçava as paixões inferiores na sotaina, enquanto explorava
moçoilas ingênuas e viúvas angustiadas, que abandonava com indiferença, após
saciados os caprichos servis. Denunciado várias vezes, conseguia, a peso de
ouro, prosseguir na carreira infeliz, transferido de uma para outra paróquia,
onde dava continuidade às práticas perversas e imorais. Ao desencarnar, na
meia-idade, reencontrou várias de suas vítimas que o aguardavam entre ódios e
promessas de vingança. Reencarnando, por interferência de abnegado Mentor,
volveu ao clero, para reparar e elevar-se, não conseguindo o êxito que dele se
esperava, porquanto, insensato, deu curso outra vez aos disparates morais,
aumentando ainda mais a carga de aflições que o futuro lhe deveria cobrar. (Obra
citada. Vidas em Perigo, pp. 185 a 187.)
68. Que aconteceu a Francisco no mundo espiritual depois de
seu novo fracasso como membro do clero?
Largo foi o seu
trânsito no mundo espiritual, entre remorsos sinceros e dores acerbas, até que
nova oportunidade lhe foi concedida, através da faculdade mediúnica, cujo
objetivo era ensejar-lhe o apaziguamento com muitos daqueles a quem prejudicara
e que não conseguiram perdoá-lo. Graças à conduta irregular na área sexual, que
o corrompera antes, renasceu com dificuldades e limites genésicos, que
respondiam pelos tormentos atuais. Frequentemente, ao adormecer, assomavam do
seu inconsciente profundo as cenas do passado, as quais lhe produziam pesadelos
cruéis que o atormentavam, levando-o a reviver o clima de morbidez que o
intoxicara antes. Nesses dias, as aflições tornavam-se-lhe ásperas, levando-o à
depressão, à insegurança, ao sofrimento. Naturalmente, cultivando esses
sentimentos, sintonizava com os adversários, experimentando angústias de alto
porte. (Obra citada. Vidas em Perigo, pp. 187 e 188.)
69. Podemos afirmar que na raiz de todo problema encontramos
a presença do passado?
Sim. Foram essas as
palavras do dirigente da Casa Espírita, Sr. Almiro, a quem Francisco expôs todo
o drama que o acometia. Depois de deixá-lo exteriorizar as aflições, o
dirigente, devidamente inspirado pelo Mentor do Grupo, elucidou: “Na raiz de
todo problema encontramos a presença do passado. No ontem situam-se as causas,
como sabemos, positivas ou perturbadoras da nossa caminhada no rumo do
progresso. Equivocados e renitentes, os devedores nos apresentamos jungidos à
canga dos débitos que a imprevidência e a presunção nos levaram a contrair.
Particularmente, na área dos conflitos sexuais, assim como da insegurança
pessoal com todo o seu séquito de tormentos, enfrentamos o ressumar da
intemperança e dos abusos de vária ordem, que volvem do pretérito espiritual. O
apóstolo Paulo, escrevendo aos gálatas, refere que ‘Tudo o que o homem semear,
isso também ceifará’, demonstrando a excelência da Justiça Divina. Daí resulta
que a existência física é uma oportunidade feliz de recomposição, em que o
endividado se reedifica interiormente mediante o aproveitamento das horas.
Aqueles que se consideram estigmatizados por esta ou aquela limitação sexual,
estão sob a disciplina retificadora dos excessos que antes se exigiram,
impondo-se-lhes a necessidade de recuperação do equilíbrio”. (Obra citada.
Vidas em Perigo, pp. 188 a 191.)
70. Dentre todas as paixões, quais delas constituem nosso
maior verdugo?
São os apetites
sexuais o mais terrível verdugo da criatura humana. O plasma psíquico do sexo
da pessoa cobiçada atormenta o inquieto e inconsequente, levando-o à desarmonia
e à loucura. Somente a decisão forte e consciente para a libertação rompe esse
círculo apertado de desejo e insatisfação, de gozo e sede. (Obra citada. Vidas
em Perigo, pp. 192 a 194.)
71. É certo dizer que os médiuns não são criaturas especiais,
mas, em verdade, Espíritos muito comprometidos por seus atos no passado?
Sim, é verdade.
Respondendo a uma pergunta de Manoel P. de Miranda, o mentor espiritual
explicou: “Não são os médiuns, conforme sabemos, criaturas especiais,
destinados à galeria espiritual dos eleitos, como seres venerandos. Normalmente
são Espíritos muito comprometidos que dispõem das faculdades medianímicas para mais
servir, reequilibrando o psiquismo desarmonizado ao impacto das ações
incorretas. Vitimados pela consciência culpada, experimentam os conflitos que
defluem das atitudes exorbitantes que se permitiram”. A faculdade propicia-lhes
ajudar aqueles a quem ofenderam e se demoram em aflição, assim como a socorrer
indiscriminadamente a todos que necessitem de disciplina corretora. (Obra
citada. Ocorrência Grave, pp. 195 e 196.)
72. Qual é o verdadeiro direcionador do nosso destino?
O excelente
direcionador do destino é o livre-arbítrio. Quando a opção tomada pelo
indivíduo é correta, acelera a marcha, e quando é equivocada retarda-a,
aprendendo, pela metodologia da reeducação, a discernir o que deve fazer e como
realizá-lo, passando a agir com acerto. Contudo, quando gera dificuldades para
si mesmo, sofrendo-as com resignação e amor, elas se tornam elementos vitais
para a libertação do indivíduo. (Obra citada. Ocorrência Grave, pp. 198 a 200.)
Observação:
Para acessar a parte 8 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/04/blog-post_18.html
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