A Vida no Outro Mundo
Cairbar Schutel
Parte 10
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP).
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Este estudo será publicado neste blog
sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. Os animais são também dotados de
perispírito?
B. Encontraremos na Outra Vida, ou
seja, no plano espiritual, espíritos de animais?
C. Os espíritos de animais permanecem
longo tempo no Mundo Espiritual?
Texto para
leitura
120. Assim como cremos, piamente, na
existência da alma humana, após acurados estudos e provas demonstrativas que
temos recebido em abundância, cremos também na existência da alma animal, ou
seja, na existência de um princípio anímico que se revela subjetiva e
objetivamente nos seres inferiores. E este princípio, como acontece no reino
hominal, tem uma forma "orgânica" que o reveste, que podemos chamar
de perispírito. (A Vida no Outro Mundo
– Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)
121. Não só o homem é dotado desse
órgão, necessário às funções que exerce; todos os animais mantêm essa ideia
diretriz, que é de indispensável utilidade fisiológica. O cão, o gato, o
cavalo, o tigre, o leão, os pássaros, os peixes, os quadrúpedes de toda
espécie, os répteis, até os mais insignificantes insetos, todos são dotados
desse organismo, que existe neles ainda invisível para nós e que designa em
cada parte, e a cada elemento, seu lugar, sua estrutura e suas propriedades. (Obra
citada – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)
122. É uma como tela vital que
representa o desenho ideal de um organismo. Esse organismo é suscetível de
progresso, estando, portanto, sujeito à lei do transformismo, de acordo sempre
com a evolução da alma ou do espírito que ele reveste. O animal terrestre
morre, o seu corpo se decompõe, mas a alma sobrevive inteira, completa,
conservando a memória das suas existências passadas. É no perispírito que se
gravam, pois, todas as lembranças. (Obra citada – Cap. X - O Perispírito nos
Seres Inferiores.)
123. Estas considerações têm por fim
deixar ver que, na Outra Vida, encontraremos espíritos de animais, como de
seres que já pertencem, pelo seu grau de evolução espiritual, ao reino hominal.
A prova desta afirmação está nas aparições dos animais, constatadas nos anais
do psiquismo. O Sr. Ernesto Bozzano chegou a reunir avultado número dessas
manifestações póstumas em seu livro denominado Animali e Manifestazioni Metapsichiche. (Obra citada – Cap. X - O
Perispírito nos Seres Inferiores.)
124. Conquanto grande parte desses
espíritos permaneça pouco tempo no Mundo Espiritual, sendo, pouco depois de
desencarnados, dirigidos por Espíritos Superiores para tomarem novas
encarnações, como disse Allan Kardec, os mais evoluídos podem permanecer por
mais tempo na Outra Vida, até ulterior deliberação dos Espíritos dirigentes,
ocasião em que tomam novos corpos, de acordo, sempre, com o seu grau de
adiantamento, passando, então, o perispírito de cada um por transformações adequadas
à espécie em que vêm viver. (Obra citada – Cap. X - O Perispírito nos Seres
Inferiores.)
125. Esta obra não comporta a
reprodução de relatos que bem orientem os leitores sobre essas aparições de
animais, mas vamos escolher dois ou três para exemplo. (Obra citada – Cap. X -
O Perispírito nos Seres Inferiores.)
126. Este primeiro relato, extraído da
revista Light, vem assinado peio
psiquista inglês Sr. Peters:
“No que concerne à sobrevivência dos
animais, observei um fato curioso, antes de me tornar espiritualista. Eu estava
doente e recebia habitualmente a visita de um gato, que pertencia à
proprietária da casa em que eu residia. Cada tarde, um pouco antes da completa
obscuridade, ele vinha ao meu quarto, dava uma volta com um ar solene, depois
saía novamente. Um dia me disseram que o gato tinha morrido, mas essa notícia
fugiu-me da memória e, cada tarde, o gato vinha como de costume. Entretanto,
uma noite eu me lembrei, de repente, que o gato estava morto. Como nessa época
eu nada sabia dos fatos psíquicos, e como via o gato distintamente, pensei que
o sofrimento me havia deixado louco, mas no fim de algum tempo deixei de
receber a visita do gato. De outra vez, achava-me numa reunião de família e
estava em plena conversação com um dos meus hóspedes, quando vi, de repente, um
grande cão; este parecia tão real, que o descrevi com pormenores e meu hóspede
o reconheceu: tratava-se de um cão estimado, que fora de sua família.” (Obra
citada – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)
127. Mme. Agullana, em seu livro La Vie Vécue dum Médium Spirite, narra
outro caso muito interessante. É o seguinte:
“Eu estava em Condons, no escritório
de M. T. conversando com este e sua senhora, quando tive uma visão singular que
narrei ao casal. Eu lhes disse que via um Espírito, um senhor, personagem que
lhes descrevi. No mesmo instante, apareceu-me um cão cuja cor e aparência eu
narrei. Ele percorreu a loja do sr. M. T. e passou entre louças e porcelana. A
cada momento o tal senhor dizia: ‘Vem aqui, Médor!’, como se estivesse crente
de que o cão pudesse quebrar algum objeto. Este senhor era morto há 8 anos,
disse-me M.T. Era um dos seus melhores amigos, e fora para ele como um irmão.
Quanto ao cão, era, de fato, do tal senhor, chamava-se Médor e morrera havia um
ano aproximadamente." (Obra citada – Cap. X - O Perispírito nos Seres
Inferiores.)
128. O Sr. Robert Austin publicou na North Somerset Gazette o seguinte, cuja
veracidade ele afirma: Seu pai, o Juiz Austin, era conhecido amador de cães e
possuía um, espanhol, que lhe tinha grande afeição. Era seu companheiro
inseparável. O cão, depois de certo tempo, morreu; uma semana após, o Juiz
Austin estava em casa de um amigo, em Clifton, com o qual palestrava. Quando se
despediu e ia saindo, uma moça escocesa, que se achava então na casa, perguntou
quem era esse senhor acompanhado de seu cão. A dona da casa respondeu que era o
Juiz Austin, mas acrescentou que ele não tinha cão algum consigo. Ela respondeu
que estava vendo distintamente, com ele, um cão, e descreveu exatamente o
aspecto de um velho cão espanhol e mesmo a sua atitude peculiar para com seu
dono, que era a mesma que tinha, quando vivo, com o Juiz Austin. Narrando o
caso o Sr. Austin disse: "Vós podeis pensar o que quiserdes deste caso,
mas ele é verídico". (Obra citada –
Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)
129. Os casos de aparições de cães,
cavalos, gatos, bois etc. são bem numerosos, e vêm provar a sobrevivência
animal. Esses seres, como dissemos, manifestam-se com o seu corpo psíquico – ou
perispírito. A imortalidade é a prerrogativa dos seres, desde a mais ínfima à
mais elevada na escala da criação, e esses espíritos, quanto mais evoluídos
forem, mais tempo permanecerão no Mundo Invisível, para prová-lo. Daí vem a
afirmação dos Espíritos reveladores: "O nosso Mundo é povoado de entes
humanos e animais; mas os nossos animais são muito mais belos e inteligentes do
que os vossos". (Obra citada – Cap.
X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)
Respostas às
questões preliminares
A. Os animais são também dotados de perispírito?
Sim. Não só o homem é dotado desse
órgão, necessário às funções que exerce; todos os animais mantêm essa ideia
diretriz, que é de indispensável utilidade fisiológica. O cão, o gato, o
cavalo, o tigre, o leão, os pássaros, os peixes, os quadrúpedes de toda espécie,
os répteis – todos são dotados desse organismo, que existe neles ainda
invisível para nós e que designa em cada parte, e a cada elemento, seu lugar,
sua estrutura e suas propriedades. (A
Vida no Outro Mundo – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)
B. Encontraremos na Outra Vida, ou seja, no plano
espiritual, espíritos de animais?
Sim. O animal terrestre morre, o seu
corpo se decompõe, mas a alma sobrevive inteira, completa, conservando a
memória das suas existências passadas. Encontraremos, pois, na Outra Vida
espíritos de animais, como dos seres que já pertencem, pelo seu grau de
evolução espiritual, ao reino hominal. A prova desta afirmação está nas
aparições dos animais, constatadas nos anais do psiquismo. O Sr. Ernesto
Bozzano chegou a reunir avultado número dessas manifestações póstumas em seu
livro denominado Animali e Manifestazioni
Metapsichiche. (Obra citada, cap. X
- O Perispírito nos Seres Inferiores.)
C. Os espíritos de animais permanecem longo tempo no Mundo
Espiritual?
Depende. Grande parte desses espíritos
permanece pouco tempo no Mundo Espiritual, sendo, pouco depois de
desencarnados, dirigidos por Espíritos Superiores para tomarem novas encarnações.
Contudo, os animais mais evoluídos podem permanecer por mais tempo na Outra
Vida, até ulterior deliberação dos Espíritos dirigentes, ocasião em que tomam
novos corpos, de acordo, sempre, com o seu grau de adiantamento, passando,
então, o perispírito de cada um por transformações adequadas à espécie em que
vêm viver. (Obra citada, cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)
Observação:
Para acessar a Parte 9 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/03/blog-post_25.html
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