segunda-feira, 11 de abril de 2022

 



Trilhas da Libertação

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 7

 

Prosseguimos neste espaço o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995. 

Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

49. Podemos afirmar que é da Lei que ninguém foge de si mesmo?

Sim. Ninguém certamente foge de si mesmo, nem consegue impedir a marcha do progresso, que é inexorável. No processo obsessivo, a vítima de hoje é o apoio do perseguidor amanhã, quando se permite que brilhe no íntimo o amor. Se, porém, permanece a animosidade, a vítima transferida para a posição de algoz mais se infelicita, porque jamais alcançará seu objetivo, que é a destruição do adversário. “As vidas – diz doutor Carneiro de Campos – encontram-se tão mescladas, umas nas outras, que sempre voltam aos mesmos sítios e pessoas até que se superem através do amor, que arrebenta as algemas e une os corações. Por isso, quem perdoa se eleva e se fortalece, enquanto aquele que permanece no ódio rebaixa-se e desidentifica-se, por largo período, da Realidade Superior.” (Trilhas da Libertação. Guillaume e Gérard, pp. 138 a 140.)

50. Qual era a causa do ódio que o obsessor de Davi nutria pelo médium?

A causa do ódio situava-se no século 19, como decorrência de fatos que se seguiram à derrota da França em guerra contra os germanos. Salvo da morte pelo colega de farda de nome Guillaume, Gérard convalesceu na casa do seu salvador, onde foi atendido por jovem mulher, que o cercou de carinho. Era ela a esposa de Guillaume, o herói. Estabeleceu-se naquele lar uma afinidade muito grande entre o enfermo e sua benfeitora; o adultério que se seguiu foi mera consequência. Depois, descoberto o envolvimento dos amantes, surgiram na tela cenas de Guillaume enfurecido e sua morte. É que, reagindo à fúria do amigo, Gérard o matara. O Espírito que desejava vingar-se era Guillaume. Davi era o mesmo Gérard que o traíra e depois o matara. (Obra citada. Guillaume e Gérard, pp. 140 e 141.)

51. Que lições podemos extrair do caso Guillaume-Gérard?

Segundo Manoel P. de Miranda, esse drama era mais um dentre os casos derivados do sexo em desalinho, o qual, sob o comando do egoísmo, responde por grande número de aflições que atormentam a criatura humana. Remanescente dos impulsos primitivos da reprodução animal, escravizado às paixões do orgulho pessoal, constitui ele uma herança pesada no processo de evolução do ser humano. A força sexual, à semelhança de uma torrente impetuosa de água, deixada à solta, espalha pânico e morte; canalizada, preserva a vida. Desse modo, conduzi-la de forma segura para ser útil deve ser o pensamento e o desejo do ser inteligente, que assim vai superando seus limites, mediante as sábias conquistas do sentimento e da razão. (Obra citada. Guillaume e Gérard, pp. 141 e 142; e Advertências Salvadoras, pág. 143.)

52. A simonia é considerada crime em face da lei natural?

Sim. A simonia é crime catalogado nos Códigos Divinos. Não se deve negociar com a faculdade mediúnica, cujos recursos são concedidos ao médium gratuitamente. Eis o que o dr. Carneiro de Campos disse, acerca do assunto, ao médium Davi: “A mediunidade é faculdade cujo exercício deve ser realizado santamente, com altas cargas de responsabilidade e respeito. Ninguém aplica uma função destinada à elevação do ser, de maneira irregular, que não venha a sofrer as funestas consequências da atitude leviana”. (Obra citada. Advertências Salvadoras, pp. 144 a 146.)

53. Por que a tarefa mediúnica de Davi era considerada como de resgate?

O fato decorria do seu passado de erros. Depois das alucinações em França, ele reencarnara quase de imediato na Romênia, onde conheceu, mais tarde, o dr. Grass, ajudando-o em experiências nefastas com cobaias humanas, na condição de seu enfermeiro, aferrados ambos ao mais cruel materialismo. Passada a Primeira Grande Guerra e desencarnando em grande indigência espiritual, um e outro comprometeram-se a reparar os crimes auxiliando vidas, diminuindo-lhes a aflição e amparando os sofredores, o que hoje deveria ocorrer com amplitude, conforme foi a proposta inicial quando do despertar da faculdade. (Obra citada. Advertências Salvadoras, pp. 146 e 147.)

54. Antes de se extraviar no exercício de suas faculdades, como foi o trabalho no setor de curas desenvolvido por Davi e o dr. Grass?

O próprio Dr. Grass, em um momento de reflexões importantes, lembrou a David como foram os primeiros tempos do trabalho realizado, em que atendiam os infelizes mais desventurados, porque, além das dores que os dilaceravam, padeciam da injunção rude da miséria econômica. “Recebíamos – disse o cirurgião desencarnado – os seus sorrisos ingênuos e agradecidos, suas vibrações de amor e suas preces intercessórias por nós, ensejando-nos o equilíbrio e a saúde da alma. Como éramos felizes então!” Ao dizer isso, a emoção embargou-lhe a voz. Mas, em seguida, reconhecendo terem ambos perdido o rumo, dr. Grass explicou-lhe que, a continuar com a mesma conduta, em breve não haveria campo no seu psiquismo mediúnico para a continuidade do intercâmbio que até então mantinham. (Obra citada. Advertências Salvadoras, pp. 147 a 149.)

55. Nos processos de parasitose espiritual, que foi o diagnóstico feito no caso da médium Raulinda, qual a terapia adequada?

As consequências das leviandades cometidas por ela foram impressas pelo Espírito nos seus equipamentos físicos. Em face do exposto, Raulinda necessitava de assistência ginecológica e psiquiátrica. Ajuntando-se a esse quadro a consciência de culpa, que gera a auto-obsessão, mais a perturbação obsessiva, o diagnóstico do Dr. Carneiro de Campos era de parasitose espiritual, caso em que necessita o paciente de uma terapia holística, que engloba a participação das diferentes áreas da ciência médica e espírita: leitura educativa, passes, água fluidificada, desobsessão e renovação íntima aplicada ao bem, além dos medicamentos prescritos pelos profissionais da área de saúde. (Obra citada. Diálogos Esclarecedores, pp. 152 e 153.)

56. Em casos como o de Raulinda, o afastamento do Espírito perturbador lhe propiciaria a desejada recuperação da saúde?

Inteiramente, não. O Mentor, em face de semelhante pergunta, explicou: “Devemos ter em mente que a nossa irmã encontra-se incursa em vários itens das Leis que desrespeitou, estando gravados em seu íntimo os imperativos da necessidade de reparação. Ocorrendo a mudança de comportamento do seu atual perseguidor, a atitude será, para ele, salutar, por libertar-se da injunção do ódio, mas para ela será apenas amenizadora dos sofrimentos, não liberadora”. “Terá a carga de aflições diminuída, porém os sintomas perturbadores permanecerão, desaparecendo à medida que se submeta às terapias referidas. Os órgãos citados encontram-se lesados no perispírito e no corpo físico, requerendo assistência especializada, como é natural.” (Obra citada. Diálogos Esclarecedores, pp. 154 a 156.)

 

 

Observação:

Para acessar a parte 6 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/04/blog-post_04.html

 

 

  

 

 

Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo.

 

 

 

Um comentário:

  1. Olá AStolfo! Quando tempo! Não encontrei mais o teu perfil no Facebook! Estou morando na Argentina e dando aula de português. Busquei na revista os conteúdos do idioma que você sempre publicava para colaborar com os conteúdos das aulas que comecei a organizar por aqui. Sinto saudades e gostaria muito de saber como está você e a Célia. Por favor mande notícias! Abraço de Alma, de sua querida amiga, filha e irmã de outras vidas... Fernanda Borges. Segue meu email atual: fernandaborgespaz@gmail.com

    PAZ

    ResponderExcluir