sexta-feira, 8 de abril de 2022

 



A Vida no Outro Mundo

 

Cairbar Schutel

 

Parte 11

 

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP). 

Cada parte do estudo compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Este estudo será publicado neste blog sempre às sextas-feiras.

 

Questões preliminares

 

A. Quem foi Andrew Jackson Davis e que obras ele nos deixou? 

B. Como Davis se refere ao fenômeno da morte?

C. Como Davis descreve o ato final de separação do Espírito após a morte do corpo físico?

 

Texto para leitura

 

130. A morte é o grande mistério que tem ensombrado as gerações, a esfinge devoradora das almas, o titã invencível, o hiante absorvedor de todas as luzes, o obscurecedor das inteligências, o indecifrável enigma das religiões. Não foi sem razão que o Apóstolo Paulo, o doutor dos gentios, disse que o maior e o mais terrível inimigo que teríamos de vencer era a morte. Quando a pusermos sob o tacão das nossas botas, poderemos, então, entoar o grande hino da vitória: "Ó morte! onde está teu aguilhão? Ó morte! Onde está tua vitória?" (A Vida no Outro Mundo – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

131. Pois bem, esse mistério, indecifrável para as religiões; esse inimigo que os sacerdotes não ousaram enfrentar; essa esfinge que causa pavor aos crentes de todas as Igrejas, que se limitam a cantar para as suas vítimas o De profundis, é que o Espiritismo veio enfrentar e desvendar, mostrando-se já vitorioso na grande luta. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

132. Que é a morte? Em que consiste esse fenômeno, que muitos julgam ser o aniquilamento da vida? Como se produz ela?  Quem poderá responder a estas terríveis interrogações? Qual a ciência, a filosofia, a religião capaz de enfrentar essa questão? Qual nos dá, positivamente, a solução para este mistério? O Espiritismo, mas tão somente o Espiritismo, exclusivamente o Espiritismo! (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

133. Para saber o que se passa no momento da morte, como se desenrola esse fenômeno, podemos recorrer à descrição de muitos clarividentes, que observaram a crise da morte, assistindo a moribundos. Vamos reproduzir os testemunhos de alguns deles. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

134. O mais notável de todos foi um grande cultor do Espiritismo em seus primórdios, e que nos legou obras de inestimável valor: Andrew Jackson Davis. Essas obras, publicadas em inglês, constam de cinco volumes, que se vendem separadamente e encerram, cada um, uma especialidade: O Médico, O Professor, O Reformador, O Pensador, e O Vidente. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

135. Nesta última é que se encontram as pesquisas de Jackson Davis, "no leito da morte". Davis era dotado de poderosos dons psíquicos e duma espécie de segunda vista, que se denomina clarividência; além de tudo possuía grandes conhecimentos médicos. Os tópicos abaixo foram extraídos do seu livro “O Vidente”. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

136. A morte é uma modificação – não da personalidade, mas da constituição dos princípios superiores do ser humano. Tudo quanto vive se transforma, e cada transformação é acompanhada de uma morte aparente; nunca, porém, há extinção de vida ou destruição de um princípio material ou espiritual no Universo. Assim se modifica ou se desenvolve um germe qualquer, oculto na Terra; morreu sua forma primitiva e seu modo de existência aparente; porém, depois dessa morte aparente, brota do germe uma nova organização ou um novo corpo. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

137. As faculdades de vidente permitiram a Davis estudar o fenômeno psíquico e fisiológico da morte à cabeceira duma agonizante. Era uma senhora de cerca de sessenta anos, a quem frequentemente ele prestara cuidados médicos. Quando soou a hora da morte, ele pôs-se a estudar os misteriosos processos da morte. Viu então que a organização física não podia mais bastar às necessidades do princípio intelectual; diversos órgãos internos pareciam, porém, resistir à partida da alma. O sistema muscular procurava reter as forças motrizes. O sistema vascular debatia-se para reter o princípio vital; o sistema nervoso lutava quanto podia para impedir o aniquilamento dos sentidos físicos; e o sistema cerebral procurava reter o princípio intelectual. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

138. O corpo e a alma, como dois esposos, resistiam à separação absoluta. Estes conflitos internos pareciam, a princípio, produzir sensações penosas e perturbadoras. Foi com satisfação que ele percebeu que tais manifestações físicas indicavam – não a dor ou o sofrimento, mas apenas a separação da alma do organismo. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

139. Em seguida, a cabeça ficou cercada duma atmosfera brilhante; de repente, ele viu o cérebro e o cerebelo estenderem suas partes interiores e suspenderem o exercício de suas funções galvânicas, tornando-se saturados de princípios vitais de eletricidade e magnetismo, que penetravam nas partes secundárias do corpo. Por outras palavras: o cérebro e o cerebelo estenderam suas partes interiores para além do estado normal. Esse fenômeno precede invariavelmente à dissolução física. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

140. Davis constatou, depois, o processo por meio do qual o Espírito se destaca do corpo. O cérebro atraiu os elementos de eletricidade e de magnetismo, movimento, vida e sensibilidade espalhados em todo o organismo. A cabeça como que se iluminou, e, ao tempo que as extremidades do corpo se tornavam frias e obscuras, o cérebro tomava um brilho particular. Em torno dessa atmosfera fluídica, que cercava a cabeça, ele viu formar-se outra cabeça, que se desenhou cada vez mais nitidamente. Tão brilhante era, que ele mal podia fitá-la; à medida, porém, que ela se condensava, desaparecia a atmosfera brilhante. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

141. Davis deduziu daí que esses princípios fluídicos que tinham sido atraídos pelo cérebro, de todas as partes do corpo, e eram, então, eliminados sob a forma de atmosfera particular, antes se achavam somente unidos, segundo o princípio superior de afinidade do Universo, que se faz sempre sentir em cada parcela da matéria. Com surpresa e admiração, seguiu então as fases do fenômeno. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

142. Do mesmo modo que a cabeça fluídica se desprendera do cérebro, viu formarem-se, sucessivamente, o pescoço, os ombros, o tronco, enfim, o conjunto do corpo fluídico. Tornou-se evidente, para ele, que as partes intelectuais do ser humano são dotadas duma afinidade eletiva que lhes permite reunir-se no momento da morte. As deformidades e os defeitos do corpo físico tinham, quase inteiramente, desaparecido do corpo fluídico. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

143. Coisa curiosa! Enquanto esse fenômeno espiritualista se desenvolvia diante das faculdades de Davis, aos olhos materiais das pessoas presentes no quarto o corpo da moribunda parecia experimentar sintomas de sofrimento, os quais eram fictícios, pois apenas provinham da partida das forças vitais e intelectuais, que se retiravam de todo o corpo para se concentrarem no cérebro e, depois, no organismo novo. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

144. O Espírito (ou inteligência desencarnada) elevou-se verticalmente acima da cabeça do corpo abandonado; porém, antes da separação final do laço, que por tanto tempo reuniu as partes intelectuais e materiais, Davis viu uma corrente de eletricidade vital formar-se sobre a cabeça da moribunda e sob o novo corpo fluídico. Deu-lhe esse fato a convicção de que a morte é apenas um renascimento do Espírito, que se eleva dum grau inferior a um estado superior, e que o nascimento duma criança neste mundo e a formação dum Espírito no outro são fatos idênticos; e nada realmente faltava no fato que ele observava para que o símile fosse completo, nem mesmo o cordão umbilical, que era figurado por um laço de eletricidade vital. Por algum tempo subsistiu esse laço entre os dois organismos. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

 

Respostas às questões preliminares

 

A. Quem foi Andrew Jackson Davis e que obras ele nos deixou? 

Dotado de poderosos dons psíquicos e duma espécie de segunda vista, que se denomina clarividência, Davis foi um grande cultor do Espiritismo em seus primórdios, tendo-nos legado obras de inestimável valor. Essas obras, publicadas em inglês, constam de cinco volumes, que se vendem separadamente e encerram, cada um, uma especialidade: O Médico, O Professor, O Reformador, O Pensador, e O Vidente. Nesta última é que se encontram as pesquisas que ele realizou, "no leito da morte". (A Vida no Outro Mundo – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

B. Como Davis se refere ao fenômeno da morte?

Segundo ele, a morte é uma modificação – não da personalidade, mas da constituição dos princípios superiores do ser humano. Tudo quanto vive se transforma, e cada transformação é acompanhada de uma morte aparente; nunca, porém, há extinção de vida ou destruição de um princípio material ou espiritual no Universo. Assim se modifica ou se desenvolve um germe qualquer, oculto na Terra; morreu sua forma primitiva e seu modo de existência aparente; porém, depois dessa morte aparente, brota do germe uma nova organização ou um novo corpo. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

C. Como Davis descreve o ato final de separação do Espírito após a morte do corpo físico?

No caso que examinou, Davis observou que o Espírito se elevou verticalmente acima da cabeça do corpo abandonado; porém, antes da separação final do laço, que por tanto tempo reuniu as partes intelectuais e materiais, ele notou uma corrente de eletricidade vital formar-se sobre a cabeça da moribunda e sob o novo corpo fluídico. Deu-lhe esse fato a convicção de que a morte é apenas um renascimento do Espírito, que se eleva dum grau inferior a um estado superior, e que o nascimento duma criança neste mundo e a formação dum Espírito no outro são fatos idênticos; e nada realmente faltava no fato que ele observava para que o símile fosse completo, nem mesmo o cordão umbilical, que era figurado por um laço de eletricidade vital. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 10 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/04/blog-post.html

 

 

 

 

 

 

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