Revista
Espírita de 1859
Allan
Kardec
Parte
1
Iniciamos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1859, periódico editado e dirigido por Allan Kardec.
O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
Cada parte do estudo, que será apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
A ojeriza que algumas pessoas têm à religião tem o apoio de Kardec?
B.
Para influenciar uma pessoa, os Espíritos têm de estar próximos?
C.
Que é preciso fazer para não sermos enganados pelos Espíritos levianos ou
mentirosos?
D.
Quem, segundo o Espiritismo, são as crianças?
Texto para leitura
1.
Nos fenômenos espíritas agimos sobre inteligências que dispõem do livre-arbítrio
e não se submetem à nossa vontade. Eis por que a ciência vulgar é incompetente
para os julgar. (P. 2)
2.
Um bom médium é o que simpatiza com os bons Espíritos e não recebe senão boas
comunicações. (P. 3)
3.
O Espiritismo é o mais poderoso auxiliar das ideias religiosas: ele dá religião
aos que não a possuem; fortifica-a nos que a têm vacilante; consola pela
certeza do futuro, faz suportar com paciência e resignação as tribulações desta
vida e desvia o pensamento do suicídio. (P. 5)
4.
O perispírito, cuja natureza é essencialmente flexível, se presta a todas as
modificações que lhe queira dar o Espírito. Em seu estado normal, o invólucro
etéreo tem forma humana. (P. 8)
5.
A visão do Espírito pelo médium se realiza por uma espécie de radiação
fluídica, que parte do Espírito e se dirige ao médium. (P. 10)
6.
Kardec refere o caso "O duende de Bayonne", em que um Espírito com a
fisionomia de menino de 10 a 12 anos aparecia para sua irmãzinha. (P. 17)
7.
O Espírito de Diógenes se comunica e diz que depois de sua existência em Atenas
só reencarnou em outros mundos. (P. 21)
8.
Os Espíritos de São Luís e de Santo Agostinho dizem que os Espíritos podem
influenciar-nos mesmo estando a milhões de quilômetros de nós, e que cada anjo
da guarda tem o seu protegido, sobre o qual vela como um pai sobre o filho.
(PP. 22 e 23)
9.
Os Espíritos bons, mas ignorantes – diz Kardec –, confessam sua insuficiência a respeito daquilo
que não sabem; os maus dizem que sabem tudo. Lá e cá, a bazófia é sempre sinal
de mediocridade. (PP. 28 e 29)
10.
O dom da mediunidade depende de causas ainda imperfeitamente conhecidas, nas
quais parece que o físico tem uma grande parte. (N.R.: Hoje não há qualquer
dúvida de que a mediunidade está radicada no organismo.) (P. 31)
11.
O pensamento é o laço que nos une aos Espíritos; é pelo pensamento que atraímos
os que simpatizam com nossas ideias e inclinações. (P. 32)
12.
Os Espíritos superiores não escolhem, para transmitir instruções sérias, um
médium que tem familiaridade com Espíritos levianos, a menos que não encontrem
outro médium e haja necessidade. (P. 33)
13.
As boas intenções e a própria moralidade dos médiuns nem sempre bastam para
evitar a intromissão dos Espíritos levianos, mentirosos ou pseudossábios nas
comunicações. Se não quisermos ser vítima deles, é preciso julgá-los por sua
linguagem, passando pelo crivo da lógica e do bom senso tudo quanto eles dizem.
(PP. 34 e 35)
14.
De todas as disposições morais, a que maior entrada oferece aos Espíritos
imperfeitos é o orgulho, que muitas vezes se desenvolve no médium à medida que
cresce a sua faculdade, pois esta lhe dá importância. (P. 36)
15.
As demais imperfeições morais são outras tantas portas abertas aos Espíritos
imperfeitos, ou, pelo menos, causas de fraqueza. Para repelir tais Espíritos,
não basta dizer-lhes que saiam; é preciso fechar-lhes a porta e os ouvidos,
provando-lhes que somos mais fortes – o que seremos pelo amor do bem, pela
caridade, pela doçura, pela modéstia, pelo desinteresse. (P. 37)
16.
Seria injusto, porém, atribuir todas as comunicações más à conta do médium,
pois o meio é muito importante. É regra geral que as melhores comunicações
ocorrem num círculo concentrado e homogêneo. (P. 38)
17.
Os agêneres não revelam a sua natureza e, aos nossos olhos, não passam de um
homem comum; sua aparição corpórea pode ter, pois, longa duração, conforme a
necessidade do Espírito. (P. 41)
18.
Não se devem confundir os fatos da bicorporeidade com os agêneres. Estes não
possuem corpo vivo na Terra; apenas seu perispírito faz-se palpável. (P. 43)
19.
Kardec admite ter uma aparência de frieza, mesmo de muita frieza; pelo menos é
o que os amigos achavam e por isso o censuravam. (P. 43)
20.
Kardec transcreve a história fantástica de Hermann, publicada no Journal des Débats, de 26/11/1858, e diz
que não passa de uma lenda sem fundo de verdade, visto que uma alma não pode
animar dois corpos. (P. 48)
21.
Reportando-se aos fenômenos de batidas e movimento de objetos ocorridos na
aldeia de Coujet, no departamento de Lot, Kardec lembra que os Espíritos
superiores não se prestam a tais fenômenos: só os Espíritos de uma ordem muito
inferior se dedicam a isso. (P. 49)
22.
Em geral não há razão para nos amedrontarmos com esses fatos; a presença desses
Espíritos pode ser importuna, mas não é perigosa, e é sempre útil procurar
saber o que eles querem com tais fenômenos. (P. 50)
23.
Um Espírito diz que as crianças são os seres que Deus envia a novas
existências, aos quais dá toda a aparência de inocência, para que ninguém possa
queixar-se de sua grande severidade. Quando não mais necessitam dessa proteção,
o caráter real delas aparece em toda a sua nudez. (P. 52)
24.
Os Espíritos só entram na vida corpórea para o seu aperfeiçoamento; a fraqueza
da infância os torna flexíveis e acessíveis aos conselhos da experiência; é
então que seu caráter pode ser reformado, pela repressão de suas más
inclinações. Tal o dever que Deus confia aos pais. (P. 53)
25.
Dr. Morhéry diz a Kardec que o célebre professor Gay-Lussac ensinava em seu
curso, a respeito dos corpos imponderáveis e invisíveis, que estas eram
expressões inexatas; mais lógico chamá-los imponderados. (P. 54)
Respostas às
questões propostas
A. A ojeriza que
algumas pessoas têm à religião tem o apoio de Kardec?
Não.
Segundo Kardec, o Espiritismo é o mais poderoso auxiliar das ideias religiosas:
ele dá religião aos que não a possuem; fortifica-a nos que a têm vacilante;
consola pela certeza do futuro, faz suportar com paciência e resignação as
tribulações desta vida e desvia o pensamento do suicídio. (Revista Espírita de 1859, p. 5.)
B. Para influenciar
uma pessoa, os Espíritos têm de estar próximos?
Não.
Os Espíritos de São Luís e de Santo Agostinho dizem que os Espíritos podem
influenciar-nos mesmo estando a milhões de quilômetros de nós, e que cada anjo
da guarda tem o seu protegido, sobre o qual vela como um pai sobre o filho.
(Obra citada, pp. 22 e 23.)
C. Que é preciso
fazer para não sermos enganados pelos Espíritos levianos ou mentirosos?
Primeiro
é preciso entender que as boas intenções e a própria moralidade dos médiuns nem
sempre bastam para evitar a intromissão dos Espíritos levianos, mentirosos ou pseudossábios
nas comunicações. Se não quisermos ser vítima deles, é preciso julgá-los por
sua linguagem, passando pelo crivo da lógica e do bom senso tudo quanto eles
dizem. (Obra citada, pp. 34 e 35.)
D. Quem, segundo o
Espiritismo, são as crianças?
As
crianças são os seres que Deus envia a novas existências, aos quais dá toda a
aparência de inocência, para que ninguém possa queixar-se de sua grande
severidade. Quando não mais necessitam dessa proteção, o caráter real delas
aparece em toda a sua nudez. A fraqueza da infância as torna flexíveis e
acessíveis aos conselhos da experiência; é então que seu caráter pode ser
reformado, pela repressão de suas más inclinações. Tal o dever que Deus confia
aos pais. (Obra citada, pp. 52 e 53.)
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Excelente estudo gostei muito gratidão 🙏
ResponderExcluirMuito bom estar sempre estudando.
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