A Vida no Outro Mundo
Cairbar Schutel
Parte 18
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP).
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Este estudo será publicado neste blog
sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. São diversos os sofrimentos
decorrentes da morte de uma pessoa?
B. A adaptação dos Espíritos, em sua
volta ao plano espiritual, requer algum tempo?
C. É verdade que muitos Espíritos,
mesmo depois da desencarnação, ignoram que “morreram”?
Texto para
leitura
228. Morto o corpo, a individualidade
sobrevivente é tomada de um estado psíquico original, dependendo muito, esse
estado, das crenças do indivíduo, seu modo de agir quando vivia na Terra, sua
moralidade, finalmente, seu grau de evolução espiritual. (A Vida no Outro Mundo – Cap. XVI – A Inconsciência da Vida no
Além.)
229. É infinita a variedade de
sofrimentos decorrentes da morte corpórea. Como dissemos, uns custam muito a
compreender seu estado, sua situação; muitos querem crer que não morreram, pois
encaravam a morte como o fim da existência, mas, sentindo que continuam a
existir, percebem que algo ocorreu e sentem-se em grande confusão. (Obra citada
– Cap. XVI – A Inconsciência da Vida no Além.)
230. Outros consomem largo tempo em
busca de um céu imaginário, com que foram acalentados na Terra; muitos,
sentindo-se culpados e convencidos de já haverem deixado a vida terrena,
julgam-se no Purgatório, e outros, fustigados pelo remorso de suas más obras,
sentem-se abrasados por um fogo terrível, que as dores morais ocasionam,
julgando-se num inferno candente, sem luz, sem paz no coração, blasfemando
contra a própria existência. (Obra citada – Cap. XVI – A Inconsciência da Vida
no Além.)
231. A passagem do mundo terreno para
o mundo espiritual ocasiona tantas dúvidas, tantas agonias, tão terríveis
perturbações aos Espíritos não preparados para essas mudanças fatais,
irremediáveis, que a maior parte raramente consegue adaptar-se logo à nova fase
de vida. (Obra citada – Cap. XVI – A Inconsciência da Vida no Além.)
232. De fato, são em grande número os
que se acham noutro mundo como que adormecidos, outros delirando, outros
continuando em seu viver material, sem compreenderem o meio em que vivem e sua
real situação. (Obra citada – Cap. XVI – A Inconsciência da Vida no Além.)
233. É lógico que aqueles que não se
prepararam para essa mudança, nem tiveram quem lhes preparasse um lugar para,
ao chegarem a esse mundo de luzes, serem recebidos e logo iniciados; aqueles
que não quiseram dar ouvidos às vozes espirituais, à Lei de Deus, que a todos
mostra a trilha que devemos palmilhar para um bom empreendimento futura, devem
passar por acérrimos sofrimentos morais. (Obra citada – Cap. XVI – A
Inconsciência da Vida no Além.)
234. Os viciosos, os contumazes, os
que excluíram Deus da consciência, que enxovalharam e lesaram o próximo; os que
venderam sua inteligência, sua alma, seu coração; os que traficaram com as
coisas divinas, sofrem terríveis reprimendas, de acordo sempre com as faltas
cometidas, porque a penalidade, não só na Terra, como na Outra Vida, está em
proporção às infrações da Lei. (Obra citada – Cap. XVI – A Inconsciência da
Vida no Além.)
235. Não há uma só falta que não exija
imediata corrigenda, e essa correção começa sempre pelo sofrimento. (Obra
citada – Cap. XVI – A Inconsciência da Vida no Além.)
236. A perturbação ou o estado de
inconsciência dos Espíritos é, como se vê, muito variável; cada um as sofre de
acordo com sua evolução, sua constituição psíquica, o papel de responsabilidade
social que assumiu na existência terrestre, sua instrução intelectual etc.
Entre dois indivíduos, um ignorante e outro letrado, que tenham incorrido na
infração da mesma lei, a pena do letrado se agrava, ao passo que a do ignorante
será atenuada. Tudo está em relação com o indivíduo e o crime cometido. Assim
também é a natureza da perturbação, peculiar a cada indivíduo. (Obra citada –
Cap. XVI – A Inconsciência da Vida no Além.)
237. Um fato notável tem sido
verificado com muitos Espíritos: o não saberem eles que "morreram",
segundo a expressão usual. Esse fato se verifica com os Espíritos muito
materializados ou muito materialistas, especialmente com os suicidas. É uma
espécie de condenação a que ficam sujeitos, em virtude da sua teimosia na
negação. (Obra citada – Cap. XVI – A Inconsciência da Vida no Além.)
238. Todos esses Espíritos atrasados
ficam presos à Terra; caminham aqui e ali, mas suas vistas abrangem mais a
Terra que o mundo Espiritual. Eles se apinham em torno do globo, presos sempre
à pátria e à família, acompanhando todos os movimentos do planeta, como se
estivessem encarnados e, muitos deles, sofrem as variações atmosféricas e
outras sensações peculiares aos que ainda estão incorporados na matéria. (Obra
citada – Cap. XVI – A Inconsciência da Vida no Além.)
239. Quando veem o mundo espiritual
não o compreendem. Pasmam ao observarem a vida como ali se processa e o modo
por que agem os Espíritos adiantados. Admiram-se ao atravessarem grandes
cidades, metrópoles flutuantes, ao verem casarios transparentes e multicolores,
majestosos edifícios, cuja luz os ofusca, veículos céleres a deslizarem de um a
outro ponto e jardins aprimorados com flores belas e aromáticas como nunca
viram na Terra. (Obra citada – Cap. XVI – A Inconsciência da Vida no Além.)
240. Tudo isso lhes causa estranheza
tal e ocasiona-lhes perturbação tão profunda, que preferem, muitas vezes, não
prestar atenção senão ao mundo onde deixaram seus corpos e ao qual se acham
ligados por afinidades antigas. São esses Espíritos que vivem numa ânsia contínua
de se comunicar com os homens, não tanto para demonstrarem sua sobrevivência,
mas para, se possível, prosseguirem no seu antigo modo de viver. (Obra citada –
Cap. XVI – A Inconsciência da Vida no Além.)
241. Eles desenvolveram ao extremo seus
sentidos físicos, e, havendo aniquilado o sentido espiritual, ficam, por isso,
entre as trevas e a luz, entre o mundo da carne e o mundo do espírito, sem
poderem prosseguir na sua vida material e sem poderem viver na vida espiritual,
até que as preces, as instruções, os bons conselhos os encaminhem à realidade e
sejam então iniciados na vida nova, na qual sentirão grande gozo, gozo esse que
se tornará, para eles, um incentivo para trabalhar em prol de seu progresso e
bem-estar espiritual. (Obra citada – Cap. XVI – A Inconsciência da Vida no
Além.)
Respostas às
questões preliminares
A. São diversos os sofrimentos decorrentes da morte de uma
pessoa?
Sim. É infinita a variedade deles. Há
Espíritos que custam muito a compreender seu estado, sua situação; muitos
querem crer que não morreram, pois encaravam a morte como o fim da existência,
mas, sentindo que continuam a existir, percebem que algo ocorreu e sentem-se em
grande confusão. Outros consomem largo tempo em busca de um céu imaginário, com
que foram acalentados na Terra; muitos, sentindo-se culpados e convencidos de
já haverem deixado a vida terrena, julgam-se no Purgatório, e outros, fustigados
pelo remorso de suas más obras, sentem-se abrasados por um fogo terrível, que
as dores morais ocasionam, julgando-se num inferno candente, sem luz, sem paz
no coração, blasfemando contra a própria existência. (A Vida no Outro Mundo – Cap. XVI – A Inconsciência da Vida no
Além.)
B. A adaptação dos Espíritos, em sua volta ao plano
espiritual, requer algum tempo?
Sim. A passagem do mundo terreno para
o mundo espiritual ocasiona tantas dúvidas, tantas agonias, tão terríveis
perturbações aos Espíritos não preparados para essas mudanças fatais,
irremediáveis, que a maior parte raramente consegue adaptar-se logo à nova fase
de vida. São em grande número os que se acham noutro mundo como que
adormecidos, outros delirando, outros continuando em seu viver material, sem
compreenderem o meio em que vivem e sua real situação. (Obra citada – Cap. XVI
– A Inconsciência da Vida no Além.)
C. É verdade que muitos Espíritos, mesmo depois da
desencarnação, ignoram que “morreram”?
É verdade. Muitos Espíritos realmente
dizem não saber que "morreram", segundo a expressão usual. Esse fato
se verifica com os Espíritos muito materializados ou muito materialistas,
especialmente com os suicidas. É uma espécie de condenação a que ficam sujeitos,
em virtude de sua teimosia na negação. Esses Espíritos atrasados ficam
geralmente presos à Terra; caminham aqui e ali, mas suas vistas abrangem mais a
Terra que o mundo Espiritual. Eles se apinham em torno do globo, presos sempre
à pátria e à família, como se estivessem encarnados e, muitos deles, sofrem as
variações atmosféricas e outras sensações peculiares aos que ainda estão
incorporados na matéria. (Obra citada – Cap. XVI – A Inconsciência da Vida no
Além.)
Observação:
Para acessar a Parte 17 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/05/blog-post_20.html
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