Como nós vemos a prece e sua importância
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
O
tema prece foi examinado na obra de Allan Kardec em diversas oportunidades.
De
forma sintética, lembremos inicialmente o que nos é dito nas questões 658 a 666
d’ O Livro dos Espíritos:
1)
A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração. É preferível ao
Senhor a prece vinda do íntimo à oração lida, por mais bela que seja, se for
lida mais com os lábios do que com o coração.
2)
A prece é um ato de adoração, com o qual podemos propor-nos três coisas:
louvar, pedir, agradecer.
3)
A prece torna melhor o homem, porque aquele que ora com fervor e confiança se
faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para
assisti-lo.
4) Não
é essencial orar muito, mas orar bem. Há pessoas que supõem que todo o mérito
está na longura da prece e fecham os olhos para os seus próprios defeitos. Essas
criaturas fazem da prece uma ocupação, um emprego do tempo, nunca um estudo de
si mesmas.
5)
Podemos pedir a Deus que nos perdoe as faltas, mas só obteremos o perdão
mudando de proceder, porque as boas ações são a melhor prece e os atos valem
mais que as palavras.
6)
As provas por que passamos estão nas mãos de Deus e há algumas que têm de ser
suportadas até o fim; mas Deus leva sempre em conta a resignação. A prece traz
para junto de nós os bons Espíritos, que nos dão a força de suportá-las
corajosamente.
7)
A prece nunca é inútil, quando bem feita, porque fortalece aquele que ora.
8)
A prece não tem por efeito mudar os desígnios de Deus, mas a alma por quem
oramos experimenta alívio e sente sempre um refrigério quando encontra pessoas
caridosas que se compadecem de suas dores.
9)
Pode-se orar pelos Espíritos e aos bons Espíritos, porque estes são os
mensageiros de Deus e os executores de suas vontades. O poder deles está,
porém, relacionado com a superioridade que tenham alcançado e dimana sempre do
Senhor, sem cuja permissão nada se faz.
Sobre
a importância da fé ardente e seus efeitos, nunca será demais recordarmos um
episódio ocorrido por ocasião da 2ª Guerra Mundial, a que André Luiz se reporta
no cap. 18 do livro Os Mensageiros. O
fato, segundo relatado por Alfredo, um dos Espíritos personagens do livro,
ocorreu na cidade inglesa de Bristol.
Em
determinada noite, Bristol estava sendo sobrevoada por alguns aviões pesados de
bombardeio e as perspectivas de destruição eram assustadoras. Para dificultar o
trabalho dos agressores, a cidade havia sido imersa em total escuridão. Visto
de muito longe, destacava-se, porém, à visão espiritual, um farol de intensa
luz. Seus raios faiscavam no firmamento, enquanto as bombas eram arremessadas
ao solo. Alfredo e seus companheiros desceram ao ponto luminoso e verificaram,
então, com surpresa, que ele se encontrava numa igreja, cujo recinto devia ser
quase sombrio para o olhar humano, mas altamente luminoso para os olhos
espirituais. Alguns cristãos corajosos reuniam-se ali e cantavam hinos. O
ministrante do culto havia lido a passagem dos Atos em que Paulo e Silas
cantavam à meia-noite, na prisão, e as vozes cristalinas elevavam-se ao Céu, em
notas de fervorosa confiança.
Enquanto
as bombas explodiam lá fora, os cristãos cantavam, unidos, em celestial
vibração de fé viva. O chefe da equipe espiritual mandou, então, que Alfredo e
seus companheiros se conservassem de pé, diante daquelas almas heroicas, em
sinal de respeito e reconhecimento, afirmando "que os políticos construiriam
os abrigos antiaéreos, mas os cristãos edificariam na Terra os abrigos
antitrevosos". (Cf. em Os
Mensageiros, cap. 18, pp. 101 e 102.)
Vale
por fim registrar aqui o depoimento que a respeito da prece nos deixou o
fisiologista e cirurgião francês dr. Alexis Carrel, Prêmio Nobel de Medicina de
1912 e autor do livro O homem, esse
desconhecido, best-seller na América do Norte em 1935.
Eis
o que sobre a prece escreveu o notável médico:
1)
A prece marca com os seus sinais indeléveis nossas ações e conduta.
2)
A oração é uma força tão real como a gravidade terrestre. A influência da prece
sobre o corpo e sobre o espírito humano é tão suscetível de ser demonstrada
como a das glândulas secretoras.
3)
Muitos enfermos têm-se libertado da melancolia e da doença graças à prece. É
que, quando oramos, ligamo-nos à inexaurível força motriz que aciona o universo
e, no pedir, nossas deficiências humanas são supridas e erguemo-nos
fortalecidos e restaurados.
4)
Não devemos, no entanto, invocar Deus tendo em vista meramente a satisfação dos
nossos desejos. Maior força colhemos da prece quando a empregamos para
suplicar-lhe que nos ajude a imitá-lo.
5)
Toda vez que nos dirigimos a Deus, melhoramos de corpo e de alma. Não tem,
porém, sentido orar pela manhã e viver como um bárbaro o resto do dia.
6)
Hoje, mais do que nunca, a prece é uma necessidade inelutável na vida de homens
e povos. É a falta de intensidade no sentimento religioso que acabou por trazer
o mundo às bordas da ruína. (Cf. em Seleções
do Reader’s Digest, edição de fevereiro de 1942.)
Aos que nos leem, informamos, por fim, que Kardec dedicou ao tema prece os capítulos 27 e 28 de seu livro O Evangelho segundo o Espiritismo, que é certamente a obra espírita mais conhecida em nosso país.
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Sobre o texto acima recebemos do grupo Jardinagem do Bem a seguinte mensagem:
ResponderExcluir"Boa tarde, Astolfo! Agradeço pelos esclarecimentos desse artigo que você escreveu! Aos poucos estou aprendendo na literatura espírita o poder do pensamento e da prece, sendo estimulado a aproveitar seus benefícios!
“[…] o trabalho da prece é mais importante do que se pode imaginar no círculo dos encarnados. Não há prece sem resposta. E a oração, filha do amor, não é apenas súplica. É comunhão entre o Criador e a criatura, constituindo, assim, o mais poderoso influxo magnético que conhecemos”. (Os Mensageiros – Chico Xavier, Espírito André Luiz – Capítulo 25 – Efeitos da oração)
Luz e força em nossas jornadas!
Antonius
Jardinagem do Bem - Música Espírita (Canal no YouTube)"
E com esta mensagem, o link de bela canção sobre a prece:
https://www.youtube.com/watch?v=dc2YTtJ2rAA