Kardec
e temas polêmicos nas reuniões espíritas
JORGE
LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De
Brasília, DF
“Não
vos esqueçais de que a tática de vossos inimigos encarnados e desencarnados é
dividir-vos.” — Allan Kardec (In: Viagem espírita em 1862 e outras
viagens)
Salve,
leitores!
Começo
lembrando a resposta recebida por Allan Kardec quando, n’O Livro dos
Espíritos, na questão 932, indagou: “Por que, neste mundo, a influência dos
maus geralmente sobrepuja a dos bons?” Em resposta, foi-lhe dito o seguinte:
“Por fraqueza dos bons. Os maus são intrigantes e audaciosos; os bons são
tímidos. Quando estes o quiserem, haverão de preponderar”.
Cito
abaixo a posição de Allan Kardec sobre o respeito que devemos ter para com as
ideias e opiniões alheias e sua recomendação aos espíritas para não entrarem em
disputas ideológicas. Começo com a informação de que, numa de suas viagens pela
Europa, Kardec louva o comportamento dos espíritas da Sociedade de Bordeaux com
as seguintes palavras:
[...]
tudo se passou como devia ter-se passado, entre gente que tem por divisa: “Fora
da caridade não há salvação”, e que professa a tolerância por todas as opiniões
e todas as convicções. Por isso, nas alocuções de circunstância que foram
pronunciadas, nem uma palavra foi dita que pudesse ferir a mais sombria
suscetibilidade; se os nossos maiores adversários aí se encontrassem, não
teriam ouvido uma palavra, nem uma alusão que lhes dissesse respeito. (In:
Viagem Espírita em 1862 e outras viagens de Allan Kardec. Cap. Breve
excursão espírita)
É
sempre melhor, para nossa saúde mental, agir como recomenda Kardec, em nota,
aos espíritas: “Em caso de dissidência, aquele que crer estar com a razão
deverá prová-lo, sendo mais caridoso e benevolente. O erro estará,
evidentemente, com aquele que denegrir o outro e atirar-lhe a pedra.” (Op.
cit. Projeto de regulamento para o uso dos grupos e pequenas sociedades
espíritas).
O
espírita, em suas reuniões, igualmente, não deve se envolver em polêmica
política, segundo Kardec:
Também
não vos deixeis cair nessa armadilha; afastai cuidadosamente de vossas reuniões
tudo quanto disser respeito à política e às questões irritantes; nesse caso, as
discussões não levarão a nada e apenas suscitarão embaraços, enquanto ninguém
questionará a moral, quando ela for boa (Revista Espírita, fev. 1862).
Isso
não significa nossa alienação mental, demonstrada por posturas chamadas
popularmente de “Maria vai com as outras” ou de “vaquinha de presépio”. A
primeira é a dos que aceitam tudo sem pesquisar se é fake, por
acreditarem no que ouvem sem ideias próprias formadas sobre o assunto; a
segunda é a dos que concordam com tudo o que ouvem, desde que lhes satisfaça à
opinião, sem a humildade de aceitar o que lhes contrarie as ideias prévias,
ainda que estejam erradas.
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Pudesse explicar melhor sobre polêmica política, pois pode dar a ideia errônea de haver a orientação de não nos envolvermos na política da nossa sociedade, (referente a partidos políticos, candidatura política, serviços públicos etc) enquanto devemos exercer o exercício de cidadão que busca a melhoria do todo. Dando nosso exemplo de moral, monstrando que é possível exercer mandatos de forma honesta.
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