Revista
Espírita de 1860
Allan
Kardec
Parte
7
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1860, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A
coleção do ano de 1860 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por
Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada
parte do estudo, que é apresentado sempre às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
Que virtude deve ser sempre o nosso guia?
B.
Devemos ser rigorosos na análise das comunicações mediúnicas?
C.
Os Espíritos, quando na erraticidade, fazem também pesquisas?
D.
Que erro apontava Channing nos estudos espíritas?
Texto para leitura
144.
Dissertando sobre os fantasmas, Kardec diz que os Espíritos podem mostrar-se em
qualquer lugar, a qualquer hora, de dia como de noite, e o fazem com a aparência
que tinham em vida. (P. 215)
145.
Se o morrer pertence à natureza humana, nenhum anjo da guarda tem o poder de
opor-se ao curso das leis da Natureza. Estando o momento e o gênero de morte no
destino de cada um, é preciso que se cumpra o destino. (P. 218)
146.
Charlet (Espírito) diz que existe progresso moral nos animais e também progresso
de condição. Mais tarde, esclarece que o progresso dos animais se realiza pela
educação que recebem do homem. (PP. 220, 221 e 228)
147.
Pitágoras lembrava-se de sua antiga existência e reconheceu o escudo que usava
no cerco de Troia. (P. 221)
148.
Os animais, diz Charlet, têm, quase todos, o mesmo grau de inteligência; há
neles variedade de formas; no homem, há variedade de Espíritos. (P. 222)
149.
Diz Charlet que o Espírito se eleva pela submissão, pela humildade. O que o
perde é a razão orgulhosa, que o impele a desprezar todo subalterno e invejar
todo superior. A inveja é a mais viva expressão do orgulho. (P. 223)
150.
Charlet assevera que a caridade, esta virtude das almas verdadeiramente francas
e nobres, deve ser sempre o nosso guia, pois ela é o sinal da verdadeira
superioridade. (P. 224)
151.
Charlet informa que os animais de Júpiter têm uma linguagem mais precisa e
positiva do que a dos nossos animais. (P. 226)
152.
Kardec diz que existe uma evidente lacuna entre o animal mais inteligente e o
homem. São Luís o corrige dizendo que essa lacuna dos seres é apenas aparente,
pois vem das raças desaparecidas. (PP. 226 e 227)
153.
A alma do animal, diz Charlet, não se reconhece após a morte; mas em certos
animais, mesmo em muitos, ela é individualizada. (P. 227)
154.
Charlet, questionado por Kardec, recua na sua tese a respeito da ferocidade dos
animais, que são ferozes por necessidade, por constituição, e nada têm a ver
com a queda moral do homem. (P. 229)
155.
Aludindo à análise das comunicações recebidas dos Espíritos, Kardec relaciona
seis princípios indispensáveis a essa análise e conclui que, fora das questões
morais, só se deve acolher com reservas o que vem dos Espíritos, e jamais sem
exame. (PP. 233 e 234)
156.
São Luís, esclarecendo uma dúvida suscitada na sessão anterior da Sociedade,
adverte: "É preciso que aquele que quer progredir na vida do bem saiba
aceitar os conselhos e avisos que se lhes dão, ainda quando lhes firam o
amor-próprio. A prova de seu adiantamento consiste na maneira suave e humilde
por que os recebe". (P. 236)
157.
São Luís sugere que François Arago seja evocado com o concurso de outro médium
e esclarece: "Um Espírito vem de preferência a uma pessoa cujas ideias
simpatizam com as que tinha em vida". (P. 238)
158.
Falando sobre a Sociedade Espírita de Paris, Kardec diz que a Sociedade é uma
família cujos membros, animados de recíproca benevolência, devem ser movidos
pelo único desejo de instruir-se e banir todo sentimento de personalismo e de
rivalidade, desde que compreendam a doutrina como verdadeiros espíritas. (P.
240)
159.
Finda a sessão de 20/7/1860, Kardec perguntou a São Luís se tinha ficado
satisfeito. Eis a resposta: "Sim e não. Errastes, permitindo cochichos
contínuos de certos sócios, quando os Espíritos são interrogados". Após
tecer outras observações, São Luís pede a Kardec para lê-las na próxima sessão:
"Dizei-lhes que esta não é uma sala para conversa". (P. 242)
160.
A Revista publica carta do dr. De Grand-Boulogne, doutor em Medicina, antigo
vice-cônsul da França, que enumera os pontos comuns dos ensinamentos cristãos e
espíritas, que ele diz adotar sinceramente, e afirma que a maior virtude é a
caridade. (PP. 242 a 244)
161.
A caridade, diz ele, é o atributo especial da alma que, em suas ardentes
aspirações para o bem, se esquece de si mesma e se consome em esforços pela
felicidade do próximo. O saber é uma qualidade; a caridade, uma virtude. (P.
244)
162.
Após relatar os fenômenos da Rua des Noyers, cuja veracidade foi atestada por
São Luís, Kardec diz que entre os moradores da casa havia um médium (a criada)
que possibilitou se dessem as manifestações. (PP. 246 e 247)
163.
O Espírito de Thilorier, o físico, diz que os Espíritos também fazem pesquisas
e descobertas no estado errante, e são eles que, uma vez autorizados, inspiram
os homens de Ciência envolvidos na mesma busca. (P. 256)
164.
São Luís examina o assunto e informa que para a comunicação das descobertas que
transformam o aspecto exterior das coisas Deus deixa a ideia amadurecer, como
as espigas cujo desenvolvimento o inverno retarda. (P. 257)
165.
Evocando o homem que se suicidou para livrar o filho da guerra da Itália,
Kardec ensina que a intenção atenua o mal e merece indulgência, mas não evita
que aquilo que é mal seja assim considerado. (P. 259)
166.
Channing (Espírito) diz que no estudo do Espiritismo há um grave erro que cada
dia mais se propaga: é o de julgarem os Espíritos infalíveis nas respostas. E
pede que não lhes perguntem o que eles não podem nem devem dizer. (P. 264)
Respostas às
questões propostas
A. Que virtude deve
ser sempre o nosso guia?
Segundo
Charlet (Espírito), a caridade, esta virtude das almas verdadeiramente francas
e nobres, deve ser sempre o nosso guia, pois ela é o sinal da verdadeira
superioridade. O Espírito – disse Charlet – se eleva pela submissão, pela
humildade. E o que o perde é a razão orgulhosa, que o impele a desprezar todo
subalterno e invejar todo superior, pois a inveja é a mais viva expressão do
orgulho. (Revista Espírita de 1860,
pp. 223 e 224.)
B. Devemos ser
rigorosos na análise das comunicações mediúnicas?
Sim.
Ao relacionar seis princípios indispensáveis a essa análise, Kardec disse que,
fora das questões morais, só se deve acolher com reservas o que vem dos
Espíritos, e jamais sem exame. (Obra citada, pp. 233 e 234.)
C. Os Espíritos,
quando na erraticidade, fazem também pesquisas?
Evidentemente.
O Espírito de Thilorier, o físico, diz que os Espíritos também fazem pesquisas
e descobertas no estado errante e são eles que, uma vez autorizados, inspiram
os homens de Ciência envolvidos na mesma busca. (Obra citada, p. 256.)
D. Que erro
apontava Channing nos estudos espíritas?
Channing
(Espírito) dizia que no estudo do Espiritismo havia um grave erro que cada dia
mais se propagava: o de julgarem os Espíritos infalíveis nas respostas. E deu a
respeito um conselho objetivo: não devemos perguntar-lhes o que eles não podem
nem devem dizer. (Obra citada, p. 264.)
Observação:
Para acessar a Parte 6 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/07/blog-post_20.html
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