A arte de renovar as
esperanças
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
A
política, quando impregnada do desejo justo de promover o bem comum, pode ser
definida como a arte de renovar as esperanças. E é o que vivenciaremos no
próximo domingo, dia 2, quando se realizarão as eleições gerais em nosso país.
As
eleições têm esta particularidade: renovam as nossas combalidas esperanças, até
que surja, de novo, a oportunidade de fazer uma nova escolha.
Não
pertencer aos quadros de um partido político não significa ser avesso aos temas
que dizem respeito ao governo da nação e à possibilidade de que venhamos a
construir um país melhor, em que o povo tenha melhores condições relativamente
ao acesso à saúde, à educação, à segurança e ao emprego.
Ninguém,
por certo, ignora quanto um governo incapaz pode produzir em termos de
frustração e sofrimento. O povo brasileiro já passou por essa experiência
inúmeras vezes.
Claro
que o voto nem sempre acerta, mas não existe outro meio de aprender a votar, a
não ser votando.
O
leitor sabe que o Espiritismo vê com olhos bem diferentes a relatividade da
existência corpórea. Certamente, não podemos jamais descurá-la nem imaginar que
Deus a tenha criado sem razões mais sérias, não nos cabendo, pois, o direito de
ignorar a finalidade essencialmente educativa das existências corpóreas.
Somos
viajores em passagem por este mundo. As conquistas que aqui fazemos são pontos
afirmativos no currículo que vamos escrevendo com nossos atos e nossas
realizações. Devemos, pois, perseguir com todas as forças o objetivo de
edificar aqui uma civilização justa e fraterna, sem esquecer, porém, que essa
civilização não será duradoura se os homens que a formarem não se tornarem
também, por sua vez, justos e fraternos.
Algum
tempo atrás, quando passamos por um momento de esperança e de expectativas
semelhantes, mais tarde frustradas por uma sucessão de equívocos, veio-nos à
mente o que os Espíritos superiores disseram acerca do que eles entendem seja
uma civilização completa.
“Vós
a reconhecereis pelo seu desenvolvimento moral”, afirmam os imortais,
advertindo que só teremos o direito de nos dizermos civilizados quando
houvermos banido de nossa sociedade os vícios que a desonram e passarmos a
viver como irmãos, praticando a caridade cristã. “Até esse momento, não sereis
mais do que povos esclarecidos, não tendo percorrido senão a primeira fase da
civilização.” (O Livro dos Espíritos,
questão 173.)
Sabemos
que a construção de uma civilização no nível reconhecido pelo Espiritismo é
tarefa muitíssimo superior às possibilidades da política de partidos, pois
requer esforço muito maior e um trabalho que não pode prescindir da cooperação
ativa das religiões, tendo Jesus por farol.
Que
fique, pois, com a Política – com P maiúsculo – a tarefa de renovar as
esperanças, mas cuidemos, unidos pelo ideal cristão, de torná-las palpáveis e
concretas neste país gigante, ao qual tanto devemos.
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