Curiosidades sobre programação
reencarnatória
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
A
duração da existência corporal, a profissão a ser desempenhada, a família, os
ascendentes, os descendentes, as provas de natureza material, as provas morais,
eis tópicos que formam, como sabemos, a programação reencarnatória de uma
pessoa, fato que não deveria causar surpresa alguma, uma vez que em nossas
relações cotidianas o planejamento há muito passou a ocupar um lugar
importante.
A
família decidiu, por exemplo, passar o mês de férias no litoral catarinense.
Onde ficarão seus componentes? Usarão um imóvel alugado ou emprestado? Em que
dia partirão? Irão de carro ou de avião? Quando ocorrerá a volta? Há recursos
financeiros suficientes? No local do veraneio há bancos? Chove ali nessa época
do ano? Se chover, costuma fazer frio?
Todas
as perguntas apresentadas e as respectivas respostas compõem um rol, que nada
mais é do que o plano de férias. E note o leitor que se trata de uma simples
viagem que durará talvez menos de 30 dias!
A
reencarnação é, ao contrário disso, uma longa viagem cujo objetivo não é, como
no exemplo mencionado, curtir férias. Trata-se de algo mais profundo, com metas
psicológicas e objetivos complexos, que envolvem um grupo grande de pessoas,
cujos destinos estão, por assim dizer, entrelaçados.
André
Luiz relata num de seus livros o caso de uma família bem simples, casal e
quatro filhos, que de repente passou a enfrentar uma dura provação com o
falecimento por suicídio do chefe da casa. Como os suicídios não fazem parte de
nenhuma programação, a evasão daquele pai causou uma dificuldade inesperada
para a esposa e as crianças, o que tornou necessária para aquelas pessoas a
revisão do programa, ou seja, uma reprogramação.
Fatos
assim ocorrem no dia a dia de nossas existências. O veículo que nos
transportava sofreu uma pane. Perdeu-se, assim, a conexão com o voo programado
e, a partir daí, uma sucessão de problemas que exigirão, por sua vez, a revisão
do plano antes estabelecido.
Quando
vim para Londrina, aos 18 anos de idade, meu objetivo era um só: cursar a
Faculdade de Matemática. Saí de Minas Gerais com esse propósito, que
constituía, à época, o sonho de minha vida. Para tanto, demiti-me do emprego,
deixei as aulas que ministrava no colégio da cidade e viajei para um lugar que
não conhecia, situado a mais de
Cheguei
em um domingo. No dia seguinte, fui à Faculdade para me inscrever no vestibular.
Ocorre que não existia Faculdade de Matemática em Londrina, nem em localidade
alguma situada num raio de
A
vontade, em face da frustração, foi voltar imediatamente. Mas acabei ficando,
cursei outra faculdade e, com o passar dos anos, entendi que tinha de vir para
Londrina e só viria dessa forma, seduzido por um sonho que não se realizou, mas
deu lugar a outro que, sem dúvida alguma, estava previsto na chamada
programação reencarnatória.
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